quarta-feira, 27 de abril de 2011

Dejavu...


Neste último sábado fui convocado de última hora para participar do Mountaindo do Costão do Santinho em uma das equipes da SPRINT, chegando lá vi que o dia prometia!

Como estive viajando, nos últimos 10 dias que antecederam a corrida eu não treinei nada e portanto me sentia responsável caso não correspondesse às expectativas dos outros competidores da minha equipe.

Mas para minha sorte e felicidade fui "alocado" na mais simpática (sem ciúmes hein!!!) equipe dentre as inúmeras equipes da SPRINT, o octeto misto era formado pelas meninas: fernanda, Aninha, Janaina, Pulga, Paolla e Gabi e pelos "benditos" Leandro e EU.

Garanto a voces que nunca participei de uma trupe que deixasse a "van" tão limpa e organizada e foi a primeira vez que não tinha aquele cheirinho peculiar dentro do carro!

Mas nem só de simpatia viveu esse grupo, as meninas mostraram que sabem se sujar e se superar quando foram chamadas e cada uma do seu jeito cumpriu com louvor sua meta, o Leandro é um caso a parte, o cara é o OITAVO melhor fundista de Marcha Atlética do País e está com os dois pés no próximo PANAMERICANO, simplesmente deu SHOW no trecho 6!!!

Mas, o que o eu mais curti dessa vez foi poder após muitos anos de Mountaindo e corridas de revezamento poder rever naqueles rostinhos suados a expressão de ansiedade, nervosismo e depois de realização em cada um dos integrantes, pois todos em sua maiorias estavam ali pela primeira vez, e isso me trouxe de volta às minhas primeiras provas e pude mais uma vez enxergar nelas o que me dá motivação a estar ali , ano após ano, prova após prova....

É inexplicável! Foi um "dejavu", foi como um "restart" e eu só tenho a agradecer a elas por me darem essa oportunidade de me remotivar para os novos desafios que se aproximam e ao Paulinho e Sabine por toda estrutura proporcionada neste dia tão Especial.

Sobre meu trecho? Bem....correr o trecho 5 embaixo de pancada de chuva posso garantir que não foi uma tarefa nada fácil , a maior altimetria da prova não precisava desse ingrediente a mais né povo??? MAS VALEU!

Finalmente parabéns a todas as outras equipes SPRINT ! E em especial aos Octetos que levaram o nome da turma ao lugar mais alto do pódio!

Beijos pra quem é de Beijos e abraços pra quem é de abraços

MARCOS ALEXANDRE

segunda-feira, 11 de abril de 2011

LONG DISTANCE CAIOBÁ 2011 – 2, 84 e 21!


Após praticamente UM ano sem participar de nenhuma prova de triatlon devo confessar que estava um pouco ansioso para competir nessa Prova.

Mas diferentemente do ano passado não tinha mais aquele nervosismo da primeira vez, os macetes já estavam decorados e as possibilidades de erros minimizadas, sem contar que nesse ano eu estava me sentindo mais forte e muito mais consciente das minhas condições.

Ou últimos treinos fortes em Floripa não deixavam dúvidas de que eu faria uma boa prova.

Mas isso é apenas uma parte da equação, a outra parte depende das intempéries do clima e de como a gente acorda no dia da prova.

Quanto ao cenário metereológico, à véspera do evento não era nada animador, a noite foi de muito vento, frio e chuva, a “Praia Mansa” não estava pra peixe!

Eu, Kadinho, Puma e Amílcar ficamos no mesmo Hotel e trocávamos impressões e as últimas dicas, os novatos Amílcar e Kadinho mostravam um pouco de apreensão pela estréia no mundo dos Triatlons e Puma estava mais quieto e focado, parecia que estava guardando algo pro dia seguinte.

O dia amanheceu e a chuva tinha dado uma trégua, mas o tempo permanecia nublado e o vento já soprava moderado a forte, por causa do vento o mar estava meio “picado”, mas não tinha grandes ondulações.

Um pouco antes das 8 h da manhã foi dada a largada e diferentemente do ano passado fui para água e não fiquei pra trás do “grande bolo” e por isso mesmo tomei uma cotovelada no nariz, um soco que arrancou meus óculos de natação e alguns socos das costas e braços (faz parte), mas me senti bem na água e nadei num ritmo de moderado a forte. Ainda não tenho os tempos oficiais, mas, segundo relatou Paulinho eu sai da água com aproximados 33 min, nada mal pra 2000 metros!

