quinta-feira, 31 de julho de 2008

Saindo do papel


Bom gente, eu olho e não acredito muito ainda...

Como disse o Marcos, estamos entrando numa fase de NOVOS ARES, com NOVOS AROS.

Falei aqui pra vocês antes que um dia eu iria fazer um Ironman. Este é um projeto e esta é uma vontade pessoal. Tudo começou com a corrida. Atualmente eu treino pra fazer minha primeira maratona, que deve ser em Curitiba, no mês de Novembro.

Mas agora tenho em casa essa belezinha que vocês estão vendo na foto acima. O que é isso? Uma Bike! Uma bike de corridas...utilizada por atletas de competição, por tri-atletas.

Esse é o "projeto Ironman" saindo do papel. É o projeto virando realidade. Já estou treinando bike em academia desde de Janeiro. Começei por acaso, por causa da minha lesão na tíbia, que me impedia de correr. Mas tomei gosto, assim como já tinha tomado gosto pelas provas de Ironman nas coberturas jornalísticas que fiz anteriormente.

Agora tudo se junta e vamos juntos...eu e o meu parceiro de corridas(a pé ou de bike), o meu co-blogueiro Marcos. E vocês vão juntos também...aqui no blog.

Abraços
Faraco

domingo, 27 de julho de 2008

NOVOS ARES OU SERIA NOVOS AROS???



Inicialmente esse espaço parecia que seria destinado apenas a reflexões sobre provas e treinos que envolvessem corrida a pé... e seria mesmo, mas o destino quis que algo me fizesse mudar um pouco o foco do blog e do treino.

No mês de Maio deste ano fui acompanhar a prova de IROMAN aqui em Floripa e prestigiar meu amigo Caio em sua árdua tarefa em se tornar um “homem de aço”, porém voltei de lá com aquela imagem vencedora de quem completa a prova e resolvi que iria começar a me preparar para uma “loucura”dessas.

Há umas 3 semanas adquiri uma bicicleta “speed” e pedi ao meu treinador que fosse incluindo aos poucos em meus treinos diários o treino de Bike.

De uma hora para a outra me vi escolhendo acessórios totalmente desconhecidos até então: espátula, manguitos, bomba, clip, sapatilhas, capacetes, luvas, câmara....enfim um novo mundo se descortinava a minha frente.

Munido dos equipamentos básicos comecei a treinar, no ínicio apenas rodando de leve e descobrindo as manhas da Bike, e sentido as dores do Banco!!!

Ops...Selim!

E ontem... Ah ontem foi especial!

Eram 9:30 hs da madruga (sim é cedo, como diz o Faraco!!!) a planilha anotava 25 Km de Bicicleta, um dia espetacular, sol , céu azul , temperatura baixa, e Jurerê apinhada de triatletas treinando, lá fui eu, um novato na arte de “Correr de Bike”, parti devagar e aos poucos fui gostando daquele vento que batia no meu rosto, aos poucos ia pedalando mais a vontade e com mais força, subidas e descidas e parecia que as pernas faziam automaticamente os movimentos que me impulsionavam.

54 minutos depois estava terminado o treino.

Mas a planilha ainda anotava mais 5 km de trote com apenas 5 min de intervalo, lá fomos eu e as minhas pernas travadíssimas...hahahaha

O primeiro km foi travado, mas o segundo já tava solto e sentindo muito bem e tava correndo para 5:15 min/km, e isso era só um trote, mas cada KM ia sendo mais solto e mais veloz e com os BPM baixos, finalizei os 5 Km em 25 min e fiz o ultimo Km em 4:22 min/km!!!

Essa sensação boa de terminar o “trote” voando me deixou um dúvida no ar, será que treinar Bicicleta ajuda a aperfeiçoar a corrida a pé???

Pelo que senti sim!!!

Acho que os “Novos Aros” estão me levando a “Novos Ares”!

Abraços

Marcos Alexandre


Mais um longão

Desta vez as sensações foram diferentes, assim como o treino.

Foram 25 kms neste sábado, com direito a calo na sola do pé direito, um calo cultivado desde os 20 kms da semana passada. Desculpem, mas não tenho a intenção de ser clean aqui...a descrição é pra que vocês sintam o mesmo desconforto que eu senti....hahaha, que malvado eu!!!

