segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Um por todos e todos por um!


Estamos a 5 dias de uma das provas de revezamento mais desejadas do Brasil, o Mountaindo da Lagoa - http://www.mountaindo.com.br/provas/lagoa-da-conceicao - foi nesta competição que eu fiz a minha estréia em revezamentos.

Naquela primeira vez, não tínhamos equipe de assessoria esportiva e nos “juntamos” pra correr em um grupo de amigos da academia, sendo que na última hora ainda recebemos mais dois atletas que estavam “sem equipe” no site do evento e nos procuraram.

Os tempos eram outros, eu ainda era “cru” em provas de montanha e muito menos ainda em revezamentos, mas tudo deu certo, e dali em diante apaixonei-me por esta modalidade e venho participando de tantas quantas eu puder nos últimos anos!

Depois, daquele inicio meio “amador”, a coisa foi evoluindo ao ponto em que hoje disputamos esse evento com não UMA, mas QUATRO, CINCO ou SEIS equipes da nossa Assessoria Esportiva.

Todos com planilhas de tempo estimado, tarefas para cada integrante, logística de todos os carros, lanches especiais, hidratação e suplementação profissional e sob a “batuta” do nosso Treinador PAULINHO.

Porém, neste ano não poderemos contar com ele, e por isso teremos que chamar a “responsabilidade” para si e cada um terá que se doar um pouco mais para que as coisas saiam dentro do planejado e que os imprevistos sejam equacionados de forma célere e inteligente.

Para que tudo funcione é preciso que haja comprometimento de cada um e que nenhum detalhe seja menosprezado, cada qual deverá saber que ao finalizar seu trecho deve imediatamente dirigir-se para o Carro de apoio para que não haja atropelos no próximo “posto de troca”.

Este ano haverá um chip e é o próprio bastão, portanto temos que fazer a “passagem” exatamente no “funil” do posto de troca.

Devemos lembrar que o atleta que chega vai precisar de água e repositor e que caberá a cada um de nós da equipe lembrar de estender a mão amiga e fornecer isto ao próximo.

Aqueles que estão com preparação com mais Volume de treinos deverão ir “puxar” os colegas de equipe de modo a fazer com que todos se sintam motivados e capazes de concluir seu trecho com toda a energia e vibração já famosa na nossa equipe!

Enfim, será um Mountaindo diferente, será momento de realmente fazer a força da União, união com inteligência e espírito de solidariedade, lembrando que não vencedores nesta prova e que todos nós já somos vencedores pelo simples fato de estar lá e poder desfrutar de momentos de convivência e esporte, tão raros nos valores da sociedade moderna.

Sábado será UM POR TODOS E TODOS POR UM!

Abraços

Marcos Alexandre

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

ELA VOLTOU, A MARATONA VOLTOU....

Foram 03 anos, mas essa longa espera valeu a Pena!

Fiz minha primeira Maratona em 2008, nunca me esquecerei deste dia, muita chuva e frio, uma fascite plantar durante toda a corrida e pouco mais de 6 meses de treino com assessoria esportiva.

Naquele dia completei minha primeira Maratona em 3 hs e 59 min, chorei copiosamente, mas um choro solitário, não tinha o calor da minha equipe, éramos só nós Eu, Faraco e meu cunhado Daniel e o onipresente Paulinho.

Ontem, foi diferente! Ontem eu tinha o apoio dos meus amigos da equipe, tinha a presença da minha família e de muitos amigos que fiz no esporte!

Bem vamos ao relato:

Ao contrário de todas previsões o tempo colaborou e amanheceu nublado e sem chuva.

A largada se deu pontualmente as 7:45 e ao contrário do que havia me proposto, revendo o meu garmin vi que já no primeiro e segundo kms fiz 5:09 e 5:10 min/km respectivamente.

Portanto sai mais forte do que havia planejado.

Depois, no Km 3 visualizei dois corredores com a camisa de uma prova chamada "two oceans 56 k" no cidade do Cabo - Africa do Sul, e por isso decidi ficar uns 5 mestros atrás deles pra manter o rtimo deles e assim fui do KM 3 ao 09 oscilando entre 5:15 a 5:18 min/km.

