segunda-feira, 9 de novembro de 2009

A PRIMEIRA ALEGRIA!!!

Parece obra do acaso, isto se voce acredita no acaso....

Mas logo após meu co-blogueiro Faraco ter publicado o texto sobre o “choro do Mário” e sua primeira corrida, me aconteceu algo inesperado e gratificante e que tem tudo haver com o post anterior.

Para entender um pouquinho mais deste fato é preciso voltar algumas décadas na minha vida.

Era inicio dos Anos 90, minha vida universitária começava e com ela novas amizades surgiram e uma delas em especial foi muito importante para mim, começamos a farrear juntos quando viajamos para um congresso de administração em Goiânia, lá criamos o “Melancésio”, conhecemos o “Serra Dourada”, a Balada de Goiânia entre outras coisas.

Desde então nossa parceria cresceu e fomos para outros Congressos em Recife e Maceió, e mesmo após a formatura a vida nos colocou de novo no mesmo caminho, trabalhamos juntos na Montagem da Pizza Hut em SC, nos esbarramos na “Califa” e enfim nos tornamos grande amigos.

Mas até então éramos amigos de Bar, festas, viagens, porém em uma coisa não nos parecíamos, eu tinha uma estranha mania que ele não compreendia na época, enquanto ele ia pro Mercado Público aos sábados de manhã beber uns Chopps com a turma eu preferia correr a esmo pelas ruas e praias de Floripa.

Depois ele foi pra Sampa conquistar o mundo e nos encontramos algumas vezes ao ano e ele sempre me perguntando se continuava correndo, e eu respondia – Cada vez mais!!! E contava um pouco das últimas corridas e aventuras.

Já fazia muitos meses que não conversávamos quando um dia ele me chama no MSN e diz

– Marquinho, to seguindo teus passos!!!....

Num primeiro instante eu não entendi nada, mas depois ele me explicou que estava treinando com uma “personal” de corridas em SP e que já havia eliminado 12 kgs em 06 meses e que se preparava para a sua primeira prova:

http://o2porminuto.uol.com.br/nightrun/sp/index_sp.html

Não pude esconder minha alegria e orgulho em saber que de alguma forma a minha “estranha mania” estava inspirando outras pessoas e mais importante que isso resgatando antigas e grandes amizades!

Ora pois, já estava me preparando para dormir após um longo sábado de treinos quando toca meu telefone e meio sonolento atendo a ligação, era ELE, LAURO ANDRADE FILHO, me relatando que ele tinha completado a Prova, os primeiros 5 kms valendo! Estava saltitante e entusiasmado, disse que foi muito bom, que o evento tinha bandas de rock e tal...mas que acima de tudo ele estava realizado e nas palavras tava “encarnado” nesse Vício de Correr!!

Eu fiquei quase sem palavras, quando ele disse que ao terminar a prova ele precisava ligar para mim e comemorar juntos essa grande vitória!

É muito gratificante saber que mesmo a distancia podemos influenciar positivamente nossos conhecidos, amigos e até desconhecidos.

É inspirador poder fazer parte e compartilhar da “Primeira Alegria” do mais novo Corredor!

Foram 5 kms em 29:54 min, mas que com certeza ficarão para sempre na memória do meu amigo Lauro.

PARABÉNS MEU AMIGO LAURO!!!!

Voce resgatou mais do que nossa amizade, resgatou mais ainda minha vontade de seguir em Frente e correr em busca de novos horizontes desafiadores.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

O Choro do Mário

Gostaria de ter a mesma inspiração que tenho pra correr na hora de escrever. Não é que eu corra melhor que escreva, nem que escreva melhor do que corra. É simples explicar! É que ultimamente tenho mais vontade de correr do que escrever aqui. Mas hoje um amigo corredor me trouxe uma inspiração...

Estava vendo o "Bom Dia Brasil", da rede Globo e entrou no ar a Coluna "Correndo Atrás", com o nosso querido Mário, que está vencendo novos desafios na vida, utilizando a corrida como aliada. Mas a cena que me inspirou foi o choro do Mário ao final da corrida de 7,3 Km no entorno da lagoa, no Rio de Janeiro. Aquele choro é bem significativo.

Lembro quando completei meus primeiros 3 km, antes mesmo de treinar com o mestre Paulinho. Eu vibrava como se fosse um gol, em plena beira-mar. Ninguém entendia nada. Na corrida é assim... Cada pequena etapa vencida, é uma grande vitória.

Daí que olhei pra trás e pra frente e vi bastante coisa nessa história. O Mário do "Correndo Atrás" me fez lembrar que desde aqueles meus primeiros 3 km já fiz muita coisa. Primeiro passo foi ter a orientação segura do Paulinho. Eu morria de medo de enfartar na beira-mar, aos 30 e poucos anos. Com Paulinho aprendi a correr bem e seguro, com saúde. Segundo passo foi encarar as corridas de revezamento, como a Volta à Ilha e o Moutain Do, minhas preferidas.

Depois disso vieram a Maratona de Curitiba 2008, a São Silvestre também no ano passado e a Maratona de Florianópolis deste ano. Desafios individuais e vencidos quilômetro a quilômetro.

Mas vou dizer pra vocês, o mais legal de tudo é aquela sensação que o Mário teve. Eu lembro de ter tido a mesma sensação em algumas das provas mais significativas. Como a Maratona de Curitiba, que me fez chorar como criança na linha de chegada. É uma sensação inexplicável e que não tem preço que pague.

Agora estou aqui, louco pra correr de novo uma prova como estas todas. Já estou inscrito para a São Silvestre e na ansiedade de chegar logo, mas antes ainda há muito treino pra treinar e quem sabe algumas linhas pra escrever - é isso mesmo, acho que vou voltar a escrever aqui mais periodicamente. Não é uma promessa, é uma intenção.

Parabéns Mário - fiquei feliz por você!

Quem não viu a matéria do Mário cedinho no "Bom Dia Brasil", pode acessar este link - http://colunas.globoesporte.com/correndoatras/2009/11/03/a-materia-do-bom-dia-brasil-de-hoje/#comments

Abraços,
Faraco

sexta-feira, 19 de junho de 2009

A GALERA!!!!

Hoje é sexta-feira!!!

Para muitos seria motivo de alegria pelo fato de estar acabando a semana, mas para mim o motivo de alegria é outro, é que amanhã tem treino Coletivo!!!

Sim, amanhã sábado temos aquilo que já está se tornando tradição àqueles que estão treinando sob a “batuta” do mestre Paulinho.

No início não parecia que essa idéia de Treinos Coletivos aos sábados ia “pegar” e me lembro minha sensação de desânimo naquele primeiro treino coletivo no Horto Florestal do Córrego Grande.





Eram apenas Eu, a Sabine (esposa do Mestre), a Jô e o mestre Paulinho.

Era dia 02 de maio deste ano e só 02 alunos apareceram.

Ah...preciso ser justo! O Faraco também apareceu, mas já eram 11 horas da manhã e ele chegou de calça jeans só para nos dar um “oi” .

Depois desse dia passaram-se mais alguns finais de semana até Mestre Paulinho voltou a carga e reiniciou os treinos coletivos.

No dia 16 de maio já vieram mais “pupilos” e a idéia começou a prosperar.



Na Foto acima a presença dos “Xandes”.

E assim fomos seguindo a cada final de semana mais e mais carinhas novas fora se agregando ao grupo e entendendo a importância desde momento, oportunidade de trocar dicas, sentimentos, angústias e de se remotivar para mais uma semana.



E então aí nessa foto acima, vemos que a persistência do Paulinho valeu a pena e no dia 07 de junho era essa a “ A GALERA” que compareceu pra treinar!!!!

No último sábado, dia 14 tivemos a presença de um convidado MUITO ESPECIAL, que veio prestigiar nosso encontro semanal, mas sobre ele vou deixar meu co-blogueiro falar....


Abraços

Marcos Alexandre




sexta-feira, 5 de junho de 2009

O OUTRO IROMAN.....


Há tempos venho ensaiando para escrever sobre este assunto, talvez a princípio possa parecer que o relato de hoje nada tenha haver com este blog, mas no decorrer dos fatos veremos mais similitudes do que poderíamos imaginar.

Tudo começou em setembro de 2006, era um tempo em que minha vida estava correndo as mil e uma maravilhas, eu estava muito feliz e me preparava para me casar com a pessoa mais especial deste mundo, minha esposa Priscila.

Foi quando, lembro-me como se fosse hoje, o telefone da academia tocou e era para mim!

Como diabos tinham me achado ali? Era a minha noiva (na época) me dizendo para ligar para minha mãe com urgência, sem piscar liguei para ela, e recebi a notícia mais triste em minha vida, meu Pai estava com câncer!!!

Naquele instante um turbilhão de sentimentos e pensamentos passaram pela minha cabeça, parecia que uma BOMBA tinha estourado na minha vida!

A vida é assim! E é por ela que lutamos!

Naquele dia se iniciava uma Maratona com todas as nuances e dificuldades que uma prova como esta exige.

Em outubro de 2006 meu Pai passou por uma grande cirurgia para retirada do Tumor e parte do intestino, e em seguida fez tratamento com quimioterapia por 06 (SEIS) MESES, tendo inclusive ido ao meu Casamento com muito sacrifício.

Após este tratamento passaram-se mais de 02 anos e quando tudo parecia ter se resolvido, um exame de rotina detectou uma anomalia, e então mais uma vez a doença mostrava seus “dentes”, ela estava de volta, e mais uma batalha se inciava.

Foram 02 (DUAS) cirurgias em menos de 21 dias, um RIM a menos e quando já estava recuperado mais uma vez a notícia veio como um duro GOLPE para ele e para todos nós, a doença persistia e agora nem mesmo os médicos tinham um consenso entre eles.

Mais uma vez a persistência e a tenacidade deste “Homem de Ferro” o fizeram percorrer inúmeros consultórios, realizar uma batelada de exames e decidir com o apoio de sua família, que apesar das inúmeras dificuldades, valia a pena sim lutar!

Lutar por um sonho que por muitos não é valorizado, lutar pelo simples ato de Viver!

Desta vez o campo de batalha foi São Paulo, e lá se foi meu Herói, contando agora com todo o apoio de especialistas da área nutricional, psicológica e fisioterápica.

Desta vez houve uma preparação específica, havia um objetivo e havia nele características dignas de um IRONMAN, obstinação, persistência, foco, disciplina, fé e resistência e muita resistência!

E assim como numa prova de IRONMAN foram 11 (0NZE) horas de cirurgia, uma quimioterapia intra-peritonial (realizada diretamente dentro do abdômen) e mais uma vez meu Pai resistiu, mas uma vez a força dele nessa batalha foi preponderante.

E hoje, 13 dias depois ele já está livre dos tubos, drenos, sondas e dos pontos e com um prognóstico otimista de que valeu a pena Lutar!

A guerra foi longa, mas cada batalha foi vencida, assim como cada etapa de um IRONMAN é conquistada, assim como numa prova há momentos de incerteza, há momentos de exitação, de dor e de angústia, mas o espírito guerreiro destes Homens os fazem especiais e cada um em seu universo é um exemplo para todos nós.

Lembro-me que dias antes da cirurgia disse ao meu Pai:

- Pai, eu quero te ver lá...quero te ver na chegada do IRONMAN ano que vem, é por você que eu vou completar essa prova!!!

Naquele dia éramos só incerteza, hoje há uma certeza : VAMOS ESTAR LÁ!

DIA 30 DE MAIO DE 2010 QUERO TE DAR UM ABRAÇO , UM ABRAÇO DE UM IRONMAN PARA OUTRO IROMAN!!

TE AMO PAI!

Marcos Alexandre

sábado, 30 de maio de 2009

Homenagem aos Irons!


Hoje venho aqui não pra contar uma história minha. Estou aqui pra repassar a todos vocês leitores deste blog um relato especial.