Mas o desconforto foi só inicial. Depois o pé se torna uma coisa só e a dor se torna normal e algo pra se administrar sempre. Aliás, quem corre longões vive administrando dores localizadas que vão aparecendo e sumindo a cada novo quilômetro. Elas vão e vem, umas depois das outras.

Só que não estou aqui pra falar de dores, não. Estou aqui pra falar de vitória, de conquista. Desde minha contusão no ano passado, em Novembro, quando fiz um longão de 26 kms, não corria uma distância tão grande direto. Foi bom! É sinal de vitória, de cura. Afinal, minha lesão foi causada por aquele treino.

A lesão? Bom, isso vale outro post, mas rapidamente foi um princípio de fratura na tíbia esquerda. Era uma canelite mal administrada, que virou um princípio de fratura por estresse. Foram DOIS meses de fisioterapia e QUATRO ao todo de recuperação. Hoje convivo com o gelo e com os preventivos, pra que não volte mais.

Voltando ao treino, fiz a mesma coisa que na semana passada. Saí do trapiche da beira-mar e fui em direção ao Centrosul, que é o ponto ZERO. Do Centrosul voltei direto até a entrada do Córrego Grande, que é o ponto 9mil800metros. Depois fiz a volta e retornei para o Centrosul. Chegando lá fiz a volta e corri em direção ao trapiche, pra fechar os 25 kms.

Vamos as sensações. Saí forte, num ritmo bom e sem exageros. Estava correndo a uns 5min20 segundos por quilômetro. Assim fui sempre até o DÉCIMO km. Depois apertei um pouco ritmo, pra ficar perto dos 5minutos cravados por km. Cheguei a estar correndo uns 4min50segundos - 5minutos por quilômetro, entre pequenas oscilações.

Fui bem firme e forte até o 20º km. Igual semana passada, mas sem acelerar entre o 16º e 0 20º km. Foi então que senti o peso do treino. Desta vez senti pesar. Mas acho que faltou um carboidrato no 15º quilômetro. Tinha tomado um no 9º e achei que daria legal até o fim...me enganei. Deveria ter tomado outro entre o 15º e o 20º km. Bom pra aprender. Água e isotônico usei direto e aos poucos.

Depois do 20º km, sentindo pesar as pernas eu administrei os 5 kms finais. Como? Mudei a passada. Abri um pouco mais a passada, pra trabalhar com outro grupo muscular e ao mesmo tempo manter ritmo de 5 por km. Consegui legal isso. Por que fazer isso? Já aprendi nesse tempo de corrida que podemos mudar um pouco o grupo muscular que estamos usando variando passada e velocidade...como estava sentindo pesar os músculos usados em 20 kms de corrida, troquei algumas coisas e consegui administrar bem o cansaço. Do 20º ao 25º km eu controlei sempre o tempo pra não perder o ritmo de 5minutos por km. Ainda cheguei a correr abaixo disso no quilômetro final. Acho que 4min50segundos por km.

Os batimentos foram bem também. Muito controlados. Começou em 148 por minuto. Entre 5º e 15º km subiu pra faixa de 153-155. Depois perto de 158-159. Finalizou em 160-162. Esse treino era pra fazer com batimentos entre 150 - 160 por minuto. Então minha média, que ficou em 154, foi boa.

Bom gente, depois desse super relato, só quero dizer que fiz o treino de 25 kms em 2horas e 10 minutos, numa média geral de 5 minutos e 12 segundos por km. O que me traz satisfação enorme. Estive melhor que semana passada, apesar de mais cansado durante e depois, mas não vou querer estar inteiro/inteiraço sempre né. É só o começo dos treinos pra minha primeira Maratona, que deve ser em Novembro, em Curitiba.

Abraços
Faraco

quarta-feira, 23 de julho de 2008

3min38segundos - a nova referência

Lembram do monstrinho da semana passada? Pois eu encarei o irmão dele hoje. E desta vez o monstrinho ficou bem menos feio.

Primeira lição do dia: Não é possível fazer tiros de 1 km sem saber como fazer esses tiros de 1 km.

Pois bem, vamos lá!

Hoje de manhã, acordei cedo, às 9 horas(é cedo, pow!), coloquei meu tênis, meu calção e fui para a beira-mar, ao encontro do meu treinador e mestre das corridas, o guru Paulinho.

O desafio era cumprir um treino que previa 4 tiros de 1 km. A velocidade e o tempo seriam estabelecidos por ele, pelo treinador. Ele iria me ensinar a fazer os tais tiros na velocidade que ele já sabe que posso fazer.