No km 10 pegamos a subida que antecede o tunel no sentido SUL-Centro e o pace subiu pra 5:20 e 5:33 , no km 12 fiz 4:58 descendo do tunel .

No Km 13 o Danton (médico) encostou e ficamos ali correndo juntos até o km 20 com um ritmo mais próximo de 5:10 e qdo senti que ele tava baixando pra 5 disse pra ele seguir no ritmo dele.

Km 21 fiz um mais uma vez o pace de 4:58, não sei porque, e fechei com 1 h e 50 min a primeira metade da prova.

Dali em diante tentei ficar num pace mais próximo de 5:05 e fiquei nesse pace até o km 32 quando passei novamente na Passarela "Nego kiridu" e escutei nosso povo verde (aninha, Carlinha, LU, Nilson) , meus pais, minha irmã, Faraco e amigos me apoiando...resultado : km 33 pra 4:50 min/km....hehehehe

Ah...não posso esquecer da Débora que tava lá no Km 30 com um sorriso enorme e uma garrafa de accelerade e dizendo que eu tava bem, eu retruquei a ela: "isso aqui é passeio pra ti!"

O kadinho (irmaozaço de fé) me acompanhou no km 28 até o 31, passei pra ele o cinturão de hidratação (que nessa hora parecia já pesar uns 100 KG) e ele me deu Accelerade geladinho (és um anjo!!!) e me incentivou.

Aí veio o ponto mais pesado da Prova, quando entramos na Via Expressa Sul e o mormaço começou forte e nada, nadica de Vento!

Era o KM 33 e me lembro bem de ter comentado pro Kadinho, "cara que clima é esse, parece que ligaram a sauna úmida"!!!

Dali em diante passei a pegar 02 copos de água gelada, um para beber e outro pra refrescar minha cabeça, nuca e braços.

O kadinho me deu BCAA e depois pedi a ele que fosse em busca do Victor, pois minha prova já estava no final e ele mais do que eu precisaria de suporte.

Nos Km 37 e 38 o pace subiu pra 5:22 min/km.

No km 39 o ZECA chegou e me "puxou" comecei a sentir a perna direira repuxar , senti um pouco de medo de caimbras, mas faltava tão pouco que nada poderia me fazer desistir.

Km 39 pra 5:13, km 40 subindo pro tunel 5:16 , km 41 de novo 5:13 .

Km 42 já louco pra terminar ...fiz 4:42 min/km ( e ZECA na minha frente ditando o ritmo)

E os últimos 292 metros foram pra quebrar e fiz 4:28 min/km!

Prova concluida!!!!

Um belo abraço encharcado da minha Irmã! Pose pra Fotos tiradas pela minha querida colaboradora Karen (obrigado por estar lá!)

No Meu Garmin marcou 42,292 km em 3 h e 38 min e 49 s, com pace médio de 5:10 min/km!

OBRIGADO ZECA, KADINHO, DÉBORA, ANA, CARLA, LU, NILSON, DANIEL BRASIL, VICTOR, FARACO, PAI, MÃE E MANA!

OBRIGADO PAULINHO POR ME FAZER SENTIR CAPAZ E ME DAR TODO O CAMINHO PARA ALCANÇAR MAIS ESSE OBJETIVO!!!

AH! A organização da Prova foi primorosa!!!

A estrutura a nossa disposição estava perfeita, KIT com camiseta, boné , meias e garrafinha, pipimóveis em número suficiente, ÁGUA GELADA a cada 02 kms, Gatorade a cada 03 kms, sinalização a cada km , staff lindo e atencioso, e o que foi aquela TOALHA que a Latin nos deu ao chegar da Maratona!!??, enfim se algum de voces que leem esse blog estiver querendo colocar uma Maratona no seu currículo , eis a melhor prova de que já pude participar nesses meus 10 anos de corridas!

Abraços

Marcos Alexandre

PS. Parabéns ao meu Sócio e Irmão pelo belo resultado!!! Eu sabia que vc podia!!!!!

terça-feira, 5 de julho de 2011

BETO CARRERO




Chovia há 4 dias, muita gente achando que a Maratona Beto Carrero podia ser cancelada, mas quem conhece o “kiko” (organizador) sabe que ele não cancela prova por nada.