Esta semana que passou, me dediquei a escrever uma nova coluna no DC, Diário Catarinense. Desta vez o assunto foi o Ironman, que vai ser realizado neste domingo, dia 31. Como resultado das colunas recebi de um leitor, um e-mail especial, com um relato também especial.


O leitor Wanderley Horn Hulse, atleta também, que já completou TRÊS vezes o Ironman, me presenteou com este texto emocionante que tenho enorme satisfação de colocar aqui.


É uma homenagem a todos os Irons, que vão fazer a prova neste domingo. Ao meu co-blogueiro, amigo-irmão Marcos também. Acompanhem:



Eu acreditei, eu voltei, enfim, eu consegui.Bem, todos os amigos e familiares sabiam da imensa necessidade pessoal que eu tinha em terminar a prova do último dia 25 de maio (Ironman 2008), de preferência de bem com a cabeça e a saúde. Depois dos dois primeiros Irons (2004 para 12 horas e 44 minutos e 2005 para 12 horas e 30 minutos), da interrupção nos treinos devido a trombose nas minhas pernas (final de 2005), do difícil retorno, enfim chegou o grande dia.

A natação foi muito boa, saímos, eu o Tiago juntos e assim fomos até por volta de uns 500 m. Foi então que eu levei uma leve porrada que deixou o meu óculos no meio da testa. E agora, se parar para arrumar, alguém me atropela. Nadei mais um pouco até conseguir um espaço para, bem rápido, arrumá-los e poder seguir em frente. Quando cheguei na praia, olhei no relógio (1 hora e 20 minutos) e já saí xingando: "que merda, treino pra caramba, nado e não consigo melhorar o meu tempo".


Ao chegar na tenda de troca vi o Diego, logo após o Tiago, comecei a ver que já não tinha nadado tão mal assim. Depois, conversando com a galera, cheguei a conclusão que a minha natação foi muito boa. Fiquei bem contente, afinal a corrente estava bem forte e o tempo de todos foi bem alto, parecia ter uns 4.000 m.

Logo no começo do pedal o Tiago já saiu que nem doido e foi-se embora. Parecia um coiote ligeiro, eu diria um Papaléguas. Logo no início, no valão, caiu minha sacola com as comidas, tive que parar e sair catando no meio da rua. Tudo tranquilo. Foi então que encontrei o Dieguito e fomos revezando e pedalando praticamente juntos até por volta do Km 45. Lá perto do Floripa, passou a Vanuza, minha primeira treinadora de Triathlon.


Fiquei mais contente ainda com a minha natação, afinal sempre nadei pior do que ela. Aos poucos acabei ficando para trás. Estava preocupado em me poupar para a corrida. Afinal não havia treinado tanto assim os longos e o final da maratona poderia ser muito difícil. O calor começava a apertar. A cada retorno olhava e observava o nosso nobre Éder, parecia um cachorro louco, pedalando pra caramba. encontrei o Mano com a bike quebrada lá perto do morro do Jardim da Paz, coitado, deu pena, não tinha como ajudá-lo.

Nos 90 Km, parei, saí da bike, fiz um breve lanche, conversei rapidamente com a família e amigos, recebi uns empurrões e saí em disparada para completar os outros 90 Km. Esses sim, foram bem sofridos. Cruzei com o Daniel Tatoo, parado, perto do Armazém Vieira, esperando chegar uma ajuda, já que a sua bike estava com o pneu furado. Enfim, parecia que não acabava nunca, não achava uma posição legal no clip que me deixasse mais a vontade. Fiz essa última parte praticamente sentado, sem o apoio do clip. Tudo bem, estava bem tranquilo, como escrevi no começo, queria mesmo era terminar. Passei por alguns atletas e fui passado por muitos, enfim, faz parte.

Quando comecei a corrida, olhei no relógio e era exatamente 2 horas e 45 minutos da tarde. Lá estavam novamente meus amigos e minha família para me empurrar. Comecei, bem devagar, 6 min/Km de média para ver se minhas pernas iam se acostumando aos poucos. A companhia da minha filha Renatta, que, de bicicleta ia conversando comigo e passando alguns suplementos de comida e bebida, me ajudou muito.


O coração começava a bater mais forte. Saindo de Jurerê, após levar algumas ameaças dos fiscais, ela foi embora para o pórtico e me deixou seguir sozinho para o fim do mundo, ou melhor, rumo aos morros de Canajurê. E lá se foi a média para uns 7 min/Km. Até chegar em Canasvieiras, por volta do Km 15, estava tudo bem demais. A média bem baixa, cerca de 6 min/Km, para conseguir chegar inteiro ao pórtico. Já na volta, lá perto dos morros, começaram a doer minhas panturrilhas, principalmente a esquerda. Acredito que, pelo fato de ter esquecido de ingerir sal com água e de estar muito quente, acabei ficando um pouco desidratado. Quando cheguei na Búzios, tive que fazer a primeira parada para alongar. A dor foi forte pra caralho.


Comecei a jogar água gelada nas pernas para ver se a dor amenizava. Os calos começaram a aparecer. Ao completar os 21 Km, olhei no relógio e vi que faltavam pouco mais de 2 horas para 12 horas de prova. Cruzei novamente pela minha família, lá também estavam o Gustavo, a Cida, a Gabriela, Reinaldinho, Sabrina, a Fê e o Fi, prá variar dando uma forcinha. E eles nem imaginam o quanto é importante para a gente esse apoio. Cada grito, cada empurrão, cada rosto conhecido que cruzamos nos dá um pouco mais de força para prosseguir, para não desistir nunca. Afinal esse é o nosso lema.

Pela primeira vez na prova, fiz uns rápidos cálculos e vi que poderia chegar abaixo de 12 horas. Abaixei minha cabeça, me concentrei de vez e fui embora. Esperava pela companhia da minha outra filha, Flavinha, para dar aquele empurrão que me faltava nessa última parte. Não deu, tinha muito movimento de carros e pessoas e os fiscais estavam pegando muito pesado com o pacing.De novo na Búzios, por volta do Km 28, puta que o pariu, começaram as cãimbras de novo. Dessa vez bem mais forte.


Vocês não imaginam o sofrimento que eu tive por causa das cãimbras. Realmente foram muito fortes. Tive que parar novamente, alongar, fechar a cara, segurar nos dentes a dor e tocar o barco, ou melhor, as pernas. Só mesmo com a força interior que eu estava naquele dia para suportar. Nada, mas nada mesmo, poderia me fazer parar. Engraçado, eu estava com medo dos meus tendões ou da minha coxa, e nada. Nem notei que eles existiam. O que acabou incomodando foram minhas enormes panturras. Ao chegar novamente ao pórtico, agora no Km 31, olhei novamente no relógio e vi que tinha feito dentro de 1 hora os últimos 10,5 Km.


Conclusão: faltavam mais 60 minutos para completar a última perna. Eram pouco mais de 60 minutos para completar os últimos e tão sofridos 10,5 Km. Abaixei ainda mais a cabeça, recebi uma força enorme da família e dos amigos e falei com a voz firme para minhas filhas: "Faltando 5 minutos para as 7 eu estarei chegando. Quero ver vocês lá. Preciso entrar no pórtico com vocês."


Lá pelo Km 35, próximo da subida leve de Jurerê, um pouco antes de entrar para a Dourados, bem na parte mais escura e sombria da prova, totalmente sozinho, lembrei dos acontecimentos ocorridos comigo em função da trombose que tive nas duas pernas em 2006, lembrei da minha família, dos longos treinos com os amigos, das dores que não me largaram praticamente em nenhum treino longo, dos dias com frio e chuva nos treinos e comecei a chorar. Parecia uma criança, as lágrimas corriam sem parar. Foi difícil, tive que me segurar muito para não me desconcentrar e acabar caminhando.


Eu sabia, se tivesse que caminhar, minha musculatura iria contrair de vez e talvez não conseguisse chegar ao final. Dessa vez levantei a cabeça mais ainda, olhei bem firme para frente e segui. Faltava pouco, muito pouco. Ao entrar na Búzios novamente, perto do Km 39, senti uma enorme ansiedade: “Meu Deus, esse pórtico que não chega nunca.” Continuei, firme com uma pedra. A cada Km olhava no relógio, a média continuava 6 min/Km. Ao chegar no Km 41, olhei pela última vez no relógio e vi que faltavam pouco mais de 8 minutos para as 12 horas de prova, pensei: "Agora eu chego, nem que seja de joelhos, engatinhando, me arrastando".


Quando entrei no tapete, olhei para a frente, vi minhas filhas me esperando, foi um misto de vontade de gritar, chorar, sorrir, realmente uma emoção indescritível. Momentos na vida da gente para não esquecer jamais. Tanto que hoje, depois de 2 semanas, todos os momentos estão muito claros na minha memória. Finalmente cheguei: 11 horas e 58 minutos. Firme, nem tão forte assim.


Tive que me jogar no chão de tantas cãimbras, muitas dores, calafrios, fome, nem lembro de tudo que senti. Após algumas ajudas dos staffs, aos pouco fui melhorando. Lembro, após cruzar o pórtico e de receber ajuda para me levantar, de ter encontrado de cara com o Tiago e de ter caído no choro novamente. Cumprimentei meu irmão e meus sobrinhos. Logo depois encontrei minha esposa, Laíris, minhas filhas e o Gustavo. Passou outro filme na minha cabeça e novamente foi um choro só. Estava difícil de segurar a emoção.

Nesses momentos de superação é que realmente percebemos o quanto são importantes os amigos e a família. Sem eles não somos nada. Nesse final, pedindo desculpas pelo atraso do meu relato, agradeço o apoio de todos, tanto durante como antes da prova. Em especial a minha família que esteve em todos os momentos comigo, seja nas minhas ausências ou no dia da prova, desde às 4 horas da manhã, sem um descanso, até o anoitecer. Também precisa ser Iron, convenhamos não é fácil.


Aos amigos Éder, Tiago e Diego, membros efetivos e remidos da TOPE, um abraço especial e um agradecimento pelos longos momentos juntos nos treinos. Ao treinador e professor, Roberto Lemos, outro agradecimento especial, pela paciência em aturar os furos e faltas nos treinos e pelos ensinamentos tão necessários e especiais para alcançarmos as metas planejadas.


No ano que vem devo ficar na folga, ou seja, só participarei de provas mais curtas (maratonas e meio iron). Afinal, o corpo e a mente precisam descansar um pouco, e a família precisa um pouco mais da minha presença. Nunca podemos nos esquecer: “o segredo é saber manter o equilíbrio de todos os lados: família, trabalho, esporte e lazer.”

Obrigado por tudo.A vida segue.

Wanderley Horn Hülse
Equipe Ironmind

terça-feira, 5 de maio de 2009

VOLTA A ILHA 2009


Passados pouco mais de 10 dias finalmente consegui escrever sobre a mais Tradicional prova de revezamento de Santa Catarina.





A famosa, idolatrada, temida e desejada "Volta a Ilha" - http://www.voltailha.com.br/ - que em sua 14 DÉCIMA QUARTA edição contou com aproximadamente 200 equipes que vieram dos mais variados lugares do Brasil e do Mundo, foi realizada no último dia 25 de abril.



E este ano marcou também um mudança, nossa equipe decidiu mudar de categoria, não porque almejavamos vencer a prova, mas porque todos os anos corríamos mais rápido do que o tempo que era estabelecido pela organização na Categoria Participação (categoria amadora...mas nem tanto!), e quando se corre com um "pace" mais veloz do que o estipulado estabelece a regra que a equipe deverá ser penalizada.



E isto fez com que no ano passado nos fora acrescido 30 minutos por termos superado nosso tempo e feito a prova em 12 horas e 35 min.



Pois bem, esse ano demos um "upgrade" e fomos para a Categoria aberta onde o limite deixa de ser o tempo máximo permitido para ser o tempo mínimo exigido, e onde as melhores equipes estão!



O tempo mínimo exigido é de 5 min por Km, o que foi facilmente obtido ano passado quando a equipe era composta também por bravas mulheres, então esse ano seria "mamão com açucar"!!!