Segunda lição do dia: tiro de 1 km não é tiro de 400, nem de 200 metros....tiro de 1 km é tiro de 1 km.

O que se quer dizer com isso? É a mesma analogia feita quando se compara corredor de velocidade, de prova de 100 metros rasos, com um fundista, que corre as provas longas, de 5 kms pra cima.

Então precisaria colocar na cabeça que o ritmo não era aquele de tiros de 400 metros. É que esse ano, até esta fase de treinos, só fiz treinos de tiros com 400 metros. Pois agora teria que me adaptar à nova realidade. E não estava conseguindo fazer isso. Errei na semana passada. Mas hoje acho que finalmente aprendi.

A execução começou com Paulinho me fazendo entender que deveria dividir em etapas os tiros de 1 km. Os primeiros 400 metros, na boa, a segunda parte de 400 metros, me readaptando pra correr forte e correndo mais forte, e os últimos 200 metros acelerando e já preparando, bem no final, para o próximo tiro.

O primeiro tiro foi o do acerto, o do ajuste. Larguei forte demais e Paulinho fez a correção imediata. Me segurou no ritmo certo pra não quebrar e ainda fazer bom tempo. Fui tranquilo entre os 200 e os 600, depois do ajuste no ritmo. Entre os 600 e os 1000 fiz um reajuste no ritmo, uma readaptação pra acelerar, e fechei o tiro tranquilo e num tempo ótimo. Foi feito em 3min55segundos.

O segundo tiro foi igual. Estava aprendendo então a fazer a coisa. A grande diferença foi a saída, que já não foi forte como no primeiro tiro. Estava realmente aprendendo a fazer os tiros. Era uma aula com o professor ao lado, de bicicleta, me orientando e me ensinando. Fechei o segundo tiro em 3min54segundos.

Chegava a hora do terceiro tiro. Agora iria acelerar de verdade. Novamente os primeiros 400 metros foram fundamentais. Vou chamar esse período, esse trecho de 400 metros, de "entrando no tiro". É isso mesmo! Você pode entrar bem ou entrar mal no tiro. A aula de hoje me fez resolver que iria passar a entrar bem sempre. Entrar bem é começar de leve, mas sem ser relaxado. Firme, mas sem me matar a ponto de quebrar. A execução foi ótima. Acelerei bastante dos 400 aos 800 metros. Nos 200 metros finais acelerei mais ainda. Terminei com tempo de 3min47segundos, mas cheguei um pouco ruim nesse final. Quase vomitei em plena beira-mar. Bom que a recuperação foi rápida e em poucos segundos estava pronto para o último tiro.

O último tiro. Esse foi sensacional. Foi espetacular!!! Mestre Paulo me fez correr muito. A estratégia foi enganar o corpo...na verdade, a estratégia foi enganar a mente, a cabeça. Como? Primeiros 200 metros - adaptação ao ritmo. De 200 a 400, acertar o movimento dos braços...pensar em acertar o movimento dos braços. De 400 a 600, analisar a respiração. De 600 a 1000, acelerar mais e depois um pouco mais ainda. O que fiz? Exatamente isso. Acontece que concentrando nesses aspectos até os 600 metros não percebi o tiro passar e quando me dei conta que tinha que acelerar só faltavam 400 metros pra correr.

Foi aí a grande virada. Paulinho foi na minha frente pra cortar o vento que era contra. De bicicleta me guiava e me dava o ritmo. Dava tempo para pensar em todas as coisas que deveria...braços e respiração e ritmo. Dos 600 aos 800 metros eu acelerei. Mas dos 800 aos 1000 eu cheguei a uma aceleração espetacular...estava muito rápido mesmo. Estava correndo como velocista de 100, 200 metros...era muito rápido. Bom, finalizei voando de verdade. Acabei e nem quis saber o tempo, que Paulinho estava controlando. Ele me perguntou o que eu achava que tinha acabado de fazer...e eu disse que não tinha noção de tempo, mas sabia que tinha feito um tirambaço.

3min38segundos. Meu melhor tempo até hoje para tiro de 1 km. E foi no último tiro! E cheguei bem!!! Cheguei muito bem!! Finalizei inteiro e ainda perguntei: tem mais um?

Terceira lição do dia: Posso fazer os tiros que achava que ainda não estava pronto pra fazer. E uma frase que o nosso treinador sempre diz - quando se acha que o limite chegou ainda há 30% a mais pra dar.