E sabendo disso acordei as 3:30 da manhã e sai pra me encontrar com a Edu, Van e Lu e partimos de Floripa ás 5:00. O cenário era desanimador, BR 101 no escuro e com muita chuva e num dia que teimava em não nascer.

Mas, apesar de tudo isso, lá estávamos nós! 16 Sprintianos reunidos para mais uma corrida e confraternização!!!

A Maratona Beto Carrero é uma prova realizada em PENHA no Parque Beto Carrero e que foi inspirada na Maratona da Disney e assim como lá é toda realizada dentro dos limites do parque.

O trajeto original previa voltas de 5.300 metros, mas devido ao mau tempo, parte do circuito ficou intransitável e perigoso e acertadamente a organização da competição alterou o percurso para voltas de 2.750 metros.

A corrida perdeu o charme da estrada de chão, mas ganhou em velocidade ao suprimir as subidinhas do trajeto antigo.

Após ver o Cassiano vaporizar 11 km em 35 minutos, Xande fazer seu melhor “pace” nos 5 km, veio a minha vez de fazer as Duas voltas....

Sai “costurando” no meio do povo e desviando das poças quando escutei o aviso sonoro do meu Garmin apontar 1 km de prova e 4:07 min, levei um susto, tava forte demais, duas semanas antes mal conseguia correr num ritmo de 4:20 min/km.

No km seguinte tentei segurar o ímpeto, e preocupado em desviar das poças acabei não vendo o “pace” do Km 2 e Km 3 e só consegui ver que no Km 4 fechei pra 4:15 min e o último eu disparei e não vi também. Fechei os 5 km em 20:40 e pace médio de 4:08 min/km, meu melhor resultado desde os 4:09 min/km obtido em Garopaba.

O “Portuga” saiu “cavando” e quando vi já tinha finalizado as duas voltas dele e 19 minutos e pouco segundos e com ritmo médio de 3:53 min/km, o Cara tá voando!!!

Rapidamente chegou meu segundo trecho e desta vez procurei não desviar de poças e tangenciei mais, fazendo o trajeto “encurtar” em 200 metros , e fechei 4,8 km em 20 min e 33 s, com média de 4:09 min/km, mantive a regularidade.

Entreguei o bastão pro “Portuga” que mais uma vez fez bonito e nos fez finalizar com 2 h e 43 min!

Agora posso dizer que sou um “Sub 3 horas”!!!

O frio e a chuva se mostraram aliados e nos fizeram baixar nossos tempos e de quebra alcançar um QUINTO LUGAR na categoria Quarteto Masculino e atrás apenas de 17 equipes no geral (num total de 200 equipes).

Depois foi curtir o Parque, almoçar na beira do Mar e esperar para ver as meninas do quarteto feminino subirem no lugar mais alto do pódio (mais uma vez) e sentir um orgulho enorme de fazer parte deste dia e desta turma.

Que venha a próxima!

Abraços

Marcos Alexandre

terça-feira, 21 de junho de 2011

MEIA, “MEA CULPA”!



O dia estava perfeito, tempo seco, nubladinho, pouco vento e temperatura amena, enfim tudo conspirava a favor.




As semanas que antecederam a Meia de Floripa foram muito puxadas em matéria de treinos e os intervalados me fizeram atingir velocidades antes sequer imaginadas, os volumes de treino eram cada vez mais elevados e a qualidade dos treinos era perceptível.




Com tudo isso em mente, foi inevitável imaginar que Eu faria uma Meia Maratona com um tempo mais baixo do que a realizada no dia 20/03/2011 (1 h e 37 min e 14 s), mesmo que conscientemente eu não quisesse havia certa pressão pela melhora e quebra do tempo anterior.




Naquela ocasião o cenário era outro, o clima era de calor, havia dormido poucas horas e a véspera tinha sido diametralmente oposta ao recomendado pra quem quer competir no dia seguinte.




Pois bem, 07h41min foi dada à largada! E lá estava eu embolado no meio da multidão e com meu cinturão de hidratação novinho em folha recheado com 4 garrafinhas de Accelerade congeladas. Eu não queria que nenhum detalhe me atrapalha-se!




Mas parece que o excesso de zelo se mostrou meu inimigo logo ali na frente!