Ledo engano! Este ano como diz Sérgio Xavier, Editor da revista RUNNERS, o "Sertão virou mar"!!!



Choveram 3 dias inteiros (incluindo o dia da Prova) e pra completar o Mar "cresceu" e tivemos uma das piores "ressacas" nas praias de Floripa, e para completar o cenário desolador, nossa equipe teve importantes "baixas" e nos vimos na última semana com apenas 7 competidores (eram 8) e sem possibilidade de substituição (regras excessivamente rígidas que nao permitiam mais a substituiçao), dessa forma a maioria dos integrantes da equipe teve que correr um trecho a mais!!!



Pronto!!! Tava feito o enredo da trama, ruas alagadas (tênis IDEM!!!) , frio, ondas quebrando nas "costas" dos corredores, trilhas escorregadias, atalhos que viraram riachos, buracos que viraram Lagoas (Atravessei parte do meu trecho com água na cintura!) e enfim todas as equipes fizeram tempos bem maiores do que no ano passado, mesmo aquelas com 8 integrantes.



Nossa equipe que contou com 7 guerreiros (Faraco, Rivaldo, Hélio, Caio, Eu, Osni e Yuri) e 1 Timoneiro (Xande) sofreu e muito para completar o percurso total de 150 km!!!!


FARACO, tava sofrendo os efeitos pós-maratona, pesado e "travado" não fosse pelo espírito de equipe nem poderia ter participado dessa prova.


RIVALDO, que já se revelara um destaque na prova do Costão do Santinho, mais uma vez superou as expectativas e mostrou ter incorporado a atitude de um vencedor.


HÉLIO, manteve sua ótima regularidade e comprova a tese dos vinhos, que quanto mais maduro melhor!


YURI, fez a sua estréia com pé direito e correu feito veterano.


EU, fiz o meu melhor pace - 4:11 - no Trecho 05 e apesar de ter corrido dentro dágua fechei os 23 kms totais numa média de 4:32!


CAIO, conhecido como o "queniano albino", pulverizou os 02 primeiros trechos , chegando a rodar pra 3:57 por km, mas superestimamos seu potencial e em sua "casa" (Morro do Sertão - 15 km), acabou sentindo a fadiga e a falta de alimentaçao e quase nos matou de susto mas chegou no posto 18 com o semblante de um herói que nem na "derrota" se deixa abater, valeu CAIO!!!


OSNI, esse é o CARA, pois além de organizar ainda correu 04 QUATRO trechos e fechou a prova correndo para 4:55!!!


XANDE, apesar se recuperando-se de lesão foi ponto forte no suporte logístico e mental do grupo!!!



FECHAMOS a prova com o tempo de 13 hs e 01 minuto que somados a penalizaçao de 30 min por termos usado atletas nos trechos que eram dos atletas lesionados, totalizaram 13:31 min e fechamos na 21 VIGÉSIMA PRIMEIRA colocação na categoria aberta e aprendemos que essa prova é coisa pra gente grande e que com a força da natureza não se brinca.



Mas mais uma vez o que se sobressaiu foi o ESPIRÍTO DE EQUIPE, a SOLIDARIEDADE, a FÉ, a AMIZADE e o ESPORTE!



VALEU EQUIPE!!!



PARABÉNS A TODOS!



ATÉ ANO QUE VEM DE NOVOOOOO!!!!



MARCOS ALEXANDRE

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Reformulando os Planos


Depois de dois finais de semana massacrantes com Maratona de Santa Catarina e Volta à Ilha é hora de recomeçar.

Foram três dias em que fiquei de molho. Estava exausto, com os músculos doloridos, e precisava parar. Agora é hora de rever as bases, rever objetivos e recomeçar a treinar de acordo com estes novos objetivos.

Pela manhã fui pra academia treinar sob os olhares do meu técnico Paulinho. Foi um treino leve de bike e esteira. Ainda sentindo os reflexos do esforço feito, afinal foram 42 km de Maratona e mais 21 de Volta à Ilha.

Depois do treino (como é bom correr!) tive uma conversa rápida com Paulinho sobre objetivos. Vamos alterar a base física de resistência para uma base de velocidade e passar a correr provas mais curtas para fazer tempos melhores. Quero voltar a correr rápido. Vou me concentrar nas provas de 5, 10, 15 e 21 km.

O objetivo é baixar o giro por quilômetro. Minhas referências são de 4:30, 4:23, 4:45, 4:50 - dependendo da prova. Quero baixar estes limites. Isso vai ser meu norte para o restante da temporada.

É sempre importante traçar objetivos. A motivação depende destas metas. É muito gratificante alcançar objetivos. E correr rápido tem um gosto muito especial. Marcos, meu amigo co-blogueiro, deu um show de velocidade na Volta à Ilha e deixou todos espantados fazendo 7 km pra 4:15 por km. Fazendo um super tiro de 8 km na Base Aérea.

É isso que quero! Sentir a sensação de vencer o relógio...

As Martonas? Não abandonei, não! Tenho um enorme carinho por elas. Respeito também! Em 2010 eu vou voltar pras Maratonas. A primeira já tem data macada. Vai ser em Maio na cidade de Porto Alegre.

Agora vamos correr!

Abraços
Faraco

sexta-feira, 24 de abril de 2009

LENDA DESMISTIFICADA!!!!




Hoje vou dedicar esse espaço para falar de uma LENDA.

Há quase 02 DOIS ANOS venho escutando do meu treinador Paulinho que um tal de Renato tá treinando com ele e tal...

Daí vinham os treinos coletivos e ELE das poucas vezes que veio não treinou com a turma de alunos, mas como é isso ???? Mero expectador???

Ei!! Será que esse cara corre mesmo?????

Daí em diante ELE passou a ser chamado carinhosamente por mim (é claro) de “A LENDA”.

Pois vieram inúmeras provas, rústicas, maratonas e revezamentos e ELE não tava lá, para mim não passava de um ser mitológico que habitava apenas a imaginação de meu treinador.

Então como só o via pela Telinha da TVCOM e o escutava nos comentários na Rede CBN comecei a apelidá-lo de LENDA e através de alguns recadinhos, chats e torpedos INTIZICAVA com ele...hehehe.

Então nesse ano com a Volta do Paulinho pra Floripa, corriam boatos de que finalmente a LENDA iria correr, e seria na Rústica da MARATONA DE SC 2009.

Paguei para ver !

E ELE não só apareceu como também CORREU e muitooo!!!

Enchendo de orgulho seu treinador Paulinho e desmistificando a LENDA!

PARABÉNS RENATO SEMENSATI!

De agora em diante chama-lo-ei de simplesmente Renato!

Abraços

terça-feira, 21 de abril de 2009

O pós-maratona


Estou aqui ainda me perguntando um monte de coisas. Sei que poderia ter feito uma grande maratona. Mas será que realmente poderia? Até que ponto me pressionei para fazer o tempo que eu tinha colocado na cabeça? Até que ponto o que eu consegui foi uma grande mostra de força e superação?


O que sei é que me arrastei por malditos 14 quilômetros... 14 quilômetros! Uma distância tão comum pra mim. Um terço da prova. Corri bem até o 28º. Maldita água, madito 28º quilômetro.

O que eu sei é que estou em depressão pós-maratona. Isso, depressão pós-maratona. Por ter sido vencido! Pelo motivo que seja, eu não consegui fazer o que tinha na cabeça - completar a maratona em menos de 4 horas.


Minhas coxas ainda doem. Meus joelhos já não sentem mais o esforço. Perdi uma unha do pé-esquerdo (desculpem). Mas nada disso me incomoda mais do que a possibilidade de pensar que fracassei.


Me consolei um pouco ao ouvir a entrevista do campeão, Adriano Bastos. Ele mesmo revelou que teve que caminhar em alguns momentos. Ele mesmo reclamou da organização da prova no final e na frente das "autoridades". Mas cada um sabe o tamanho do seu sucesso ou do seu fracasso.


Já li no livro do ultramaratonista Dean Karnazes que cada maratona tem sua história. Essa foi uma história ruim. A de Curitiba, no ano passado, foi uma história boa.


Vou guardar na memória esta maratona como um desafio que ainda vai ser vencido. Vou guardar a frase que me fez entrar na minha segunda maratona. A frase é "vou voltar lá e vou fazer melhor!".


Não adianta, eu sou teimoso. Ainda vou fazer uma porcaria de uma maratona no tempo que eu quero fazer. Esse ano não vou mais correr maratonas. Vou me dedicar às provas de 10 e 21 km, mas ano que vem eu volto pra alguma maratona.


Pessoas especiais, além do meu treinador Paulinho (foto acima), estavam me esperando na linha de chegada e preciso agradecê-las aqui.


Obrigado mãe(na foto comigo), obrigado Evaldo, Henrique(meu irmão).


Obrigado Vera e Raphael pelos registros.


Obrigado Xande e sua família querida - jamais vou esquecer a cena de tuas meninas me dando força na beira-mar. Aquilo me emocionou demais e me fez seguir. Manda um super beijo pra elas.


Obrigado Aline, uma pessoa muito muito especial pra mim, um carinho enorme.


E por fim, obrigado Marcos - na vida a gente encontra irmãos que não são nossos irmãos, mas são. Você é meu irmão também.


Até a próxima!

Abraços
Faraco

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Obrigado Paulinho


20 de abril de 2009. N° 8412


DIÁRIO DA MARATONA Rodrigo Faraco


Como foi difícil completar


Uma maratona é muita coisa! 42 quilômetros é muita coisa. A constatação é natural pra quem acabou de sair de uma. Lá pelo quilômetro 29 eu virei pro meu treinador, Paulo Domingos Filho, e disse: “me lembre de nunca mais fazer isso aqui!”. Eu já havia avisado isso a vocês durantes estes dias de coluna aqui no DC. No meio da prova a gente sempre se pergunta e tenta achar os porquês.

Chega de suspense! Terminei a prova! Não como queria, mas terminei minha segunda maratona. Fechei o percurso em quatro horas e 29 minutos, 13 minutos acima do meu tempo de Curitiba, no ano passado. Tive problemas durante a prova.

Corri bem e dentro da minha meta até o quilômetro 28. Estava tudo certo. Tinha virado a metade da prova, os 21 quilômetros, em uma hora e 57 minutos. Me mantive bem, até que comecei a sentir fortes dores musculares nas coxas. O motorzinho começava a emperrar.

Foi então que quebrei minha regra básica. Virei pra Paulinho e revelei o cansaço. “Vou parar”, foi o que disse a ele. “Não vai, não!” – foi a resposta. Segui mais um pouco e logo depois comecei a andar. Pronto! Estava num dilema!

Mas quem tem um técnico como Paulinho, pode ter certeza que sempre há uma saída. Paulinho colocou todo a experiência adquirida nas provas de triatlo em prática pra me recuperar. Eu estava com um princípio de cãibras no adutor nas duas coxas e panturrilhas.

Meu treinador me guiou até o final, me pedindo pra caminhar às vezes, mas me fazendo correr muito mais tempo, claro. Segui pelos 14 quilômetros finais num misto de corrida e caminhada e sendo administrado por ele. Nos últimos dois quilômetros eu estava bem de novo para completar a prova.

Passei pela placa que indicava 41 quilômetros, eu virei pra ele, agradeci. Sabia que tinha chegado ao fim e ele era o responsável por isso. Agradeço mais uma vez – Obrigado, Paulinho! Daí pra frente foi a emoção da chegada. Como foi difícil completar. Mas nessa hora o meu sentimento não é de frustração. O sentimento é de satisfação, acima de tudo pela superação.

Pra fechar, o dever me faz registrar uma crítica construtiva à organização da prova, feita pela Fesporte. Os corredores de ponta certamente não tiveram problemas, mas os corredores comuns, como eu, ficaram sem água na via expressa inteira, do quilômetro 18 ao 29. O dia estava lindo, com sol na cabeça e faltou água! Um pecado pra quem corre uma maratona.