Obrigado Paulinho! Foi um grande dia de grandes aprendizados! Cada treino eu vou aprendendo a correr, mais e mais.

Abraços
Faraco

sábado, 19 de julho de 2008

Tava precisando...

Essa vida de jornalista pseudo-corredor tem suas frustrações, como a relatada no meu post anterior, mas tem suas satisfações também...é óbvio! Aliás, tem bem mais satisfações, por isso que eu corro, corro e corro.

Este Sábado foi "o dia"!!!

Treininho básico...hehehe...20 kms pra batimento 150-160 por minuto em ritmo constante.

Amanheceu com sol, céu claro, temperatura de 20ºC. Um dia perfeito pra ir pra rua e correr, simplesmente correr, sem contar distância, nem batimento, nem velocidade, nada...só correr por prazer mesmo.

Mas fui aliar esse prazer ao meu treininho de 20 kms, que pra mim não é um monstrinho, como o treino de 5 tiros de 1 km da quarta-feira.

("Tô com uma preguiça agora, mas tô afim de escrever sobre o treino")

Cheguei no trapiche da beira-mar às 9h05 minutos. Tinha combinado com meu parceiro de todas, meu caro amigo Marcos Alexandre, de largar de lá às 9horas. Chamei uma outra parceira de algumas, minha querida amiga Adri, mas ela desmarcou...ô furona!!! Mas corre muito também essa Adri, em velocidade e distância. Quem já estava por lá quando cheguei era o meu outro parceirão de quase todas, Osni Frech Júnior - esse é incansável.

Bom, saimos eu e o Marcos a correr em direção ao Centrosul. O treino dele tinha Bike e corrida. Ele já tinha feito uns 10 kms de Bike e iria então fazer mais 5 kms de corrida comigo, enquanto eu faria os meus 20 kms.

Seguimos então! Trapiche - Centrosul, 2,6kms. Centrosul - Trapiche, mais 2,6 kms e o treino de corrida do Marcos estava então finalizado. O bom de estar sempre correndo e ter preparo pra isso é que uma corridinha de 5 kms vira um trote de aquecimento....parece que nem conta, parece que nem entra na conta.

Mas eu fui em frente. Ainda teria mais 15 kms pra completar meu treino. Segui em direção ao CIC pela pista beira-mar. Meu planejamento era ir até a entrada do Córrego Grande, o que me daria 12 kms completados e voltar até o Trapiche pra fechar os 20 kms. Foi o que fiz. Mantive uma regularidade de passadas e ritmo portanto. Estava correndo em média a 5min30segundos por km, o que me dava uma velocidade tranquila de 11 km/hora. Segurei bem esta velocidade. Fazia tempo que não fazia um "longão", então eu não sabia como estaria para a volta e os últimos 7-8 kms.

Mas quando cheguei no Córrego Grande e fiz a volta senti que estava bem. Dei uma apertada de ritmo. Passo a passo agora eu já estava começando a contar os kms de verdade. Cheguei a 13 kms, faltam SETE portanto. Cheguei a 14 kms, faltam só SEIS. Quando cheguei a marca do 16ºkm foi a senha pra acelerar. Um motivo principal te faz fazer isso - terminar logo!!!

Os últimos QUATRO kms eu esqueci completamente os batimentos e a velocidade constante. Fui acelerando...Do 16º ao 18º km fiz em média de 4min50segundos por km. Do 18º ao 20º corri mais rápido ainda. Fechei correndo pra um tempo de 4min30segundos por Km. Isso dá uns 13,5 kms/hora de velocidade.

Fiz os 20 kms em tempo total de 1hora46minutos -uma média de 5min15segundos por km. Velocidade média de quase 12km/hora. Média boa na minha avaliação pessoal. Gostei muito do tempo!!! Adorei o treino!!!

Tenho que agradecer , claro, o suporte do meu parceiro Marcos, que me foi levar água do 10º km ao 15º km. Agradecer o Osni também, que tava lá me esperando no Trapiche na volta pra fazer aquele suporte especial com hidratação. E dizer pra Adri que ela perdeu....hahahahaha...furona!!!

Até a próxima pessoal...

Abraços
Faraco

sexta-feira, 18 de julho de 2008

UNIDOS NO LIMITE!!!



Eu ia apenas postar um comentário no post do meu co-blogueiro e amigo Faraco, mas como o que senti não pode ser resumido em poucas palavras resolvi fazer um post que tem a pretensão de complementar o dele.