Na primeira subida (Meia mais plana do Brasil é???) uma das garrafinhas saltou longe do meu cinturão e tive que descer o morro de volta atrás dela, coloquei no “coldre” de novo e quando voltava ao ritmo desejado, mais uma vez a garrafinha caiu no chão e mais uma vez parei para junta-la e derrubar um corredor que vinha logo atrás.




Nessa hora fiquei decepcionado comigo mesmo, me perguntando como, como um cara que já correu tantas provas, podia ter sido tão amador? Como?




Lá estava eu com uma garrafinha na mão, comprometendo a postura e tirando todo o foco da prova, e quando já voltava para o “pace” desejado de 4:35 min/km uma segunda garrafinha se “revoltou” e pulou fora da minha cintura e caiu no meio da subida da Ponte Pedro Ivo, mais uma parada, mais perda de tempo, perda de postura e da paciência. E esta cena se repetiu mais umas 5 vezes, até o momento em que resolvi carregar 02 garrafinhas na mão esquerda enquanto tentava com a mão direita pegar os copos de água dos postos de hidratação.




Não queria jogar as garrafinhas fora, ainda mais que estavam cheias de accelerade!




Aguardei o quanto pude para encontrar algum conhecido, ou alguém da equipe para entregá-las em segurança, até que quando passava pelo km 12 resolvi descarta-las embaixo da plaquinha que sinalizava o Km.




Logo em seguida encontrei o PAULINHO e apenas disse a ele que tava tudo bem (mas não estava) e pedi que resgatasse as garrafinhas lá.




Somente então após 12 km é que consegui recolocar o foco na prova e tentei correr num pace mais próximo do desejado, mas não adiantava as cenas do meu amadorismo não me saiam da cabeça e por mais que tentasse não conseguia aumentar o ritmo, logo em seguida pra piorar comecei a sentir uma fisgada forte na parte posterior da coxa que me acompanhou até o último Km.




Ainda assim quando estava no KM 18 achei que ainda dava pra ao menos “empatar” com o tempo obtido na outra Meia, mas daí surgiu um subida interminável da Ponte Colombo Salles que jogou meu ritmo e BPM pra cima, mas seguia correndo forte, onde vi muitos começarem a caminhar.




Quando comecei a descer resolvi “SOCAR A BOTA” com dor e tudo, não olhei mais pro relógio e pensei – “vai que num passe de mágica consigo bater o tempo...!”




Fui correndo forte, cada vez mais forte , ultrapassando muita gente, ultrapassava em Blocos, tava “furioso”, mas quando finalmente avistei o pórtico de chegada vi que não dava mais, já marcava pouco mais de 1:37 h e ainda tinha mais uns 300 m pra correr, então olhei em volta e vi Sabine, Renato Semensati, Van e outros me dando força e motivação e então dei mais um pouco de mim e cruzei o pórtico com 1 h 38 min e 14 s, exatamente 1 min mais lento do que três meses atrás.




Não tem como mentir, eu tava frustrado!




Mas hoje depois de refletir e conversar com algumas pessoas percebi que meu “erro” havia me custado muito caro e que nas condições a que me expus fiz SIM uma baita prova!




Que venha a próxima ! Tem dia que não é o seu dia!




E que sirva de aprendizado!




Abraços




MARCOS ALEXANDRE

domingo, 5 de junho de 2011

Garopaba


Foi um final de semana agitado, na sexta viajamos pra Garopaba (SC), no sábado participamos de uma prova de revezamento e no Domingo já de volta à Floripa acompanhei meu amigo Ricardo (Kadinho) na realização de seu sonho de ser um IRONMAN.

Mas hoje vou dedicar esse espaço para falar da aventura no Sul do Estado.

Tudo começou logo após a “Volta a Ilha”, recebi um email informando sobre uma prova em Garopaba, eu tava meio embalado com o excelente resultado obtido em Floripa e logo pensei que essa poderia ser uma boa oportunidade de fazer o que gosto, sair um pouquinho da cidade e viver uma experiência diferente junto de amigos de corrida.

Na verdade foi um ato de “indisciplina”, sabia que o treinador não aprovaria, não era o momento e tal...mas pensei “ah...nem tudo na vida pode ser somente como foi planejado, precisa ter umas aventuras de vez em quando!”