Abraços

Faraco

domingo, 19 de abril de 2009

TAVA NUM DIA BOM!!!!! (MARATONA DE SC 2009)



Tem aquele dia que voce vai pra corrida e já no primeiro km sente que nao está no "DIA" , mas hoje foi um dia diferente hoje eu tava num "DIA BOM"!!!




Hoje as 8:05 dei inicio a uma corrida "curta" (10 kms) mas que significou para mim o ápice de uma longa jornada, jornada que começou em 2005 quando comecei a treinar com o Paulinho e que culminou com o temporal de hoje!




Aqui segue a narrativa :




Sai no meio daquela multidão (talvez estratégia errada, podia ter saido mais a frente) e tive que me livrar deles pra poder começar a correr, fiz o primeiro KM para 4:17; resolvi manter o ritmo mais um pouco e segui fechando o KM 2 em 4:16; neste momento achei que tava meio forte pra chegar no mesmo ritmo até o final e tirei o pé um pouco do acelerador fechando o km 3 e KM 4 em 4:22; resolvi acelerar um pouco pra ver se fechava 5 km num tempo bom e deixava para ver se tinha gás para depois do km 5, resultando num KM 5 em 4:16.




Bom...passei da metade da prova e agora se iniciava o km 6, agora era hora de ir acelerando e fiz entao o KM 6 em 4:14; mantive o pace no KM 7 e fechei em 4:16; entao PAULINHO encostou e me ajudou na hora decisiva onde comecei a sentir um pouco o ácido láctico pegando, sua palavras foram importantes e fechei o km 8 em 4:12;




É...agora só faltavam 2 kms então resolvi acelerar um pouco mais e fechei o km 9 em 4:06; e finalmente comecei a visualizar a chegada e faltava só mais UM km , apertei o passo senti a dor e mas esqueci dela segui "socando a bota" e enfim fechei o km 10 em 3:48!!!!!!




Temporal!!!! Tempo total 42:17 e um pace médio de 4:13!!!!!




MELHOR MARCA DESTE HUMILDE APRENDIZ E AMANTE DAS CORRIDAS!!!




BPM MÉDIO DE 184 E MÁXIMO DE 198 NO ULTIMO KM!!!




VALEU!!




ABRAÇOS A TODOS E PARABÉNS AQUELA GALERA TODA QUE FECHOU A PROVA LOGO ATRÁS DE MIM - Rivaldo, Osni, Edson, Leandro, Atilio, Fabiano Marques, Hélio Chevarria, Renato Semensati, Charles da Silveira, Eduardo Trauer....e outro tantos que estiveram lá e mais uam vez desfrutaram da oportunidade que DEUS nos deu de fazer parte dessa tribo!!!




AH...FARACO TU É O CARA!!!!

sábado, 18 de abril de 2009

Domingo, no DC

19 de abril de 2009. N° 8411


DIÁRIO DA MARATONA Rodrigo Faraco

Agora é Correr

Chegou o dia! O dia da prova! Não há mais o que pensar, não há mais o que planejar. Agora é correr. Correr por quatro horas e 42 quilômetros... Sem parar! Essa é a regra, é a minha regra. Não posso parar! Não posso sequer andar. Tenho que correr! A minha maratona é pra ser corrida!

Não vou correr contra ninguém. Também não vou correr contra mim mesmo. Na verdade, eu corro a meu favor. Um passo de cada vez. E um depois do outro. Usando minhas energias, minhas forças. Me destruindo, mas me reconstruindo ao mesmo tempo.

Vou pelas ruas do meu lugar, da minha cidade. Cada reta, cada curva, cada prédio, cada casa... Beira-mar, no centro, na Agronômica, na trindade, no Santa Mônica. Tudo junto ao meu redor. Tudo muito familiar. Minha pista de corrida dos treinos diários. Um sentimento renovado.

Minha segunda maratona, mas a primeira em casa. Isso me conforta, me faz sentir bem. Nasci em Curitiba, fiz minha primeira maratona, por acaso, lá também. Mas é aqui, em Florianópolis, onde fui criado, onde cresci, onde me formei, onde vivo meus dias, que me sinto em casa.

Tinha que correr aqui. Meus amigos vão estar lá, meus parceiros de corrida também. Minha família vai estar lá. Quem não estiver também vai estar. Eu carrego comigo. Carrego cada um deles. Carrego cada sorriso, cada palavra de incentivo. Um passo depois do outro. Um de cada vez. Um quilômetro depois do outro. Sem parar! Não posso parar! Eu vim para correr!

Correr! Correr da vida, dos problemas. Correr pela vida. Correr para solucionar mais facilmente os problemas. São 42 quilômetros e muitos pensamentos na cabeça. São 42 quilômetros e uma vida que começa no primeiro, que sofre lá pelo 30º e que renasce e recomeça no 42º, no final.

Tantas coisas na cabeça. E muitos passos a dar... Um depois do outro. Sem descansar, sem andar, sem parar! Correndo... O tempo inteiro! São quatro horas e ainda faltam 195 metros. São intermináveis somente 195 metros. E mais alguns passos a dar. Pra chegar a hora de chegar. Pra chegar a hora de sorrir. Assim que vou chegar! Sorrindo! E espero te encontrar!

Sábado no DC

18 de abril de 2009. N° 8410

DIÁRIO DA MARATONA Rodrigo Faraco

Participe da Festa

Dia de maratona é dia de festa. Assim que tem que ser. É um grande evento, num domingo, envolvendo boa parte da cidade. Vá pras ruas amanhã, participe dessa festa. Se não for correr, vá lá pra ver. Faça festa, aplauda, grite por alguém conhecido ou mesmo desconhecido.

Tem que ser assim! Lembro que estava no quilômetro 34 em Curitiba, estava morto de cansado, quase moído por dentro. Ainda faltavam oito quilômetros de corrida. Uma mulher ficava parada ao lado de um poste e gritava sem parar: “vamos! Falta pouco! Vocês são heróis, vocês são heróis!”.

Fui me aproximando dela, do local onde ela estava e pensava: “grita pra mim, grita pra mim também! Olha pra mim! Eu estou aqui! Me ajuda!”. A mulher atendeu o meu pedido, mesmo que ele tivesse sido feito somente em pensamento. Aquilo fez muita diferença pra mim.

E gestos como aquele foram se multiplicando a medida em que nós nos aproximávamos do final. Nos últimos metros estava formado um corredor humano de energias positivas. As pessoas aplaudiam um a um os atletas que iam passando, passo a passo para terminar a prova. Era contagiante!

A maratona é dos atletas profissionais, mas é dos atletas comuns também. A maratona é da cidade e é dos moradores da cidade também. Não Buzine! Pelo menos nesse dia. Um pouco mais de paciência. Afinal, é só uma manhã diferente. Uma manhã de festa.

A nona edição da maratona de Santa Catarina é amanhã. E que muitas outras venham. Florianópolis, a capital da qualidade de vida. A cidade do “Volta à Ilha”, do “Ironman”, do “Moutain Do”. Enfim, vai chegar o dia mais esperado do ano até aqui – pra mim, é claro.

Pra mim e pra tantos outros corredores anônimos também. Corredores que passaram, assim como eu, os últimos meses se preparando pra isso, pra este dia e pra esta prova. Vamos! Vamos juntos! Pra esse grande dia, essa grande festa. Nos vemos cedinho, de manhã, ali, na largada, no ponto de partida.

Não Esqueça

Hoje é o dia para a retirada do kit de corrida da maratona e da rústica. A entrega do kit vai ser feita das 10h às 18h, na beira-mar, em frente ao monumento da Polícia Militar, mesmo local da largada.

Abraços
Faraco

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Sexta-feira - Diário Catarinense

17 de abril de 2009. N° 8409

DIÁRIO DA MARATONA Rodrigo Faraco


A Ilusão da Vitória

Faltando apenas três dias para a maratona, vou buscar inspiração nos feitos e em um pensamento de um grande atleta das corridas. Este atleta é referência pra qualquer um que inicie a prática do atletismo. Pra mim também é.

O mundo ficou espantado com os feitos deste atleta em 1952, em Helsinque, na Finlândia. Até hoje ele é considerado um monstro das corridas. Um fenômeno que conseguia ótimos resultados tanto nas corridas de média distância quanto nas de longa distância.

Estou falando do tcheco Emil Zatopek, que, em 1952, levou a medalha de ouro olímpica nos 5 mil, nos 10 mil e na maratona. Algo até hoje nunca repetido. O “Locomotiva Humana” também ficou na história por revolucionar os métodos de treinamento.

Zatopek popularizou, entre os profissionais de preparação física, o “treinamento intervalado” – seções de treinos com tiros de 200, 400 metros ou até mesmo um quilômetro. O segredo está na intensidade da corrida e no intervalo entre os tiros. Sempre tive pavor desse tipo de treino. Hoje já estou habituado. Zatopek chegava a fazer inacreditáveis seções com 70 tiros de 200 metros. Impressionante!

O tcheco costumava dizer que “na vida, assim como nas corridas, o mais importante é participar, ainda que a ilusão da vitória nos dê forças para continuar lutando”. Algo que nos remete ao espírito olímpico do Barão de Coubertin, à famosa frase “o importante é competir”. É no pensamento de Zatopek que me inspiro.

A “ilusão da vitória”, pra mim, é a chegada. É exatamente a mesma “ilusão da vitória” de Zatopek. A feliz, a consagradora, a redentora chegada! A imagem do momento final, imaginário ou real, alimenta o corpo de energias para que se consiga chegar exatamente ao fim.

Esta semana estou insuportável. Só tenho um assunto. Hoje é sexta-feira, mas desde segunda não consigo me concentrar em outra coisa que não seja a maratona de domingo. E confesso pra vocês que essa cena da chegada, que é a tal “ilusão da vitória”, já passou pela minha cabeça mais de cem vezes.

* Rodrigo Faraco é jornalista, vai participar da Maratona de SC, e, até o dia da prova, passará dicas e informações.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Quinta nooo Diáááriooo!

16 de abril de 2009. N° 8408

DIÁRIO DA MARATONA Rodrigo Faraco


Os últimos ajustes


Pronto! Os treinos acabaram. Realizei, ontem, meu último treino antes da prova de domingo. Foi uma corrida leve, de sete quilômetros, só pra manter o corpo em movimento. Agora é esperar pela largada. E é uma espera longa.

Mas, até lá, tenho ainda algumas questões a resolver. Há, também, um planejamento de prova a ser feito. Preciso deixar tudo pronto. Desde a escolha da roupa até a minha alimentação durante as quatro horas de corrida.

Escolher a roupa errada pode ser mortal para uma prova tão longa. Os movimentos repetitivos podem provocar as famosas assaduras por atrito. Nos braços e pernas. Procure usar aquele calção e aquela camiseta que você já testou durante os treinamentos e que você tem certeza de que não vão provocar esse problema.

A organização da maratona oferece água aos corredores durante o trajeto. É importante, mas você vai precisar mais do que somente água. Os isotônicos são fundamentais na reposição mais rápida de líquidos e sais minerais, perdidos durante a transpiração. O objetivo é prevenir a desidratação e cãibras. Isso deve ser feito a cada 30 minutos, em média.

Além disso, é importante a alimentação para repor as energias. Pra isso os corredores usam sachês de carboidratos industrializados. São produtos que tem a função de repor glicogênio e têm fácil assimilação pelo organismo. Nos exercícios, carboidrato significa energia. É o principal combustível dos músculos. Pra que eles se mantenham ativos e resistentes durante a prova, é preciso repor este combustível.

A indicação é de um sachê a cada 40, 45 minutos. Portanto, para uma corrida de quatro horas, vão ser consumidos em torno de seis sachês. O consumo deve ser feito com água. A utilização dos carboidratos em gel é importante, também, para ajudar na recuperação pós-maratona.