Meu “monstrinho” que recebi do treinador PAULO DOMINGOS FILHO a princípio não era tão assustador, mas como já havia sido derrotado por outro na semana anterior, algo me dizia que esse monstrinho também poderia me derrubar.

Juro que tentei abstrair tudo de negativo que pudesse influenciar no meu desafio, fui para a batalha armado pra vencer...

A temperatura beirava 30 C em pleno inverno, a umidade do ar era de 40% e sol a pino.

Não sei se isso era negativo, mas quando comecei o aquecimento já senti as pernas mais pesadas do que de costume, finalizado o aquecimento parti para os 5 tiros de 1 km para 3:45 a 3:55 o km, o primeiro tiro fiz a 3:47 com o BPM já na casa dos 190, o segundo foi um pouco acima 3:52 com BPM acima de 190, no intervalo do 2º para o 3º tiro senti a minha língua grudar no céu da boca e o ar faltando, mas fui pro 3º e os reflexos começaram a surgir e fechei em 3:58 com BPM em 195, sem ar, sem pernas e sentado!!!

Quarto Tiro?

Não houve!

Assim como Faraco eu tive a humildade em reconhecer que fui derrotado pelo “monstrinho”.

Mas então lembrei que o treino ainda tinha mais 4 x 400 m para 1:30 min!!!

E como um guerreiro ferido tentei, e até triunfei nos 3 primeiros , mas não houve quarto, simplesmente não dava...ficou para a próxima!

Sinto que perdi uma batalha, mas não perdi a guerra!

Ainda não é hora, vou voltar lá e vencer!!!!

Palavra de Honra!

Abraços

Marcos Alexandre

Nem tudo dá certo

Essa semana foi a semana pra ser vencido.

Ser vencido pelo limite, pelo meu limite. Entender que ele existe, o meu limite, e simplesmente reconhecer a derrota, mesmo que seja momentânea.

Tem uma frase que diz que às vezes é preciso dar um passo pra trás pra depois dar outros mais pra frente. É mais ou menos por aí.

O que aconteceu? Vamos lá! Vou explicar...

Nada demais. Meu treinador, Paulo Domingos Filho, programou pra mim um treino de tiros, os intervalados, para quarta-feira. Era um monstrinho. Quando vi a planilha já sabia que era...um monstrinho. Mas esse ano eu não havia deixado de encarar nenhum monstrinho. Eram CINCO tiros de 1 KM para um tempo que variava entre 3min38segundos e 3min50segundos. Nunca havia feito isso.

Mas mesmo assim fui me preparando psicologicamente. De segunda até quarta pensei muito neste treino e até sonhei com a execução dele. Sabia que iria ser muito complicado. Mas pensei em fazer na boa, sem estresse. Fazer para o tempo mais alto. Todos os tiros para 3min50segundos.

Quarta-feira! Chegou o dia de encarar o monstrengo! Fui pra beira-mar, minha pista de sempre, meu trecho de sempre...para os tiros de 1 KM. Aqueci e então não havia mais nada a fazer a não ser começar. Larguei então para o primeiro tiro.

Primeira passagem, nos primeiros 200 metros - 41 segundos. Opaaa! Era pra passar 46 segundos, baixa aí meu filho! Segunda passagem, nos 400 metros - 1min26. Ai ai ai...era pra ser 1min32segundos....bom, larguei o relógio. Chega! Fui no ritmo! Senti que nas passagens de 600 e 800 metros meu corpo estava ficando pesado pelo esforço...nos 800 metros olhei pro relógio - estava 3minutos04segundos. Era extamente o que eu tinha que fazer ali. Mas pensei...perdi tempo e rendimento, preciso acelerar de novo. Aquilo me matou! Me esforcei pra fechar no tempo...fui, fui, fui, acelerei, pernas foram travando....travando...zuuuuftttt...passei! Relógio! 3 minutos e 50 segundos! Exatos 3 minutos e 50 segundos! Era o tempo! Mas estava travado, travadinho das pernas.

Ainda tinha mais 4 tiros desse...hahahhaha...imaginem. Nem pensar! Sem chance! Larguei pro segundo, mas nem cheguei aos 200 primeiros metros. Pensei e parei! Simplesmente parei! Eu não posso! Não cheguei a este ponto ainda! É isso! Era o meu limite!!!