Então pensei, sei quem toparia essa aventura, XANDE (OGRÃO) que não tem medo de desafios, VICTOR que tinha derrubado o “Morro Maldito” no “volta a ilha” e RODOLFO que aliava a velocidade com a leveza da juventude, pronto tava montado o QUARTETO!

Convites feitos, convites aceitos!

RUN 60 K lá vamos nós!

http://www.sulbrasilis.com.br/noticias/release-x-run-60k/

Fizemos a inscrição e somente e tão somente depois de inscritos comunicamos ao nosso Treinador, que por sua vez não deixou de demonstrar a sua desaprovação, mas fazer o que, estávamos inscritos e íamos correr.

Recebemos as instruções da organização e juntos montamos a estratégia: Cada um corre dois trechos e seja o que Deus quiser!!!

O local da Largada e da Chegada era numa Pousada na Paradisíaca praia do Ouvidor em Garopaba, fazia bastante frio e a previsão era de ventos fortes e ressaca no mar.

No dia seguinte o dia amanheceu lindo! Friozinho e vento moderado e um visual maravilhoso que nos acompanhou o tempo todo.

O primeiro trecho de pouco mais de 7 km ficou a cargo do Rodolfo que não nos decepcionou e fez o segundo melhor tempo na parcial do trecho 01.

O trecho seguinte ficou com o Xande que mesmo resfriado e se recuperando de uma lesão encarou firme seu trecho.

Victor pegou um trecho que dizia ser moderado, mas que na prática se mostrou “cascudo” e com “armadilhas” que o fizeram se perder e prejudicar um pouco sua performance no trecho.

O trecho seguinte era curto e no site da Prova dizia ser “fácil” e “divertido” com subidas e descidas, não sei o que era fácil e muito menos o que era divertido, mas consegui faze-lo em 19 min e um pace médio de 4:09 min/km.

O quinto trecho foi devidamente triturado pelo Rodolfo, era considerado muito difícil, mas para nosso tri atleta não existe dificuldade, e ele conseguiu tirar a diferença dos primeiros colocados e entregar o bastão entre os 10 primeiros colocados.

Até então estávamos conformados que faríamos apenas “figura” na competição e por isso estávamos apenas nos “divertindo” e curtindo cada beleza natural dos trajetos.

Ah...preciso fazer um adendo! Os sanduíches preparados pela Nutricionista Rebeca estavam deliciosos e tenho a impressão de que depois que devoramo-los após nossos primeiros trechos nossa equipe ganhou novo ânimo e velocidade.

Xande fez muito bem seu segundo trecho e passou por mais alguns competidores.

Victor agora revigorado também acelerou e me entregou o “bastão-xuca” mordiscando os primeiros colocados.

Coube a mim a honrosa tarefa de finalizar a prova, era o trecho mais difícil e o mais belo, margeava a Lagoa de Garopaba e depois atravessava praias e costões até chegar de volta à Pousada.

Confesso que nunca corri num cenário tão lindo, no caminho lembro-me de ter passado mais alguns competidores, mas nessa altura já não sabia se era a turma que tinha largado antes ou não, e estava simplesmente inebriado com a beleza local, e apesar de ter que pular portões de sítios, despencar desfiladeiros abaixo, atravessar lagoinhas e levar uma quebrada de onda nas costas me sentia muito bem e avancei firme até o final.

Ainda faltando alguns metros avistei dois competidores de vermelho e senti que estavam mais lentos do que eu, mas o cansaço dos 12 km e a areia fofa não me deixaram alcança-los.

No final da Praia e antes da subida para a pousada avistei os “verdinhos”, sim, estavam todos lá, vieram me “buscar”!

E juntos atravessamos uma pequena trilha e subimos até o portal de chegada e todos de mão dadas completamos a prova, sob os aplausos dos demais presentes e olhares surpresos da organização.

Surpresa pelo fato de que no congresso técnico pelos olhares que nos foram dirigidos, percebíamos que ninguém em sã consciência sabia do que éramos capazes (nem mesmo nós), não tínhamos a menor pinta de atleta!

Mas quando escutei Xande, Victor e Rodolfo urrando : “CHEGAMOS EM TERCEIRO!!!” , me emocionei mais uma vez e percebi que nossa Aventura tinha valido a pena!!