Mas atenção! Estes elementos devem ter sido utilizados durante o período de treinamentos. Seu organismo tem que estar habituado a eles. Correr a maratona é o resultado de toda uma preparação, de todo um planejamento. Assim como o seu corpo tem que estar acostumado e treinado com as passadas, com a corrida, ele tem que estar acostumado com esse tipo de alimentação também. Não invente moda!

* Rodrigo Faraco é jornalista, vai participar da Maratona de SC, e, até o dia da prova, passará dicas e informações.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Hoje no DC

15 de abril de 2009. N° 8407

DIÁRIO DA MARATONA Rodrigo Faraco

Mentalizar para vencer barreiras

Existem pequenos segredos durante uma maratona. Um deles é o mais famoso. A barreira do quilômetro 30. Entre os corredores há uma unanimidade: as “quebras”, os abandonos, as desistências, ocorrem sempre próximas ao quilômetro 30 da prova.

É uma distância curiosa. Você já correu mais de dois terços da maratona, mas ainda faltam 12 quilômetros. Pode parecer pouca coisa, mas não é. Essa “pequena” distância vai levar pelo menos mais uma hora pra passar.

Isso para corredores normais como eu, que naquele momento pensam nos quilômetros a serem percorridos, mas pensam também que têm mais todo esse tempo de corrida. Pode ser animador ou desanimador, dependendo do estado físico em que o maratonista estiver.

A preparação psicológica, a parte mental, é muito importante pra vencer estas barreiras. A parte prática já foi feita, que são os treinos para vencer os quilômetros da maratona. Agora é hora de completar a preparação com a mentalização da prova.

Primeiro eu preciso tirar da minha cabeça essa questão do quilômetro 30. Depois eu preciso visualizar o momento. Eu sei que vou estar cansado. É inevitável. Mas sei também exatamente em qual trecho da beira-mar que vou estar. Isso me ajuda. É um trecho bem familiar, um trecho que faz parte da minha rotina diária, perto do local de largada da Maratona SC.

Mas o segredo mesmo é seguir adiante. Quanto mais se corre, mais perto do final se está. Em Curitiba minha meta sempre era a próxima marcação de quilômetro. Do 30 para o 31, do 31 para o 32, e assim por diante. É claro que as forças vão indo embora, mas ao mesmo tempo elas retornam quando mais uma marcação é vencida.

A recompensa vem na placa que indica o quilômetro 41. Este momento é muito emocionante. È o momento do último quilômetro. Talvez o mais longo de toda a prova, mas também o mais prazeroso e emocional.

Naquela hora tudo vem a sua cabeça. Todas as dores, os amigos, os familiares, os treinos... Tudo! Até cruzar a linha de chegada. É isso que estou fazendo agora. Mentalizando as coisas boas, pra reviver no domingo.

Abraços
Faraco

terça-feira, 14 de abril de 2009

Hoje no Diário Catarinense

14 de abril de 2009. N° 8406

DIÁRIO DA MARATONA Rodrigo Faraco

Reta final

Recebi no domingo à noite minha última planilha de treinos antes da maratona. Até o próximo domingo estão programados três treinos. Aliás, só faltam dois, porque um já foi. São treinos leves, bem leves. O Objetivo é manter o organismo em atividade. É importante manter o corpo em constante estado de alerta.

Fiz ontem um treino de 45 minutos de corrida com ritmo variado. Corria normal durante três minutos e acelerava bastante por 45 segundos. Repetia a seqüência até fechar o tempo total do treino. É um treino que eu gosto muito, ainda mais nesta fase de polida final. Aos poucos fui me soltando mais e mais e correndo mais rápido.

Hoje não vou pra pista. Vou pra academia fazer bicicleta. São 30 minutos girando os pedais e pensando na vida. Amanhã faço o último treino. Meu treinador vai junto. Paulinho programou uma corridinha leve de sete quilômetros pra fazer em 38, 39 minutos. Depois vai ser só esperar pela maratona de domingo.

Mas o que quero mostrar pra vocês hoje é outra coisa. Junto com a planilha recebi também um recado. Um recado do meu treinador. São palavras de motivação e confiança. Um recado importante pra mim. É como a preleção antes do jogo. O recado me faz lembrar o que fiz até aqui e como me dediquei pra esta maratona. Por isso vou dividir com vocês.

“Boa noite, Faraco.Semana importante, tanto quantos as outras.São as lapidadas finais.Treinos cumpridos, tempos batidos, suor escorrido.E agora? O que vem? Pois, por mais estranho que achemos, vem a semana mais difícil. A véspera da prova.É nesta semana que decidimos se somos vencedores ou não. Decidimos sim! Nesta semana construímos em nossa mente cada pisada, cada passo e cada piscar de olhos na prova. Cada etapa vencida e cada quilômetro.Nesta semana matamos o monstro mesmo antes dele chegar... Ou o alimentamos com nossos pensamentos Te falo isto pois uma maratona se vence com a cabeça .Saiba de uma coisa: esteja certo de que dor, suor e alegria vão estar com você independentemente das palavras que eu ponha aqui.O importante mesmo é como você vai saber lidar com isto.Somos do tamanho que queremos ser e eu acredito que você é grande.Ótima semana um abraço do amigo e treinador Paulinho.”

Abraços
Faraco

segunda-feira, 13 de abril de 2009

CONTAMINADOS!!!!


Quando o organizador e cacique OSNI me ligou convidando para participar do Mountain do do Costão do Santinho - http://www.mountaindo.com.br/ - (revezamento de 70 km), a principio pensei em dizer NÃO, mas em que pese o fato de o calendário de provas de Florianópolis não ser nada lógico (Mountain do 11/04; Maratona de SC 19/04; e Volta a Ilha 25/04) coloquei na balança a questão do desgaste excessivo de um lado e a oportunidade de conhecer uma nova prova e curtir esse novo desafio.

No final das contas vocês já imaginam o que eu decidi né?

Pois bem, lá estava eu as 6:30 da madruga esperando a Van chegar e me levar para o local da largada no Costão do Santinho, neste ponto eu sabia apenas que iria correr o trecho 07 e que estariam na minha equipe os parceiros habituais de corridas Xande, Osni e Rivaldo.

No caminho fomos agregando novas “caras” à nossa equipe, Atílio, Leandro, Fabiano Marques e Edson, este quatro últimos eram todos colegas do Grupo RBS e todos estreantes em provas de revezamento.

Ao chegarmos lá já havíamos trocado algumas impressões e experiências sobre corridas de revezamento, para os “calouros” aquilo tudo era novidade e nenhum detalhe passava desapercebido, mas em seus semblantes já se podia observar uma pontinha de apreensão e ansiedade a medida de iam chegando os trechos de estréia de cada um.

Um a um, foram fazendo seu “debut” saiam ansiosos e a medida que venciam cada Km de seu trecho ia se sentindo mais confiantes (e ofegantes...rs) e enfiam cumpriram todos, cada qual o seu trecho com muita galhardia.

Atílio foi o primeiro a fazer a sua “iniciação” e o fez com maestria!

O Edson deu banho ao terminar o trecho empunhando a Câmera Cinematográfica sem perder o ritmo ( e a pose!!) !

Leandro pulverizou o trecho dele, parecia um veterano!

E finalmente , Fabiano Marques terminou seu trecho em areia movediça e ainda deu entrevista de bate pronto no final!!!

Depois vieram Xande, Eu e Osni fechando a prova em 6:41 min!!!

Na volta pra Casa os “Novatos” foram unânimes em dizer :

“quando é a próximaaaaaaa??????????????................”

Eu olhava para eles e via nos olhos de cada um aquele mesmo sentimento que me atropelou quando participei do meu primeiro Mountaindo em 2004, aquele vontade louca de voltar lá no meu trecho e fazer mais e melhor, de me preparar melhor e de me dedicar mais aos treinos, enfim eu senti que eles também foram “Contaminados” pelo bixinho que costumo chamar de “Vicio Correr”!

No final das contas ficamos em SEXTO LUGAR e de quebra ganhei novos amigos e parceirões!

Segunda-feira no Diário

13 de abril de 2009. N° 8405

DIÁRIO DA MARATONA Rodrigo Faraco

Na reta final

O que fazer na semana que antecede uma maratona? Esta é a pergunta que muita gente que está acompanhando meus relatos diários deve estar fazendo. Pois eu mesmo, como pseudoatleta de segunda viagem, liguei, na última semana para o meu treinador e perguntei Paulinho, o que eu tenho que fazer na semana que vem?

Paulinho está muito tranquilo. Ele me passa confiança toda hora. Está sempre atento aos detalhes. A resposta dele foi simples: “Nada de especial”. Como quem diz “não inventa moda! Segue a tua vida normalmente.”

Eu explico! Na sexta-feira passada fomos treinar na Beira-Mar. Ele estava observando minha postura de corrida. Comentou que havia percebido alguns detalhes que precisam ser corrigidos. Mas, ao mesmo tempo, Paulinho enfatizou que essas correções vão ficar pra depois da maratona. Isso porque agora não é momento de mudar nada. O que está feito, está feito.

É claro que nestes dias vou ter questões a cuidar. A alimentação, por exemplo. Tenho uma programação especial e preciso seguir para chegar com a energia suficiente no domingo, dia da prova. Vou priorizar as proteínas no início da semana, e os carboidratos a partir de quinta-feira. Ou seja, mais carne e salada no início da semana e mais macarrão e batata depois.

É claro que tudo isso serve pra mim. É uma programação feita pelo meu treinador para as minhas necessidades. Talvez a alimentação de um outro corredor durante esta semana siga um programa completamente diferente do meu. Cada organismo tem suas necessidades.

Paulinho me pediu, também, muita concentração. Para que eu fosse me fechando esta semana em torno do que vou realizar no domingo. Para que eu fosse mentalizando a prova, os trechos, os quilômetros... O que quero fazer. É como o artilheiro que mentaliza o gol antes da partida. Ele pensa na jogada, ele pensa no que fazer com o marcador dele, ele pensa no drible e como vai finalizar.

E os treinos param? Não, não param! Vão ser mais leves e mais no início da semana, mas não posso ficar parado a semana inteira. Seria um erro! É preciso manter o corpo em atividade. Mas isso é conversa para amanhã. Aí eu conto pra vocês como vão ser os treinos que vou executar esta semana.

* Rodrigo Faraco é jornalista, vai participar da Maratona de SC, e, até o dia da prova, passará dicas e informações.

Abraços
Faraco

domingo, 12 de abril de 2009

Domingo no Diário!

12 de abril de 2009. N° 8404

DIÁRIO DA MARATONA RODRIGO FARACO

Entendendo a loucura

Estava chovendo, e os corredores, encharcados, iam chegando um a um. Já passavam de três horas e meia de prova, os vencedores já eram conhecidos, mas cada um dos que cruzavam a linha de chegada fazia a sua festa particular. Mais ou menos contido, pulando, gritando ou com um simples gesto, eles comemoravam, alegres. Simplesmente comemoravam, sozinhos ou com os familiares e amigos.

Eu observava tudo ali, parado, olhando tudo na linha de chegada. Era o final da Maratona de Santa Catarina, em abril do ano passado. Choveu o tempo inteiro, desde as primeiras horas da manhã. Eu havia feito a corrida rústica de nove quilômetros mais cedo e estava ali parado, tomando chuva, na Beira-Mar.

Precisava acompanhar a chegada dos meus amigos, meus grandes parceiros de corrida que estavam pelas ruas correndo ainda. Eles faziam a maratona pela primeira ou pela segunda vez. Eu fiquei ali solitário, na chegada, esperando, nem me importava com a chuva.

E eles foram chegando um a um. Primeiro veio meu amigão, o cara que me levou pras corridas. Marcos Alexandre fazia sua primeira maratona. Apareceu no funil, na reta de chegada, quase voando. Estava empolgado, inteiro, mas muito cansado. Completou a prova em menos de quatro horas. Era tudo o que ele queria. Na sequência vieram outros ainda – o Daniel e a Adri, amigos de corrida também.

