quinta-feira, 18 de abril de 2013

DE VOLTA PARA O FUTURO!!!

Quando resolvi participar de mais uma edição do Triatlon Long Distance Caiobá pensei apenas em me divertir e ter alguma prova como meta para o primeiro semestre do ano de 2013. Não imaginava que teria tão boas surpresas como tive. Minha preparação para esta competição foi feita com bastante tranquilidade, tudo o que fiz foi tentar acompanhar meus colegas de equipe que se preparam para o IRONMAN 2013 e como essa turma tá treinando forte, bastou ficar na “aba” deles para obter uma condição mínima para completar a prova. Passada a fase preparatória, partimos para a viagem rumo ao litoral paranaense, eu e o André Santos fomos num carro e logo atrás foram os amigos Xande e Josi, a viagem foi muito tranquila e em pouco mais de 3 horas encontramos o Décio e Carol, Rodolfo e a Rebeca na Balsa que nos levaria à Matinhos, com a reunião desta turma o clima pré prova começava a esquentar. Chegamos no hotel e deu tempo para um cochilo rápido antes do congresso técnico, regras repassadas partimos para um jantar de massas no centro da cidade, nesta hora já havíamos nos juntado ao treinador Paulo Domingos, ao futuro triatleta Osvaldo e ao pessoal de Blumenau, Yan, André, Gerson.... Após a janta, nos reunimos no quarto do comandante para as últimas instruções e mensagens de motivação, foi me dada a palavra e confesso que fui pego de surpresa, falei um pouco da minha experiência nas edições de 2010 e 2011 e do que significa essa prova como parte da preparação para o IRON (espero que tenha ajudado em alguma coisa). Depois, cada um foi para seu aposento e tratou de ultimar os preparativos para o evento, arrumar a bike, deixar tudo separadinho para o dia seguinte, touca, óculos, roupa de borracha, sapatilhas, capacete, óculos de sol, macaquinho (ou top), bermuda de ciclismo, relógio, viseira, porta numero, tênis, meias...chip....epa ! CHIP!!! Aí tive a primeira surpresa, o elástico que veio para amarrar o chip ao tornozelo não caberia nem na canela da minha filhota Manoela e muito menos na canela de um certo ser de CABEÇA privilegiada!!! Liguei para o apartamento do organizador da prova que disse me compreender e que eu o procurasse no dia seguinte pela manhã. Mas não tem jeito, isso me deixou inquieto e preocupado e por conta disso minha noite foi muito mal dormida. A noite foi assombrosa, o vento batia forte na janela do quarto e o frio cortava as almas lá fora, a expectativa era de um mar muito mexido e com ondulação forte e muito vento na bike. O dia amanheceu e o vento ainda estava lá, um pouco mais brando, mas o mar ao longe mostrava que estava nos aguardando para nos desafiar. Tomamos um café rápido as 5 hs da madruga e as 6:15 já deixamos as bikes na transição, voltamos correndo para o quarto para pegar e colocar a roupa de borracha e quando vimos já faltavam apenas 15 minutos para a largada! (e eu não fui ver o problema do meu elástico). No caminho para a largada o André descobriu que havia trocado de relógio com o Paulinho e fomos a procura do mesmo, depois de muito procurar desistimos e nem deu tempo de mais nada, a buzina de largada já ecoava e lá fomos nós para a primeira etapa da prova. Ao contrário do que pensávamos o Mar estava ótimo e como a natação foi feita toda a favor da correnteza o nado fluiu bem, revendo um vídeo da largada percebi que cometi dois erros, sai muito atrás (preciso me posicionar mais a frente) e deveria ter contornado a primeira bóia abrindo mais a curva para evitar o “embate” que praticamente me paralisou por uns 2 minutos. Mesmo assim fiz um bom tempo e parti tranquilo para a transição nado/bike. A transição não passou de 2 minutos (contando uma corrida de 400 m) A etapa do ciclismo começou com o vento nos empurrando e a empolgação também, talvez por isso acho que sai meio forte nos primeiros 10 kms, mas estava me sentindo muito forte e confiante, segui tentando manter o ritmo , ao fazer o primeiro retorno no km 21 pegamos o vento contra e daí aquela minha empolgação diminuiu e tive que procurar girar mais para não sentir a falta de pernas na corrida. Durante o percurso fui “empacotado” várias vezes pelos enormes PELOTÕES que se formaram, tentei de tudo para me livrar deles, primeiro “ataquei” e tentei uma fuga, mas era desumano e em pouco tempo o pelote já estava ali me engolindo de novo, e então deixei eles partirem, por volta do km 50 senti um dor aguda no lombar e um cansaço chegando, normal pensei, meus treinos são em média de 60 km e portanto era natural que exatamente neste ponto sentisse um pouco mais de dificuldade, então resolvi girar mais e aliviar o ritmo, nesse instante fui mais uma vez empacotado e dessa vez o pelotão devia ter uns 40 competidores e foi muito difícil me livrar deles, tive que sair do clip, beber agua, comer uma bisnaguinha jogar o ritmo lá pra baixo para que eles de distanciassem de mim. Envolvido com essa tarefa de sair do pelote nem percebi que já estava no final do ciclismo e quando dei por mim já estava entregando a bicicleta para começar a corrida. Transição programada na cabeça, deixei a magrela no cavalete, e tirei o capacete, coloquei a viseira e quando fui colocar a meia e tênis percebi que não tinha mais CHIP, ele sumiu! Nessa hora excomunguei muito aquele pífio pedaço de elástico, eu havia perdido todas as parciais da prova e pensei que nem teria minha classificação garantida no final, me bateu um desanimo enorme, mas foram alguns segundos de fraqueza, e em seguida decidi que seguiria assim mesmo e que nada me tiraria do objetivo que era bater meu tempo do ano de 2011. Parti pra corrida , logo no inicio cruzei pelo Paulinho e a única coisa que me lembrei de falar foi :PERDI MEU CHIP POR.......!!!!....(Hehehehe..) Os primeiros 7 kms foram feitos num ritmo mais rápido do que o planejado, mas mantive o plano no segundo terço da corrida e tentei baixar no último terço, mas não consegui, no final o ritmo da corrida foi constante do começo ao fim e em nenhum momento senti o peso das pernas! Durante toda a competição não olhei nenhuma vez para o relógio para ver o tempo total, deixei para ser surpreendido pelo relógio do pórtico de chegada (ou não), quando me aproximei do portal meus olhos se encheram de lágrimas, pensei na distancia da minha família (que já não via há um semana), na saudade, nas manhas de treino e olhei para o cronometro e vi que eu havia vencido...sim venci...venci a mim mesmo! Consegui baixar meu tempo em 22 minutos e para um QUARENTÃO isso significa muito! Caiobá mais uma vez vai ficar na minha memória, esta prova vai marcar meu retorno as provas depois do nascimento da minha filha e vai me colocando de volta para o futuro, que será o IRONMAN 2014!!!! Um grande abraço a todos! MARCOS ALEXANDRE