Chegamos à menos de 02 minutos do segundo lugar!

Victor e Xande estavam exultantes, era o primeiro troféu de corrida em suas vidas (muitos ainda virão), Rodolfo muito feliz também e eu me sentindo aliviado por ter dado tudo certo, afinal toda essa idéia maluca tinha sido minha, ufa!

Fiquei feliz pelo Xande, Victor e Rodolfo e pelo brilho no olhar deles ao fitarem seus troféus.

Nossa equipe de apoio também foi primordial e não posso deixar de agradecer além da Rebeca e seus Sandubas, á Jô e Jade pela força!

Valeu MOÇADA!!!

Depois conto como foi o IRON no dia seguinte!

Abraços

Marcos Alexandre

domingo, 22 de maio de 2011

Um Mito, uma verdade...


Várias vezes enquanto eu participava de corridas escutava o nome de uma Atleta de Florianópolis que despontava entre as melhores do Brasil em corridas de longa distância, por vezes até a vi ganhando provas (http://portaldeurubici.com.br/noticias-de-urubici/atleta-de-florianopolis-confirma-favoristismo-no-5%C2%B0-desafrio-urubici/#more-189), era K42 bombinhas, era prova da Patagônia, era corrida da Lagoa de taquaral, etc...

DÉBORA SIMAS, este nome ecoava em minha mente como um ser saído de alguma estória em quadrinhos, alguma super-heroína que eu não sabia de onde tirava tanta força para competir e ganhar ULTRAMARATONAS pelo Mundo afora. (http://webrun.uol.com.br/maratona/n/brasileiros-sobem-ao-podio-da-maratona-k42-patagonia-/10262)

No final no ano passado, ela se juntou ao nosso grupo de corridas e então pude ver mais de perto essa heroína.

Na maioria das ocasiões em que um fã se aproxima de um herói corre o risco de perder um pouco daquela magia que envolve seu ídolo, por vezes penso que é melhor manter uma certa distancia para que não se perca aquela imagem etérea e sublime do Mito.

Mas, na prática aconteceu o contrário.

Às vezes me pegava olhando para esta gladiadora tentando imaginar do que era feita, o que come uma heroína? Como dorme? Como vive?

Eu sempre pensei que esses heróis Ultra maratonistas deviam contar com uma Estrutura gigantesca de apoio, médicos, nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogos, etc. E que com certeza deviam ter todo o tempo do mundo para treinar e descansar e se dedicar 100% ao mundo esportivo.

Mas no caso da Débora não é o que descobri, certo dia tive a oportunidade de ver a Débora fora das pistas e dos treinos, fui pegar um equipamento para correr uma prova em uma academia e na lanchonete eu vi uma mulher correndo de um lado para o outro freneticamente, atendendo aos pedidos de todos os clientes, mãos ágeis no manuseio das máquinas de suco, bandejas, copos, uma verdadeira loucura! De repente aquele corpo franzino se vira em minha direção e visualizo minha heroína, ela me reconhece e solta aquele sorriso inconfundível.

Naquele instante, todas as minhas teorias sobre os Ultra tinham caído por terra e ao contrário do que supunha, minha admiração pelo mito só aumentou, que estrutura o que? Vida de Ultra é dura!

Ela além de desafiar os limites do corpo em provas de mais de 200 km ainda tinha que dedicar o seu tempo a uma atividade extremamente extenuante e exaustiva.

E eu reclamando que tinha trabalhar e treinar, e que isso me fazia não ter chances se comparado aos atletas profissionais que viviam o esporte 24 hs por dia!

Na verdade, ela sofre do mesmo problema que enfrenta o esporte nacional, total falta de apoio! Faz tudo sozinha! No peito e na Raça! Coisa que só os heróis conseguem fazer!!!

E para fixar mais ainda seu lugar no “olimpo”, além de enfrentar seus desafios pessoais, minha heroína ainda encontra tempo para se entregar de corpo e alma a um projeto social, ao invés de pedir apoio para competir, ela usa seu tempo livre (se é que tem algum) para buscar recursos para uma entidade que acolhe e ajuda crianças vítimas de abuso sexual (http://www.sprintassessoriaesportiva.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=241:debora-simas-volta-a-ilha-e-casa-lar&catid=40:noticias&Itemid=57).