Fui pra transição e memorizei minha “baia” só que esqueci que memorizei ao contrário e junto com a tontura que a gente fica ao sair da água veio um sentimento de total perda do senso geográfico, depois de zanzar feito uma “barata tonta” escutei os berros de minha esposa Priscila que dizia: “É aqui Neni, é aqui!”.

Enfim achei a “magrela” e ainda um pouco chateado pelo tempo perdido coloquei minha roupa de ciclismo e parti.

Logo nas primeiras pedaladas senti que não estava no melhor dia pra pedaladas, as pernas estavam pesadas demais e fui sendo ultrapassado facilmente por muita gente, procurei girar mais e fazer um ritmo mais leve pra poder recuperar, mas outro fator que pesou contra foi o vento que já se fazia forte e presente e que parecia soprar contra tanto na ida quanto na volta, aos poucos achei um ritmo e procurei me alimentar, hidratar e chegar “inteiro” pra corrida, nessa hora o Kadinho já tava uns 10 minutos na minha frente e o PUMA tava voando forte lá na frente.

Por volta do km 56 visualizei no sentido contrário e no acostamento meu parceirão de treinos kadinho com um pneu furado, fiz a volta e confesso que minha vontade era parar minha prova pra ajudá-lo, mas acho que isso nem era permitido e com uma dor no coração passei por ele e segui em frente. Fechei a parte de ciclismo com uma média de 32 km/h (mas foi sofrido).

A transição para corrida foi tranqüila e sem sustos, sai ainda sentindo o peso das pernas, mas mesmo assim consegui imprimir o ritmo planejado de 5:10’’ por km na primeira “perna” de 7 km, depois comecei a tentar “cair” para 4:55 a 5’’, consegui fazer isso até o km 13 onde senti um cansaço inexplicável e tive que respeitar e readequar minhas metas, acabei correndo vários Kms pra 5:20 a 5:30’’, quando iniciei a ultima volta de 7 kms apertei um pouco e voltei ao pace de 5:00 a 5:10’’ e coma ajuda do Paulinho e seus BCAA’s , água, COCA? e muito incentivo consegui ir aumentando o ritmo e no final por causa de um “etíope” que me passou e o Paulinho encasquetou com ele tive que buscar energia lá no fundo pra passar aquele maluco, e o pace foi caindo até fechar o último Km pra 4:24’’ e enfim cheguei e nessa hora fiz aquele gesto que se imortalizou com o Bebeto na Copa do Mundo de 1994, embalei a “MANOELITA” nos meus braços e cruzei a linha de chegada e abracei e beijei minha companheirona e minha Paixão Priscila, as lágrimas quase vieram, mas segurei (não sei por quê...) e olhei pro meu cronômetro fechei com 4:55 hs e baixei em 14 minutos o tempo do ano anterior!

Obrigado, em primeiro lugar a minha esposa PRISCILA pela paciência e tolerância durante os longos períodos de Treino e pela incrível força que me deu durante todo o dia de ontem, era nos olhos dela que eu buscava minha inspiração e minha força pra continuar!

Obrigado aos amigos e companheiros de treinos de triatlon: DANIEL, ZACK, KADINHO, PUMA, AMILCAR, DÉCIO, RODOLFO.

Obrigado ao meu sócio e irmão VICTOR HUGO por agüentar minhas chegadas um pouco mais tardias ao escritório devido aos treinos madrugadores dos dias de semana.

Obrigado ao meu Treinador PAULINHO por saber como ninguém como conduzir os treinos de uma forma única e que me faz melhorar ainda mais apesar dos avanços e sinais da idade que teimam em avançar.

Obrigado SABINE por conseguir bater fotos fantásticas e ainda correr e gritar pelo meu nome toda hora.

Obrigado torcida TUCA, DANI, MONICA e LU era tanto berro quando eu passava que eu me sentia “O CARA” a cada volta!

OBRIGADO a toda família SPRINT que também me ajudaram a fazer dos treinos um momento de alegria, descontração e de valiosas dicas para melhorar cada vez mais meus passos no mundo da corrida.

VALEU MOÇADA!!!!!!!!

Abraços

Marcos Alexandre

domingo, 3 de abril de 2011

"EDU DALLAS"


Depois de tecer muitas críticas à organização da Meia de Floripa, aproveito para trazer aqui o depoimento de um grande amigo sobre sua primeira Meia Maratona e que demonstra a distância "abismal" nos separa da qualidade e carinho com que são tratados os corredores nos EUA! Além de fazer uma espécie de Homenagem ao cara que me "colocou de volta" no IRON do ano passado e que é um exemplo pra todos nós!