Às vezes temos que reconhecer que não podemos. Eu vou chegar lá, mas decidi, que aquele momento não era o momento. Ainda não era possível!!!

Mas já decidi outra coisa também! Eu vou voltar lá outro dia e vou fazer! Foi o momento de ser vencido, mas pra vencer depois...

Pode marcar aí...tá registrado aqui no blog e num outro texto eu conto pra vocês a mesma história, só que com final feliz!

Abraços
Faraco

segunda-feira, 7 de julho de 2008

MARATONA BETO CARRERO



Não é uma tarefa muito fácil escrever sobre um tema ou evento quando meu co-blogueiro já o fez, como todos sabem quase não resta nada a ser dito quando o excelente jornalista já disse.

Mas vamos humildemente tentar em algumas palavras tentar passar as impressões do que foi aquela que promete ser a prova que com certeza veio para ficar: a Maratona Beto Carrero.

Digo isso porque a organização da prova apostou num binômio que é receita de sucesso “Competição e Família”, a exemplo do que ocorre na Disneylândia todos os anos, o evento realizado num parque temático consegue unir fatores que algumas vezes podem ser geradores de conflito para todos os corredores.

Quem tem o Vício Correr sabe que muitas vezes a família fica em casa enquanto os atletas estão fazendo o que mais gostam, e quando esse hábito se torna muito freqüente pode gerar algumas rusgas “em casa”, porém esse evento possibilitou que os competidores trouxessem suas famílias para curtir o parque enquanto o rolava a corrida.

Resultado: Um dia de um céu azul emoldurando o parque e famílias inteiras vibrando e curtindo essa prova, calcula-se que aproximadamente 1000 pessoas estavam lá por causa da Maratona.

A estrutura da prova foi muito boa, merecendo apenas um reparo quanto à equipe de hidratação que parecia meio perdida e em pequeno número.

A prova foi surpreendente, apesar do que prometia o site do evento (terreno plano), logo no final do primeiro KM existia um morro que testou a estratégia e a tração dos corredores, quem saiu muito forte pagou pra subir o morro e pode ter sentido a fadiga no final da prova, quem já havia sido avisado pelo colegas de equipe conseguiu planejar um pouco melhor a prova.

Foram duas voltas de um pouco mais de 5 km (para quem estava competindo em quarteto) que exigiram além de um bom preparo uma capacidade de concentração sobrehumana pois a cada pisada corria-se o risco de se torcer o tornozelo, o terreno era bastante irregular e atravessava inclusive uma via férrea o que aumentou ainda mais o grau de dificuldade do desafio.

Mas nada disso tirou o brilho do evento que foi coroado com uma forte estrutura pós prova que tinha até um estande com sucos deliciosos, frutas e massagem para repor as energias e relaxar.

A princípio fiquei um pouco desapontado com o meu resultado individual (10,25 km em 46:20 min), confesso que esperava mais, mas agora a tarde quando recebi os resultados oficiais da prova percebi que tínhamos feito uma prova sensacional!!!

FICAMOS EM SÉTIMO LUGAR!

De um total de 28 quartetos masculinos foi uma posição fenomenal, tenho certeza que cada um se esforçou ao máximo e mostrou que mesmo não sendo profissionais não deixamos nada a desejar a quem se dedica inteiramente ao esporte, afinal um jornalista, um militar, um médico e um advogado apesar de profissões tão distas conseguiram unir-se e formar uma equipe coesa e homogênea, e o que é mais interessante não queremos parar por aqui!!!

Nas fotos acima um pouquinho do espírito de time da equipe de revezamento (Alexandre entrega o bastão para Daniel que por sua vez entrega para mim, desculpe Faraco não tirei a foto da tua passagem pro Xande!)

PARABÉNS FARACO, DANIEL e ALEXANDRE !!!!


Maratona Beto Carrero - Minuto a minuto...


Sábado foi dia de mais uma corridinha.

Participamos da primeira edição da Maratona Beto Carrero, organizada pelo mesmo pessoal que faz o Mountain Do, na Capital.

Foi legal, mas não foi nada espetacular. O Mountain Do é bem melhor.

A equipe Do mestre Paulinho - Paulo Domingos Filho, nosso trainer - era um quarteto composto por mim, o Jornalista pseudo-corredor, Rodrigo Faraco, pelo médico Alexandre Studzinski de Oliveira, pelo Bombeiro Militar Daniel Fernandes e pelo advogado Marcos Alexandre da Silva.