Atitude digna de um herói, de um Mito, de uma Deusa!

Deus abençoe essa alma e a proteja para continuar conquistando seus objetivos pessoais e ajudando cada vez mais esses seres tão sozinhos e indefesos.

Abraços

Marcos Alexandre

segunda-feira, 2 de maio de 2011

VOLTA A ILHA 2011, ENFIM...


Eram 4 hs da manhã, o despertador tocou e num sobressalto pulei da cama e comecei a me arrumar para mais uma corrida de revezamento “Volta a Ilha”, não tinha o mesmo nervosismo das primeiras vezes, a mochila já tava lá prontinha na sala, com tudo o que era preciso pra competição, rotina mantida para não arriscar ter problemas digestivos no café da manhã, mas tinha algo de diferente nessa edição e naquela hora da madruga Eu era incapaz de descobrir.

As 5 e 20 h já tava lá na largada, encontrei a equipe na Van, todos empolgados, mas, ao mesmo tempo, apreensivos, a ROSÉLIA já tava aquecendo há umas 02 horas!

PUMA chegou depois e se juntou a nossa trupe, quando as 6:15 h pontualmente nossa turma iniciou o desafio de correr 150 km no menor tempo possível, sem cometer erros e com uma logística azeitadíssima.

Aos poucos o dia foi amanhecendo, o sol foi saindo forte e o clima esquentava, a medida que cada um chegava do seu trecho uma certa dúvida se abatia sobre minha mente: - Será que vou dar conta do recado? Será que vou manter o nível dessa equipe? Afinal dizem por aí que estamos em 2º ou 3º, ai, ai, ai que medo!!!

Meu trecho era o 06, saindo do Posto ESSO JURERE e indo para Daniela e depois subindo as trilhas da “Praia do Forte” até o Posto 7, nunca tinha feito esse trecho e não sabia como era a trilha e muito menos a tal “Pedra da Bunda”, sabia apenas que teria 03 km de asfalto antes de enfrentar as subidas, então tratei de socar a bota no inicio e fiz uma média inédita pra mim , abaixo de 4 min/km até chegar na trilha e dali em diante a média foi pras “cucuia” e o coração veio à boca, pensei em caminhar, mas não podia...não podia decepcionar minha galera eu tinha que correr, mesmo que fosse morro acima e mesmo com as panturrilhas querendo “empedrar” corri até o Portal, quando entreguei o “bastão” pro LUCHI e dei uma xingadinha no CASSIANO por não ter água pra mim! POW CASSI!!!

Fechei em 22 min, média de 4:35 min/km!

Nada mal! Mas tava longe dos temporais que a turma vinha fazendo nos trechos anteriores.

Com o passar dos trechos fomos visualizando que estávamos brigando com mais umas 02 ou 03 equipes por um lugar no pódio e isso me fez sentir mais angustiado ainda, a toda hora o LUCHI dizia – Marcos...O RODOLFO tá forte lá na outra equipe, acho que ano quem vem teremos que deixar a equipe competitiva!

O trecho 14 tava chegando e lá estava eu mais uma vez apreensivo por correr mais um trecho desconhecido, sabia que iria pegar a Areia fofa da Praia do MOÇAMBA e que depois tinha um pedacinho de trilha e nada mais.

Uns diziam que eu deveria correr descalço, outros pra correr na parte de cima da praia, outros diziam que era arriscado correr na trilha sem a proteção do Tênis... Isso só me deixava mais nervoso ainda!

Enfim chegou a minha hora e como num cena de filme eu só tive tempo de ver o PUMA saindo do meio de uma trilha e pulando felinamente na areia da praia pra me entregar o “bastão” e eram exatos 12 hs e 16 min , sol a pino, e lá fui eu afundar as passadas na areia fofa, senti que se quisesse “render” mais naquele terreno movediço deveria mudar o estilo de pisada e comecei a pisar com a parte anterior do pé e de forma freqüente e curta. Deu Certo! Percebi que tava indo mais rápido do que os demais competidores que foram ficando para trás, uns já caminhando outros se arrastando, passei um bocado de gente e ninguém me passou naqueles 25 min finalizados com um curto trecho de trilha de raízes e folhas.