Aquilo tudo me emocionou, porque vivi junto com eles o período de treinamentos, porque acompanhei a luta deles para que estivessem ali realizando o sonho da maratona. As cenas não saem da minha memória.

É emocionante! Ver cada um daqueles corredores, os meus amigos e os que eu não conhecia, chegando e cruzando a linha final. Ver e entender o que significava pra eles vencer o desafio.

Aquilo me fez ter mais vontade de fazer eu mesmo uma maratona. Às vezes pode parecer uma loucura correr tamanha distância. Mas tenho certeza que naquele dia eu entendi um pouco mais o porquê dessa loucura. Agora é contagem regressiva. Falta exatamente uma semana. No próximo domingo eu vou estar lá.

* Rodrigo Faraco é jornalista, vai participar da Maratona de SC, e, até o dia da prova, passará dicas e informações.

Abraços
Faraco

sábado, 11 de abril de 2009

Sexta-feira

10 de abril de 2009. N° 8402

DIÁRIO DA MARATONA - RODRIGO FARACO

Cuidado, atenção!

Um mês antes da minha primeira maratona, eu estava fazendo tudo errado. Estava me alimentando errado, estava dormindo pouco e descansando muito pouco também. Apesar de tudo isso eu estava levando os treinos.

Chega uma hora que você se acha imbatível. Você acha que pode tudo. A corrida faz isso. A auto-estima vai lá em cima. É o primeiro passo para um grande erro: a soberba.

Um mês antes da maratona de Curitiba, que foi em Novembro passado, estava prestes a realizar meu último treino importante, o último “longão”. Já tinha feito longos de 20 e 25 quilômetros e tinha feito muito bem. Meu técnico programou então um treino de 32 quilômetros.

Tranqüilo, vou fazer! – pensei. Foi um grande erro! Eu estava menosprezando o tamanho do treino. Achava que faria a hora que quisesse. Não é assim! É preciso respeitar qualquer distância e qualquer corrida. Ainda mais se tratando de 32 quilômetros.

Era cedo, por volta das sete da manhã. Saímos eu e Paulinho para os 32 quilômetros de treino. Aos poucos eu fui sentindo o peso dos erros cometidos nas semanas anteriores.

Naquele treino eu fiquei desidratado e pela primeira vez, senti o que era uma hipoglicemia, que é o baixo nível de açúcar no sangue. Eu estava sem energias. Comecei a sentir no oitavo quilômetro. No décimo quilômetro eu já me arrastava. Mas fui dando um jeitinho e segui.

Ainda fui até o quilômetro 17, no puro sacrifício. Estava no bagaço. Parei! Não dava mais! Meu corpo não tinha mais energias. A frustração foi grande e o sentimento de derrota também.

Depois tive que ouvir uma merecida bronca do meu treinador. Era o que precisava para voltar a regular meus treinos, minha alimentação e meus sonos. Deu tudo certo depois na maratona, mas foi uma grande lição.

Hoje estou aqui, focado, concentrado e quase recluso. Falta pouco mais de uma semana para a Maratona de SC e estou bem. Aprendi que não somos máquinas. Aprendi que o corpo tem exigências e limites e que é preciso respeitar. Acima de tudo respeitar.

Grande presença

Maria Zeferina Baldaia, campeã da São Silvestre 2001 e terceira colocada na última edição, já confirmou a participação na Maratona Internacional de Santa Catarina. Ela participa pela primeira vez . A mineira tem no currículo os títulos da Maratona Stramilano, na Itália 2008, além da Maratona de São Paulo e do Rio de Janeiro, em 2002.

Sábado, DC

11 de abril de 2009. N° 8403

DIÁRIO DA MARATONA RODRIGO FARACO

Ajuste fino

Mais uma semana de treinos se foi. Esta semana foi tranquila. Como já disse pra vocês, estou em fase de polimento para a corrida do dia 19. É algo que todo atleta profissional faz antes das competições. Sai a carga pesada de trabalho e entra o ajuste fino. Eu não sou atleta profissional, mas minha preparação também passa por esse estágio.

É muito bom porque com o trabalho que estou fazendo agora, consigo perceber os primeiros reflexos de todo o treinamento pesado que foi feito antes. Ou seja, o resultado dos treinos pesados e de toda a dedicação começa a aparecer.

Meu treinador, o triatleta Paulo Domingo Filho, disse que iria me preparar pra que eu fizesse a maratona como um reloginho. Pra que fizesse a prova com soltura, com força e com ritmo constante.

Isso já está acontecendo. O polimento começou há duas semanas e já me sinto mais solto. Estou resistente e forte também. Me sinto assim. E as corridas realizadas nos treinamentos das últimas semanas me dão a certeza que estou com um bom ritmo para a maratona da semana que vem. Aliás, estou correndo com passadas bem ritmadas.

No sábado passado eu fiz um treino de 10 quilômetros. Fiz leve. Em 52 minutos 32 segundos. Estava bem, mas senti que ainda não tão solto quanto ainda quero estar. Nesta semana, na quarta de manhã, o treino programado era exatamente o mesmo – 10 quilômetros.

O engraçado e curioso foi o tempo que terminei esse segundo treino. Foram 10 quilômetros exatamente iguais aos de sábado, com 52 minutos e, pasmem, 32 segundos. Quando olhei no relógio eu não acreditei. A mesma média de ritmo, o mesmo tempo. Só que dessa vez a sensação era melhor. Apesar de estar fazendo tudo igual ao treino passado, eu me sentia mais leve e mais solto pra correr.

Isso é o polimento! Com o passar dos dias, a corrida vai ficar mais fácil. O ato de correr vai ficar mais fácil. Ainda tenho mais uma semana antes da prova. Vai ser uma semana especial esta que está por vir. Vão ser treinos de ajuste fino. A alimentação também vai ter um tratamento especial.

A tendência é que eu fique ainda mais solto. E isso vai me fazer render mais também na prova. Durante a semana eu conto pra vocês. Haja ansiedade!

* Rodrigo Faraco é jornalista, vai participar da Maratona de SC, e, até o dia da prova, passará dicas e informações.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

DC nesta quinta

9 de abril de 2009 N° 8401

DIÁRIO DA MARATONA Rodrigo Faraco

Corridas e corridas

Existem diferenças básicas entre correr distâncias curtas e longas. O desafio é diferente! O modo de correr é diferente. Ano passado eu fiz em Novembro a Maratona de Curitiba, que, óbvio, tem 42 quilômetros de distância de percurso, e fiz em Dezembro a São Silvestre, que tem 15 quilômetros.

Depois de fazer a maratona, muitas vezes as pessoas diziam assim pra mim “ah, então agora a São Silvestre vai ser um passeio”. É algo que seria lógico, não é? Quem corre 42, corre 15 quase três vezes. Então a corrida de 15 quilômetros seria mais fácil, bem mais fácil. Correto? Mas não é bem assim.

Na verdade são desafios específicos. Tudo vai depender da intensidade que você coloca para cada uma das corridas. Para correr 42 quilômetros preciso de muita resistência e coloco um ritmo mais leve, justamente para ter essa resistência. Para os 15, velocidade.

Na maratona, que era a minha primeira, o objetivo era completar a prova. Era chegar. É muita coisa correr 42 quilômetros. E como era a primeira vez que faria aquilo, terminar significava vencer.

Para a São Silvestre o objetivo era fazer o melhor tempo possível. O objetivo era correr rápido. Não completar seria uma grande derrota, porque 15 quilômetros é uma distância habitual pra mim, uma distância que está com freqüência nos meus treinamentos. Então eu tinha que completar e fazer meu melhor tempo para essa distância.

Fiz a São Silvestre com o meu melhor tempo - uma hora e 13 minutos. Completei a maratona em quatro horas e 16 minutos. Se eu tivesse feito a maratona no mesmo ritmo da São Silvestre completaria os 42 quilômetros em três horas e 25 minutos. Mas isso não seria possível. Não resistiria naquele ritmo, no ritmo da São Silvestre, por 42 quilômetros.

Existe entre os corredores um mito de que só é corredor de verdade quem corre pelo menos uma maratona. Imaginem, 10 quilômetros seria pouco então? Pra mim nada disso vale. Se você vai correr 3 , 5, 10, 15 ou 42 quilômetros, não interessa. O que interessa é que você tenha o hábito de correr. Se você corre com freqüência, então você pode sair por aí dizendo: eu sou um corredor!

Abraços
Faraco

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Quarta-feira no DC

8 de abril de 2009. N° 8400

DIÁRIO DA MARATONA Rodrigo Faraco

O fazer bem-feito


O treino te faz ter certeza de que é possível realizar uma corrida, uma prova, um desafio. Meu amigo Luiz Carlos Prates costuma dizer no programa de todas as tardes na CBN Diário que “não existe almoço grátis”. Isso também vale no esporte.

Não há como fazer algo bem-feito sem treinamento. E o fazer bem-feito engloba diversos aspectos. O fazer bem-feito é fazer, é completar. O fazer bem-feito é completar a prova dentro de um tempo estabelecido. O fazer bem-feito é também o fazer com qualidade, sem prejuízos à saúde.

Quando corri a Maratona de Curitiba, no ano passado eu fiz bem-feito. Fiz bem-feito porque terminei a prova, o que era a primeira vitória. Fiz bem-feito porque fiz mais ou menos dentro daquilo que queria como tempo pra mim. E fiz bem-feito porque no outro dia estava inteiro e fui trabalhar sem problemas, ou seja, meu corpo não tinha sofrido os piores reflexos que uma maratona pode trazer.

Tudo porque estava bem treinado, estava bem preparado para aquela corrida e sabia disso. Quando eu cobria os treinos e as entrevistas coletivas da dupla Gustavo Kuerten e Larri Passos eu prestava muita atenção no que era jornalístico, mas estava sempre de ouvido atento ao que era ensinamento esportivo também.

Lembro que Larri explicava, daquele seu jeito fissurado e trabalhador, que treinava Guga até o limite porque ele, Guga, tinha que ter certeza que estava pronto pra realizar. Do outro lado da quadra, “o cara”, o adversário de Guga, iria ter que ter treinado mais se realmente quisesse bater Gustavo Kuerten. Mas Guga iria sempre ter certeza que poderia vencer, qualquer adversário, porque tinha se dedicado aos treinos sem preguiças ou desculpas.

Assim é o esporte! Na corrida também. Quando eu estiver lá correndo, no dia 19, os 42 quilômetros da maratona, antes de pensar em desistir por qualquer motivo, eu vou pensar nos dias de treinos. Vou lembrar, que mesmo sozinho na maioria deles, eu estava lá, com chuva, com sol, às 7h da manhã ou às 10h da noite. Vou saber que a minha dedicação foi entregue para que possa realizar mais este desafio.

Abraços
Faraco

terça-feira, 7 de abril de 2009

Terça-feira

7 de abril de 2009. N° 8399

DIÁRIO DA MARATONA Rodrigo Faraco

Tempo e distância


Quanto tempo você leva para percorrer a distância de um quilômetro? Seis, sete minutos? Se você está começando a dar as primeiras corridinhas, talvez seu tempo esteja em torno disso. Então vamos fazer uma conta rápida.

Usando como base um tempo de seis minutos e meio para fazer um quilômetro de corrida. Uma maratona tem 42 quilômetros 195 metros. Multiplique então o tempo estabelecido pela distância da maratona. Chegaríamos à conclusão que este corredor levaria pouco mais de 4 horas e meia para terminar a prova.

Por que estou fazendo toda essa conta e estou dando todas estas explicações? Pra que você entenda o que fazem os maratonistas profissionais. O recorde mundial atual da maratona é do etíope Haile Gebreselaisse. Na Maratona de Berlim do ano passado ele fez o tempo de 2h03:59 batendo a própria marca anterior, feita um ano antes também em Berlim.

Esse é um fenômeno! E esses atletas profissionais são mesmo grandes fenômenos. São atletas de condição física privilegiada. Vamos aos dados e você vai entender o que quero dizer. Para fazer este tempo na maratona ele percorreu cada quilômetro dos 42 com uma média perto de dois minutos e 56 segundos para cada quilômetro.