Saímos de Floripa em direção ao Balneário Penha, onde se localiza o Parque Beto Carrero, ainda de madrugada, 5h30min. No caminho conversávamos sobre possibilidades, últimos treinos e trocávamos experiências recentes de corridas. Todos estavam empolgados em fazer o melhor, o que significava marcar os melhores tempos possíveis. Somos meio competitivos, cada um consigo mesmo, contra seus próprios tempos e limites.

Bom, chegamos pouco antes das 7h00min da madrugada(que mania que eu tenho de chamar certos horários de "madrugada"...não sei por quê!). Todos já na pilha da corrida. Queria mostrar um DVD pros colegas, mas eles não deram nem bola. Era sobre o Team Hoyt, dos Estados Unidos...mas desisti...enfim!

Fomos para o local da largada. Eu era o primeiro a correr. Coloquei aquela parafernália toda que envolve um "corredor" hoje em dia - monitor cardíaco, número, pulseira no pulso, relógio, e bastão de troca.

Estava pronto pra largar e ansioso já. Eram 8h12minutos quando largamos. Parecia uma manada quando abrem a porteira. Saem todos feito malucos como se o mundo fosse acabar nos primeiros MIL metros. Mesmo já sabendo que isso ia acontecer, saí junto com a manada na loucura. Saí forte demais, portanto!

Estava usando um equipamento, um relógio GPS, que me dava as medições todas na hora. Pace, tempo total de corrida, batimentos, distância percorrida e um monte de outras coisas que não dava tempo de olhar....afinal meu objetivo ali era correr e não olhar no relógio o tempo todo. Mas o bom é que tenho os dados aqui pra passar.

No minuto a minuto, ou melhor, no quilômetro a quilômetro, fiz o 1º km com média de 4min22segundos, com batimentos em 163 e cheguei a estar correndo pra 3min23segundos...uma loucura! Coisa da manada!

O 2º Km rodei a 4min24segundos e batimento chegou a uma média de 171. Mas aqui, nesse trecho estava escondido um pequeno imprevisto - uma morreba pra subir de uns 800 metros de distância. Toquei o pau mesmo assim. Cheguei a estar correndo pra 3min25segundos.

No 3º km a velocidade média subiu um pouco. Fiz em 4min39segundos. Batimentos estabilizaram em 171. Melhor pace foi de 4min05segundos. Coisa boa, mas ainda tava xingando o morro que me fez sentir um pouco o peso da corrida.

Cheguei ao 4º Km....Ufaaaa! Tá passando a primeira quebrada física e posso apertar um pouco mais! Corri pra 4min31segundos...batimentos baixaram um pouco mais - 169 por minuto. Melhor pace em 3min55segundos.

Vamos pro 5º Km e completar a primeira volta passando na frente do posto de troca e do povo que tá esperando. Mantive o ritmo...acelerei a 4min35, BPM ficou em 168, estável portanto. Melhor pace foi 4:09...ou seja, corri mais estável mesmo.

Cheguei em frente ao povão pra completar primeira passagem. Coisa boa...de volta à civilização...passei na frente de onde tinha largado, fui saudado pelo locutor oficial do evento e toquei firme adiante. A média foi mantida...batimentos a 170, corri pra 4min38segundos o 6º km.
Foi aí que veio a segunda quebra física! E essa foi bem quebra mesmo. Senti ficar tudo duro. As pernas travaram e tinha o morro pra subir de novo. Foi na garra então....pensei: vou subir essa porcaria na manha e depois toco o pau na descida. E fui! Cheguei a correr pra 6minutos o pace. Fiz a média mais alta nesse 7º Km - 4min58segundos. Uma meleca! Batimentos a 169 de média, mas cheguei a estar correndo pra 3min39segundos. Isso foi a descida...certamente...pra tirar o tempo perdido.

Veio o 8º Km e segui sentindo pesar as pernas. Média de 4min49segundos e batimento estável...graças - 169. Melhor pace foi 4min05segundos.

Faltavam DOIS quilômetros somente....hora de descer o cacete. 9º Km foi feito em velocidade maior mesmo. Média de 4min29segundos o Km e batimentos aumentando de novo - 172. O melhor pace nesse Km foi de 3min56segundos...muito massa ter me recuperado da quebrada física nesse final e poder voltar a acelerar e curtir a corrida.