Por Eduardo Gomes:

"olá! Devo confessar que estava sem tempo e também com preguiça de escrever este depoimento, até por que eu iria escrevê-lo sozinho e não teria outros para ler, como sempre, a respeito da mesma prova. O que me mobilizou a finalmente começar este texto foi ler o blog do Marcos Alexandre sobre a Meia de Florianópolis, na qual eu fiz 10km. Quer dizer, fui prá fazer 10km e fiz mais 400m de pura incompetência de quem organiza essa prova. Pro meu nível de corrdor, isso não significa absolutamente nada mas errar na marcação das distância numa prova dita internacional é o fim. Colocar 2 pessoas para distribuir gatorade e ainda por cima no km 2, sem comentários. São sérios concorrentes de quem organizou a Jurerê Night Run final do ano passado... Até agora não me conformo com o pódio que construiram para a premiação. um absurdo de vagabundo, material de quinta categoria, nas provas de rua lá em Olho D´água dos Borges, no sertão do Caicó, lá no Rio Grande do Norte é mais bonito e bem feito. Os banheiros (hã? o que?) o que falar? Uma pocilga fedorenta. Bom, começando a falar lá da Meia de Dallas, os banheiros: não havia divisão nem de homem, nem de mulher, nem de criança... Quando eu fui usar, já na dispersão da chegada, pensei: agora dancei... Entrei na pequena fila em frente às mais ou menos 20 casinhas de necessidade, esperei minha vez, entrei e me assustei: vários rolos de papel disponíveis, não havia odor de NADA no ambiente e NENHUMA gota de nada na tampa, no chão, em lugar algum, nenhum papel no chão... Era um banheiro químico semelhante aos que a gente vê nas nossas provas. Acho que mais limpo que o da minha casa... Aí não é apenas um problema da organização que seleciona uma empresa que usa material e produtos de péssima qualidade na higiene dessas casinhas, mas também da educação do povo que as usa. Ou seja, nós mesmos. A largada da prova as 8h (exatamente) foi por ondas. Vários currais que delimitavam grupos de corredores por tempo de prova que cada um definia na hora inscrição. Currais de 1h10', 1h20', 1h30' e assim por diante. Eu me coloquei no de 1h50´, já que pretendia fazer a prova abaixo de 2h e acima dos 1h50'. (Foi uma pretensão planejada por dias e dias, com base nos tempos das últimas provs que participei). Cada curral era liberado após 30 segundos do anterior largar. Nessa forma de largada, não há aquele atropelo geral, gente que corre mais querendo ultrapassar os da frente, gente que corre menos empatando quem vem atrás, coisas que a gente tá acostumado por aqui. A temperatura foi a coisa mais doida que já vi: no sábado estava 28 graus, clima seco, umidade 20%. No domingo amanheceu a 4 graus, umidade de 89%, vento cortante... Por sorte eu havia levado meu equipamento para correr no frio... Mas foi, em alguns momentos insuficiente,estava frio demais... Como eu nunca havia participado de uma prova dessa distância, e a minha prova mais longa até hoje foi a São Silvestre (15km), fui mais detalhista e sistemático do que nunca, prá ter certeza que eu chegaria, chegaria inteiro e ficaria inteiro depois da chegada... Estudei a altimetria e o percurso a fundo. Como eu trabalho nessa cidade há mais de 12 anos e a prova passaria por onde trabalho e por muitos lugares que eu conheço bem, fui montando meu planejamento quilometro a quilometro: pontos de hidratação, de gel, as subidas, as descidas e fui estabelecendo metas: até o km 3, iria fazer a 6:00'/km, até o km 11 a 5:45", até o km 15 a 5:30" e daí até o final a 5:15", prá dar um tempo final de 1h57'45", com pace de 5:36". Parece coisa de maluco, mas este foi meu tempo final: 1h58'04", pace 5:37"... Errei por 19 segundos, preciso melhorar :))) Consegui uma média bem constante: no km 5 estava a 5:36" no tempo de 27', no km 10 a 5:36" com tempo 55', no km 15 a 5:24" com tempo 1:23' ( na São Silvestre fiz essa distância a 1h35', baixei 12min!) No km 20 olhei no garmin, estava em 1h50', pace 5:30" !! Vi que tinha sobra prá dar a socada final e chegar entre 1h54:30 e 1h55'. Maravilha!! Aí começam a cair os disjuntores, a luz