Dois minutos e 56 segundos! Isso é fantástico! O etíope correu durante mais de duas horas numa velocidade espantosa de pouco mais de 20 km/h. Talvez você não consiga fazer isso de bicicleta.

Aquele ser humano normal, ao qual eu me referia no início dessa conversa, aquele que corre com um tempo de seis minutos e meio cada quilômetro, chega no máximo perto de uma velocidade média de 10 km/h para completar uma maratona.

E tenha certeza - ele já pode se considerar um vitorioso por completar a prova, tanto quanto o fenômeno é vitorioso com a marca espetacular.

Os vencedores 2008 e seus tempos

Na Maratona de Santa Catarina do ano passado Adriano Bastos de São Paulo foi o vencedor entre os homens. Ele fez o tempo de duas horas 16 minutos 20 segundos. Entre as mulheres, a alagoana Marili dos Santos foi a campeã. Ele percorreu os 42 quilômetros 195 metros em duas horas 36 minutos 21 segundos.

Abraços
Faraco

segunda-feira, 6 de abril de 2009

DC - Segunda

6 de abril de 2009. N° 8398

DIÁRIO DA MARATONA Rodrigo Faraco

Socialização

Correr é um esporte solitário, mas ao mesmo tempo não é. Não é uma contradição. A explicação é bem simples. A corrida é solitária porque é um esporte individual. O esforço é seu, as dores são suas e do seu corpo, e as vitórias são somente suas.

Mas a corrida socializa de muitas formas. Numa Maratona você conhece os melhores amigos da sua vida por apenas cinco minutos. Aqueles que vão ser grandes companheiros por apenas um ou dois quilômetros e depois você nunca mais vai ver na vida, mas também não vai esquecer.

Na minha única maratona foi assim. Estava lá pelo quilômetro 20. Estava solto e correndo fácil. Cheguei perto de um senhor de uns 60 anos. Ele estava bem cansado. Com a intenção de motivá-lo, falei “uso a técnica do piloto automático”. Ele me perguntou: “piloto automático?”A minha explicação foi simples! Disse a ele: “agora é mais difícil parar do que continuar, porque o movimento já está automatizado”. Ele olhou pra mim e sorriu. Completou só com um “boa! boa tese!”. Seguimos conversando animados.

Foi então que descobri que o senhor estava fazendo sua vigésima maratona. Imaginem eu, um novato, dando conselhos e tentando motivar um senhor que já tinha ampla experiência.Nós dois fomos amigos durante no máximo cinco, dez minutos. Grandes amigos!

Depois segui em frente e o senhor ficou pra trás. Quando terminou a prova, ainda o procurei para cumprimentá-lo, mas não o encontrei. Nunca mais o vi e é bem provável que nunca mais o veja. Hoje nem me lembro mais de seu rosto, mas certamente nunca mais o esquecerei. Nunca mais esquecerei aquele momento.

* Rodrigo Faraco é jornalista, vai participar da maratona e, até o dia da prova, passará dicas e informações.

Abraços
Faraco

domingo, 5 de abril de 2009

DC deste Domingo

5 de abril de 2009. N° 8397

DIÁRIO DA MARATONA Rodrigo Faraco

Uma relação de Confiança

É como uma relação de pai pra filho. Não fosse a palavra final do meu treinador e a confiança que tenho nele e no trabalho que ele desenvolve comigo, eu não estaria embarcando no desafio de fazer mais uma maratona. E assim que tem que ser! Se não houver confiança não pode haver parceria entre o atleta e o treinador.

Há dois anos e três meses sou treinado pelo triatleta Paulo Domingos Filho, o Paulinho. No começo houve uma fase de adaptação. Eu tentava entender os métodos de treinamento dele e ele tentava conhecer o novo “pupilo”.

È como no futebol. Os jogadores só vão entender e fazer com perfeição o que o técnico pede, depois que o próprio técnico passar confiança a eles. E o técnico só vai saber o que fazer com o time depois que conhecer as características dos jogadores que tem.

O período de adaptação levou alguns meses e muitas teimosias minhas. A maior de todas causou a minha pior lesão. Eu escondia “treinos extras” do meu treinador. As planilhas e o planejamento dele previam uma carga de treinos durante a semana. O problema é que em muitas semanas eu executei uma carga quatro, cinco vezes maior.

Eu aproveitava cada horinha de folga no final de semana pra fazer corridas que não estavam previstas no planejamento. E não contava nada pra ele, óbvio. Resultado: tive que parar de correr por três meses! Minhas pernas não agüentaram a carga extra.

Com o erro aprendi a lição. Ou eu respeitava o que ele me passava, ou não havia sentido ter um treinador. Eu precisava confiar nele. Precisava executar a risca os treinos que me passava. Ao mesmo tempo, Paulinho precisava ter a certeza de que era exatamente aquilo que eu estava executando.

De lá pra cá, ajustamos tudo. Já corri muitas provas e nunca mais tive lesões. Paulinho é um profissional que cobra disciplina, que mostra resultados, que comprova teorias com práticas e que, acima de tudo, me passa extrema confiança. Por isso que agora estou seguro e confiante para correr minha segunda maratona.

Percurso totalmente plano ajuda corredores

A Maratona Internacional de Santa Catarina é considerada uma das melhores do Brasil para se conseguir uma boa marca. Isto porque o percurso do prova é totalmente plano, passando pela Beira-mar e pela Via Expressa Sul. No ano passado, a atleta Marili dos Santos soube aproveitar bem essa característica. Venceu a prova e garantiu o índice para representar o Brasil nas Olimpíadas de Pequim.

Abraços
Faraco

sábado, 4 de abril de 2009

Dc deste Sábado

4 de abril de 2009. N° 8396

DIÁRIO DA MARATONA Rodrigo Faraco

Treino Específico


Esta semana comecei um trabalho especial nos treinos. É o que o meu treinador, o triatleta Paulo Domingos Filho, chama de polimento. É a reta final de preparação para correr bem e solto os 42 quilômetros da maratona.

O Polimento é um trabalho totalmente diferente do que foi feito até aqui. Como já contei pra vocês, de janeiro a março deste ano eu fiz o trabalho de base para a corrida. Foram três meses intensos de academia, com musculação quase todos os dias, e pista, com os treinos de corrida

A musculação é imprescindível pra quem quer correr. Não são somente seus ossos e suas articulações que têm dar sustentação para que você corra. Os músculos têm que absorver a maior parte do impacto e têm que estar prontos para esse trabalho.

Além da musculação fiz um trabalho de volume também. Sempre aos finais de semana treinava o que costumamos chamar de “longão”. O “longão”, como o próprio nome já diz, é aquele treino com percurso mais longo, demorado, e que dá o lastro necessário para as corridas de grande distância. Fiz treinos longos de 10, 12, 15, 20 e 27 quilômetros.

Não é preciso treinar uma maratona, ou seja, 42 quilômetros, para fazer a prova. O que tem que ser treinado é o acréscimo de volume na sua corrida. Isso é feito aos poucos. É bom lembrar que já tenho carga de corrida e meus treinos levaram também em consideração o meu próprio lastro adquirido nestes últimos dois anos e meio.

Para este período de polimento, a primeira medida do meu treinador foi retirar a musculação. Na pista, corri segunda-feira uma hora em grama, com variação de velocidade e intensidade. Na quarta, estavam planejadas três corridas de três quilômetros. Acabei não conseguindo executar por ainda estar com musculatura presa. Na quinta fiz um trabalho rápido de soltura.

Agora, enquanto você está lendo esta coluna, eu devo estar na minha pista predileta, a beira-mar, correndo. Vão ser 10 quilômetros com tempo pré-estabelecido.

De olho na Grana

A Maratona Internacional de Santa Catarina distribui prêmios em dinheiro. São mais de 80 mil reais. O prêmio é distribuído para os dez primeiros colocados na classificação geral no masculino e para as seis primeiras colocadas no feminino. Além disso, existe também uma premiação em dinheiro aos melhores das categorias por idade.

Abraços
Faraco

sexta-feira, 3 de abril de 2009

DC desta sexta

3 de abril de 2009. N° 8395Alerta

DIÁRIO DA MARATONA Rodrigo Faraco

Kit básico

O que é preciso ter para correr? Qual é o kit básico? Bom, não é preciso muita coisa, principalmente para quem está começando. Primeiro você tem que ter disposição, vontade de sair de casa e ir para a rua. Às vezes dá uma preguiça... Mesmo em quem já está acostumado. Quando isso acontece, a primeira coisa que faço é colocar o calção, a camiseta, o relógio e o tênis. Pronto, agora que já estou fantasiado de corredor, tenho que ir para a rua! Fácil assim!

Mas agora que já falei, você já conhece parte do kit. A corrida não é um esporte caro, mas tem lá os seus investimentos. O primeiro vai direto para os seus pés, mas ajuda seu joelho, sua canela, sua coluna, seu corpo como um todo. A escolha do tênis é fundamental. Não saia por aí correndo sem um calçado adequado. Com o passar do tempo você vai entender a importância dele e agradecer esse conselho. Um dos piores inimigos dos corredores é o impacto. Na corrida, cada passo sofre a reação do solo de 2,5 a três vezes o peso do seu corpo. Esse impacto pode ser amenizado com o tênis certo.

Outro amigo do corredor é um relógio com monitor cardíaco. Com ele você pode ficar atento à frequência dos batimentos do seu coração. Muitos treinos são feitos com base nestes batimentos. Existem diferentes faixas de batimento para cada tipo de treino. Mas o melhor de tudo é que com o hábito de correr com o relógio monitor, você vai se conhecer cada vez mais e vai conhecer, também, as respostas do seu corpo.

Para fechar, a roupa. Procure utilizar roupas leves. Nada de usar aqueles jaquetões fechados, achando que vai perder mais peso se ficar pelas ruas dentro de um forninho móvel, improvisado com roupas pesadas. Calção e camiseta são suficientes.

Só tome cuidado com gozações. Quando comecei, usava calções de surfista, que não foram perdoados pelos colegas corredores. Agora já estou bem mais “profissional”. Até já tenho uniforme especial para correr a maratona. Ah, um boné e protetor solar são bem-vindos também.

Não perca a hora

A maratona terá largadas em três horários. Às 7h35min, a prova feminina; às 7h45min, para os cadeirantes; e 8h a prova masculina. Logo depois largam os atletas da outra corrida, a rústica, de 10 km.No sábado, dia 18 de abril, um dia antes da prova, a partir das 10h, vão ser entregues os kits de prova aos competidores. Os kits contêm os chips de prova e a numeração de cada atleta.


Abraços
Faraco

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Coluna de hoje - DC

2 de abril de 2009. N° 8394

DIÁRIO DA MARATONA Rodrigo Faraco

Tem que gostar


A primeira coisa para começar a correr é gostar de correr. Como na escolha de uma profissão ou carreira, é preciso ter gosto pra coisa, senão você não vai evoluir. Os obstáculos criados pelos compromissos diários sempre vão ser maiores do que a própria vontade de praticar a corrida.

Correr não é uma atividade esporádica. As corridas não têm que ser algo a mais na sua vida. Correr é uma atividade que tem que ser parte da sua vida. Correr é um hábito, um estilo de vida, e disciplina é uma palavra-chave. Ou você corre ou você não corre. Ou você é um corredor ou não é. Simples assim!

Mas se você gosta, já é um primeiro passo. Ninguém começa a correr correndo maratonas. Uma maratona exige paciência, planejamento, treino, treino e treino – muito treino! Para um dia começar a pensar em correr uma maratona, você precisa ter passado pelas etapas anteriores, uma a uma.

Comece correndo! A distância que for, a distância que puder! O seu máximo é 400 metros? Então corra 400. Tente um pouco mais amanhã.Mas há algo de muito importante nessa história: procure o auxílio de um profissional. A orientação profissional é fundamental. As pessoas que correm sem orientação geralmente fazem coisas erradas, e com isso certamente vão sentir os reflexos dos erros mais tarde, com lesões, principalmente.