A média ficou mais alta e fechou em 5:09 min/km, mas quem disse que naquele trecho alguém podia chamar aquilo de corrida????


Ali terminava a minha angústia! Tinha feito os meus dois trechos e agora minha tarefa era dar apoio e ajudar o MARCOS FIORENTINI e OSVALDO na logística.

Logística que se mostrou vital na prova de ontem, em um dos trechos testemunhei uma cena desoladora o corredor da equipe que liderava chegou voando pra entregar o bastão pro seu companheiro de equipe, mas quem disse que ele estava lá?! Foram aproximados 5 minutos de berros desesperados, alguns palavrões e quando não mais via chances de ver seu colega chegar partiu sozinho pra fazer o trecho seguinte, dobrando os trechos, e isso se mostrou mais a frente decisivo no resultado final da competição.

Enquanto isso nossa equipe (nº 54) cumpria seus trechos sem atropelos e aos poucos mais e mais pessoas vinham nos “sondar” para saber como estávamos e tal... Senti que podíamos realmente conquistar um lugar no sonhado pódio!

Ainda tínhamos CASSIANO, PUMA, EDGAR, LU E FIORENTINI pra fechar e esses 5 eram muito fortes e com muita garra poderiam nos manter entre os 5 primeiros colocados.

Enfim chegamos ao último trecho e quando o EDGAR entregou o bastão pro PORTUGA o dia ainda era claro e eu não me recordo de ter finalizado nenhuma VOLTA A ILHA com a luz do dia, exatamente as 17:32 H cruzamos a linha de chegada, e era dia ainda! Estava Claro! Era claro que tínhamos feito uma prova de “gente grande” , mas será que conseguimos??????

Naquela hora nada mais importava, mas, todos sabíamos que tínhamos feito bonito e quando nos abraçamos as lágrimas correram em todos os olhos sem exceção, foi lindo!

Final com direito a “espoucar” de Champã, Bohemias e Antárcticas.

11 horas e 17 minutos!

No dia seguinte não foi o despertador que tocou, mas sim o toque do meu celular, e do outro lado da linha a voz calma e firme da SABINE me pedindo desculpas pela ligação matutina e ao mesmo tempo me dando a notícia que eu esperei por mais de 10 anos: - CONSEGUIMOS! FICAMOS NO PÓDIO! CHEGAMOS EM TERCEIRO LUGAR!!!

Não me contive em alegria e mal desliguei o fone e já estava pronto uniformizado e com minha companheira e esposa, PRI, e nossa mais nova parceira, MANOELA, para irmos todos juntos ao hotel Majestic para receber o troféu tão almejado!

Já finalizei um IRONMAN e isso não tem preço, mas venho correndo há mais de uma década e NUNCA havia ganho um troféu sequer e quando eu menos esperava eu estava lá no alto do Palco montado no saguão do Hotel , com os braços estendidos empunhando um belo troféu ao lado de meus companheiros de equipe e de nosso Treinador PAULINHO (Que belo trabalho hein!!!!), nessa hora passou um filme em minha mente desde o dia em que corri meus primeiros sofridos 200 metros, os treinos, as dores, os sacrifícios, os temores, as alegrias e enfim eu tava ali , parecia sonhar acordado, que emoção!

Mas nada seria possível sem VOCES, trabalho em equipe, sincronia , parceria , amizade e foco! Obrigado ROSÉLIA, LUCIANE, VANESSA, CASSIANO, PUMA, LUCHI, MARCOS FIORENTINI E EDGAR vocês me ajudaram a realizar esse SONHO!

Obrigado OSVALDO pela paciência e destreza no Carro de apoio!

Obrigado PAULINNHO e SABINE!

Obrigado Equipe “PRINT participação” pelo ótimo “coelho” que fizeram para nós, MARTA, JÔ, EDU, CLAUDIO, RODOLFO, WLAMIR, LEO, DÉCIO, VICTOR, XANDE e ATÍLIO!

Obrigado PRI e MANOELA por me inspirarem, MANOELA esse troféu é teu!

Obrigado meu Deus por me dar saúde e tenacidade para poder desfrutar disto junto da natureza e de pessoas tão especiais.

ABRAÇOS

MARCOS ALEXANDRE