vrmelha acende: ameaça de cãimbra nas duas panturrilhas !!! Não acredito!!! No km 20!!! Tive que parar prá me alongar senão a cãimbra pegava de vez... alonguei, alonguei, saí andando com as pernas duras e segui do jeito que deu. Mais um pouco, outra quase travada de novo... parei outra vez, vou lá na borda da calçada e me alongo o mais que consigo... Enquanto isso, aquela multidão vai passando por mim... que desespero!!! Um monte de gente que havia passado principalmente na primeira metade da prova que era só de subida (aqui a gente entende a diferença de quem treina nos morros em Florianópolis e quem só treina no plano, fiz a parte das subidas tranquilamente...) ia me ultrapassando... Comecei a apavorar... sai andando de novo que nem pato, não podia mexer os tornozelos senão travava... Eu não iria parar de jeito nenhum, nem que chegasse de quatro ou arrastando a bunda no chão eu iria chegar, mas eu queria fazer em menos de 2hs... Me lembrei que tinha crédito de tempo suficiente até prá ir andando rápido, relaxei mais, alonguei de novo e fui em frente... Veio a quase travada final, pela terceira vez! Desta vez a cãimbfra ameaça dté a parte posterior das coxas... Paro e me alongo de novo, mais e mais e continuo a correr do jeito que dava, parecia o Charles Chaplin, só faltava a bengala :))) fui que fui e cheguei ! Quando cruzei a chegada e vi o garmin a 1:58':04, não acreditei! Consegui chegar e fechar dentro do tempo que eu havia programado! Aqui entra a parte triste da história: não havia ninguém prá comemorar, abraçar, chorar, gritar, pular :( Não tinha a Sabne prá flagar a gente nesses instantes... Eu havia feito uma coisa até um mês antes impensável e não tinha com quem compartilhar lá na hora... O legal foi que os tapetes de chip colocados ao longo da prova, nos km 5, 10, 15 e nas 10 milhas foram enviando os tempos pro celular da Vanesa e ela foi repassando aos amigos que estavam de longe torcendo. Os celulares da região estavam quase incomunicáveis, a rede estava totalmente congestionada, imagine mais de 11.000 pessoas querendo falar ao mesmo tempo... foi quando recebi uma ligação do André, marido da nossa ogramiga Lú e que conseguiu furar o "bloqueio".. que alegria ouvir uma voz amiga nessa hora! Aí o frio (de 4 graus) começou a bater feio, comecei a tremer, ficar gelado, estava molhado de suor que começava a me congelar... as pernas quase não se moviam, travadas, fui me arrrastando até os ônibus aonde a mochila estava guardada, com as roupas secas e quentes, pehuei ainda mais uma fila de alguns minutos e me vesti.. que alívio!!! Fiquei ainda mais de uma hora tremendo de frio, esperando meu amigo que foi me buscar e nos desencontramos... A única coisa que nessa hora eu queria era tomar um café fervendo, ir prá casa e me enfiar embaixo de uma ducha bem quente prá me aquecer... Foi uma experiência incrível, pena não ter a equipe correndo junto, faz uma diferença que não tem nem como explicar, mas encontrar depois o povo no facebook, ver a quantidade de mensagens e papear foi muito, muito legal !!! Agradeço de coração aos amigos que gastaram sua energia para à distância me empurrarem ladeiras acima, me segurarem nas descidas e me puxarem nas retas, foi muita força que recebi para conseguir fazer tudo isso. Foi a torcida de vocês o grande responsável por eu ter conseguido cumprir minha tão paranoicamente calculada meta :))) Ao meu querido treinador, que quase infartou quando soube que eu iria participar dessa prova, minhas desculpas pelo susto e meu muito obrigado pelas suas cobranças, comentários e elogios. Elogios, a gente logo esquece, as cobranças... Meu agradecimento especial prá minha amada ogra Vanesa, que me "segurou" a prova toda e montou essa rede de apoio à distância. Sem você, meu amor, ia ser muito mais difícil alcançar esse sonho! Abraços a todos e até as próximas provas, desta vez com todos juntos, ainda que seja dentro de uma van com "aquele" cheiro de suor, comendo sanduíche de queijo e peito de perú, coca-cola, accelerade cor de diabo verde e banana, horas e horas a fio..."
Edú