Para correr a primeira maratona demorei quase dois anos realizando treinos semanais orientados por um treinador e passando por provas com distâncias mais curtas de 5, 10, 15 e até 21 quilômetros. O corpo vai aos poucos se adaptando ao esforço.

Hoje estou preparado para a segunda maratona. Os treinos de base e específicos para ela já foram feitos. De janeiro a março foram incansáveis os dias de treinos na academia, com a musculação, que é fundamental para a sustentação da corrida, e na Beira-mar, minha “pista de corridas”.

Anote aí – As inscrições para nona edição da Maratona de Santa Catarina e para a Corrida Rústica vão até o dia 9. A maratona está marcada para domingo, dia 19. O percurso oficial de uma maratona é de 42 km 195 m. A rústica deste ano vai ter 10 km. As inscrições custam R$ 30 para a maratona e 15 para a rústica e são feitas no site http://www.ativo.com/.

* O jornalista Rodrigo Faraco vai participar da Maratona de Santa Catarina e até o dia da prova passará dicas e informações aos participantes.-->
Tem que gostar

quarta-feira, 1 de abril de 2009

primeira Coluna no DC

1 de abril de 2009. N° 8393

"DIÁRIO DA MARATONA" - Pura Ansiedade

Lembro muito bem ainda da primeira Maratona que corri. Foi em Curitiba, novembro do ano passado. Apesar de todos os treinos, apesar de toda a dedicação, apesar de saber que você está pronto para correr os tais 42 quilômetros, você nunca sabe realmente o que vai ser percorrer e vencer o mito – a famosa maratona. É quase um salto no escuro.

Lembro que, antes da prova, um amigo meu, Rafael Maioral, que já tinha feito duas maratonas, me disse: “Faraco, corre no teu ritmo. Não tenta te poupar no começo achando que você vai estar inteiro no final, que isso não vai acontecer. No quilômetro 30 você vai estar muito quebrado!”. Era pura verdade!

No quilômetro 30 eu estava muito cansado, mesmo tendo me poupado no começo da prova. E ainda tinha mais 12 quilômetros pra correr. Olhei no relógio, que marcava três horas de corrida, e pensei comigo mesmo: “Ainda tenho no mínimo mais uma hora”. Ao mesmo tempo comecei a me questionar sobre o tamanho do desafio, e sobre os porquês de se fazer aquilo tudo. Não achei resposta e segui correndo.

Foram quatro horas e 16 minutos de corrida para completar os 42km195m de uma maratona. Tinha acabado a primeira maratona da minha vida! Era pra ser a última também, segundo minha própria análise durante a prova. Que nada! Quando acaba, vem uma sensação de dever cumprido, uma sensação de poder, um gosto de vitória, que no dia seguinte você pensa: “Vou fazer de novo e vou fazer melhor!”

Por isso estou aqui. Esse é meu desafio: fazer de novo e fazer melhor! Durante os próximos dias vou dividir com vocês a ansiedade, os cansaços, as dúvidas, as angústias, os treinos, tudo que antecede a realização da minha segunda maratona. É preciso muito treino, muita dedicação, disciplina e boa orientação profissional para fazer uma prova como essa. E é isso que quero contar diariamente pra vocês.

* O jornalista Rodrigo Faraco vai participar da Maratona de Santa Catarina, e, até o dia da prova, passará dicas e informações aos participantes.

Abraços
Faraco

quarta-feira, 25 de março de 2009

A volta e agora com nova parceria


Após longa espera e animado pelos posts do maratonista Faraco estou voltando ao blog!

Meu sumiço agora se deve a carga intensa de treinos a que me submete nosso Mestre (triturados de corpos) Paulo, não está sendo fácil treinar DUAS, TRÊS , QUATRO HORAS ou mais por dia e ainda ter forças pra encarar um escritório atolado de serviço, atuar no papel de Pai de Filhote de Cachorro, Marido e Filho de um Pai com problemas de saúde!

Mas isso é assunto para vários posts aqui....

O que me traz aqui hoje é o fato de que ao iniciar os treinos de BIKE visando o IROMAN DE 2010 ganhei um parceiro novo de treinos, ele já era como um quase irmão meu, mas andava meio afastado da pratica esportiva, meu amigo-irmao-futuro vizinho AMILCAR!

O cara tava paradão, mas talvez motivado pela minha loucura em treinar pra IRONMAN se inspirou e resgatou aquele jovem que treinava Pólo Aquático, moutainbike, futebol e etc...

Prova de seu “lastro” foi o fato de que já nas primeiras pedaladas juntos ele me deixou a comer poeira...

Mas o que importa agora é que o esporte realmente une pessoas e faz muito bem a saúde, que o diga o meu novo parceiro que já eliminou 12 kg!!!

Começamos com treinos de 30 km, semana seguinte já eram 40 km, depois 50 e agora estamos encarando 80 km.

Muitos pneus furado, alguns tombos e muito suor depois podemos ter uma certeza, essa PARCERIA está apenas começando e muito em breve o AMILCAR vai estar estreando nas provas de triatlon espalhadas pelo BRASIL!!!

BEM VINDO A TRIBO AMIGO!

ABRAÇOS

MARCOS ALEXANDRE

domingo, 22 de março de 2009

"A" Semana - uma super semana!!!

Foi uma semana pra acabar com qualquer um.

Os treinos dessa semana foram covardia, mas eu os cumpri. Fiz tudo que estava determinado pelo meu treinador, Paulinho.

Vamos aos números e detalhes:

Segunda-feira 16/03/2009 – Abrindo a semana eu tinha musculação e um treino em grama.

A musculação normal e sem problemas. Parte superior bem executada – fiz no início da tarde.

A corrida fiz a noite no canteiro central da beira-mar .

Eram 50 minutos em grama com marcação de quilometragem. O detalhe era que a cada 1KM completado eu tinha que fazer alternância de velocidade. Então a cada KM eu disparava e reduzia, disparava e reduzia. Isso por 2 minutos. Depois voltava a velocidade normal até que completasse novamente 1 KM de corrida.

Números desse treino:

Foram 8km449metros percorridos em grama pesada por 50 minutos.

1KM – tempo total 6min02segundos. Batimento médio 136. Melhor pace 5min22seg
2KM – tempo total 5min38seg. Batimento médio 151. Melhor pace 4min21seg
3KM – tempo total 6min07seg Batimento médio 152 Melhor pace 4min15seg
4KM – tempo total 6min16seg Batimento médio 149 Melhor pace 4min29seg
5KM – tempo total 6min26seg Batimento médio 149 Melhor pace 4min40seg
6KM – tempo total 6min19seg Batimento médio 149 Melhor pace 4min37seg
7KM – tempo total 6min16seg Batimento médio 151 Melhor pace 4min20seg
8KM – tempo total 5min50seg Batimento médio 154 Melhor pace 4min19seg
449metros – tempo 2min06seg – Pace 4min42seg – Batimento 161 Melhor Pace 4min11seg

Este treino é bem cansativo. A retomada depois dos DOIS minutos de disparar e reduzir é bem lenta e gradualmente eu ia retomando o ritmo, mas quando isso acontecia já estava na hora de disparar e reduzir de novo. Bem cansativo, mas feito de forma tranqüila e controlada, como mostram os números.

Terça-feira 17/03/2009 – Começa a pancadaria de verdade.

Normal musculação pernas. Executada de manhã e sem problemas.

A corrida incluía educativos – três tipos – e 12 tiros de 400 metros a serem executados depois dos educativos.

Fiz os 12 tiros. Eles estavam separados em blocos de 4, dependendo do educativo. Para cada educativo uma seqüência de 4 tiros, totalizando os 12.
Confira os números:

Tiro - Tempo do tiro – distância percorrida – pace do tiro – Melhor pace – Batimento

01 - 1min 42seg - 407 metros - 4min11seg - 3min57seg - 153
02 - 1min 39seg - 403 metros - 4min07seg - 3min35seg - 153
03- 1min 39seg - 408metros - 4min03seg - 3min46seg - 152
04- 1min 38seg - 404metros - 4min01seg - 3min41seg - 155

05- 1min 39seg - 402metros - 4min06seg - 3min48seg - 156
06- 1min 36seg - 403metros - 4min00seg - 3min22seg - 157
07- 1min 34seg - 400metros - 3min55seg - 3min40seg - 157
08- 1min 37seg - 403metros - 4min02seg - 3min33seg - 158

09- 1min35seg - 401metros - 3min56seg - 3min43seg - 161
10- 1min36seg - 404metros - 3min57seg - 3min32seg - 161
11- 1min32seg - 399metros - 3min50seg - 3min26seg - 162
12- 1min33seg - 397metros - 3min55seg - 3min45seg - 165

E este foi o treininho manso de terça. Manso mesmo, porque a seqüência da semana ainda teria outras surpresas piores preparadas pelo triturador de mentes e corpos Paulo Domingos Filho.

Quarta-feira 18/03/2009 – Este dia foi moleza. Musculação superior e 20 minutinhos girando em bike de academia. Tranqüilo. Treino executado de manhã.

Quinta-feira 19/03/2009 – Chegou o dia de me ferrar de verdade. Eu tinha musculação de pernas e pra acabar com tudo tinha nada mais nada menos que 11 tiros de 1 km pra tempo entre 4:30 e 4:50.

Fiz a musculação de manhã e os tiros à tarde.

Vamos aos tiros, que foram pra matar:

Tiro - Tempo do tiro – Melhor Pace – batimento médio – pico de BPM

01 - 4min46 - 3min55 - 150 - 159
02 - 4min35 - 4min01 - 157 - 164
03 - 4min32 - 3min41 - 157 - 164
04 - 4min33 - 4min05 - 161 - 167
05 - 4min32 - 3min55 - 159 - 167
06 - 4min32 - 4min05 - 162 - 168
07 - 4min29 - 3min56 - 162 - 168
08 - 4min30 - 3min54 - 165 - 171
09 - 4min29 - 4min03 - 165 - 171
10 - 4min33 - 3min51 - 166 - 172
11 - 4min23 - 3min47 - 168 - 176

Neste dia eu saí mortinho mortinho. Ás 9 da noite eu fui dormir. Tava acabado. É um treino que não acaba nunca. Impressionante. No Sétimo eu tava acabado já. Fiz na garra.

Sexta-feira 20/03/2009 – só musculação superior. Feito ok de manhã. Molezinha.

Sábado 21/03/2009 – Era chegado o grande dia. Treino longão. 27 quilômetros!!! Isso mesmo, VINTE E SETE km!!! Sem perdão.

Eu fiz. Sem mais nem menos. Eu fiz! Tempo total de 2horas 34minutos 59segundos. Pace médio 5minutos 44 segundos por quilômetro. Batimento médio 151. Melhor pace 4minutos 19 segundos. Pico de batimento 168. Este foram os números.

Usei 4 garrafinhas com Gatorade. Hidratação depois do 3º km e depois disso a cada 2 km. Carboidratos antes um sache. No 10º km outro sache e no 23º km outro sache.

Vamos lá com números e paces km a km:

5:46, 5:40, 5:51, 5:46, 5:54, 5:59, 5:57, 5:54, 5:52, 5:54
5:48, 5:45, 5:46, 5:46, 5:38, 5:44, 5:38, 5:39, 5:35, 5:35
5:51, 5:40, 5:49, 5:45, 5:39, 5:48, 4:57.

Foram meus pace, km a km. Sofri bastante. A partir do 20º, 21º tava bem complicado e durão, mas segui a diante mantendo ritmo. No fim soltei tudo no último km mudando modo de corrida – braços e pernas. Tava com pressa de terminar. É sempre assim. Foi bem difícil este treino. Mas a satisfação de completar é muito. Ainda mais ali sozinho, eu e a beira-mar. Foi tudo de bom. Hoje toh com jorlhos um pouco doloridos, só isso.

Abraços – obrigado mestre
Faraco