Cheguei enfim ao 10º Km. Vamos Rodrigo! Mais! Mais rápido - pensei comigo mesmo. Consegui manter na verdade. A média foi de 4min28 segundos e os batimentos ficaram com marca de 173. Melhor pace nesse Km foi de 4min06segundos....estava terminando!

Agora a reta final! Hora de "faca nos dentes"! Hora de "socar a bota". Foi o que fiz! Eram 429 metros finais e passar o bastão para o Alê. A média ficou bem boa. 4minutos04segundos e batimentos foram na lua pro meu padrão - 176. Cheguei a correr para 3min27segundos..muita loucura!

Terminei! Total corrido 10,429 kms em 47minutos37segundos. Batimento médio de 169 e pace de 4minutos34segundos para o percurso total. A sensação sempre é a mesma: satisfação pelo dever cumprido. Satisfação por ter vencido mais uma. Só tava pê da cara que não tava preparado psicologicamente pra correr morro.

Passei o bastão pro Alê que foi pra seus 10 kms. Fez em 51 minutos. A sequência teve o Daniel Locomotiv, nosso melhor tempo - 45 minutos. Marcos fechou pra 46 minutos.

Gostei da prova, mas esperava mais. O terreno dificultava com muitas imperfeições - era uma mistura de buracos, pedras, areia, grama, coco de vaca e trilho de trem, alem de paralelepípedo. Todo cuidado era pouco com tornozelo, principalmente.

Pronto pra próxima!

Abraços
Faraco

terça-feira, 1 de julho de 2008

A GRANDE VIRADA!!!




No dia 12 de maio deste ano ao escrever meu primeiro “post” neste Blog relatei resumidamente a minha trajetória como corredor e sobre meu vício correr, e da “grande virada” que seria objeto de outro “post”.

Pois bem, hoje por inúmeros motivos chegou o dia de falar desta “Virada”, faço isso principalmente pelo fato de que o responsável por ela, estar hoje passando por um momento delicado e talvez essas minhas palavras tragam algum conforto e o motivem a continuar sendo quem é, e em busca de seus objetivos e metas.

Após praticar corridas por 15 anos e de ter participado de várias corridas de rua, de DUAS meia-maratonas e alguns short-thriatlons, comecei a sentir que minha motivação para correr estava diminuindo e que corria apenas para manter a forma.

Mas, por um desses mistérios da vida me mudei para um prédio novo e passei a ser observado (mesmo sem saber) por uma pessoa que entendia do “riscado”, e como um guru nipônico esperou pacientemente pelo momento certo de se aproximar de seu discípulo e com palavras sábias me fez perceber que eu estava estagnado e que sem os seus ensinamentos vitoriosos minhas corridas seriam sem evolução, MONÓTONAS e fadadas a uma decadência precoce.

Daquele dia em diante nunca mais um dia foi igual ao outro, e nenhuma semana foi igual a anterior, cada dia e cada semana e cada mês era um desafio novo, e quebrando paradigmas e platôs fui sentindo novamente o prazer de correr e mais do que isso de correr com “QUALIDADE”.

Novas palavras se incorporaram ao meu dicionário, Mesociclos, BPM’s, Volume, Tiros, longos, descanso, VO2, Vmáx, ácido láctico, “faca nos dentes”; “socar a bota” e etc...

E que venham os “educativos” (foto em destaque com o mestre “educando” o pupilo)

Antes de conhecer o “Mestre” (como carinhosamente é chamado), meu ritmo era pouco abaixo de 5 min/km e correr abaixo de 4 min/km era algo inimaginável, pois isso hoje já é possível e graças a um treinamento pormenorizado, científico e com os devidos cuidados médicos e mais ainda graças a uma paciência gigantesca do “mestre” em aturar meu Chorôrô, minhas desobediências e minhas indisciplinas.

Hoje estou correndo com uma nova postura, com mais conhecimento dos meus limites e do meu potencial, hoje já posso ser chamado de maratonista (completei a primeira em 20 de abril), hoje já planejo meu calendário e me imponho novos desafios e me preparo com a segurança de ter a ao meu lado um profissional do mais alto gabarito.

Por tudo isso e por me mostrar um novo mundo que eu não conhecia em matéria de corridas, por me proporcionar a Grande Virada na minha vida esportiva só me resta dizer :

OBRIGADO MESTRE! OBRIGADO PAULO DOMINGOS PEREIRA FILHO!

OBRIGADO PELA GRANDE VIRADA!!!!!!