quinta-feira, 30 de abril de 2009

Reformulando os Planos


Depois de dois finais de semana massacrantes com Maratona de Santa Catarina e Volta à Ilha é hora de recomeçar.

Foram três dias em que fiquei de molho. Estava exausto, com os músculos doloridos, e precisava parar. Agora é hora de rever as bases, rever objetivos e recomeçar a treinar de acordo com estes novos objetivos.

Pela manhã fui pra academia treinar sob os olhares do meu técnico Paulinho. Foi um treino leve de bike e esteira. Ainda sentindo os reflexos do esforço feito, afinal foram 42 km de Maratona e mais 21 de Volta à Ilha.

Depois do treino (como é bom correr!) tive uma conversa rápida com Paulinho sobre objetivos. Vamos alterar a base física de resistência para uma base de velocidade e passar a correr provas mais curtas para fazer tempos melhores. Quero voltar a correr rápido. Vou me concentrar nas provas de 5, 10, 15 e 21 km.

O objetivo é baixar o giro por quilômetro. Minhas referências são de 4:30, 4:23, 4:45, 4:50 - dependendo da prova. Quero baixar estes limites. Isso vai ser meu norte para o restante da temporada.

É sempre importante traçar objetivos. A motivação depende destas metas. É muito gratificante alcançar objetivos. E correr rápido tem um gosto muito especial. Marcos, meu amigo co-blogueiro, deu um show de velocidade na Volta à Ilha e deixou todos espantados fazendo 7 km pra 4:15 por km. Fazendo um super tiro de 8 km na Base Aérea.

É isso que quero! Sentir a sensação de vencer o relógio...

As Martonas? Não abandonei, não! Tenho um enorme carinho por elas. Respeito também! Em 2010 eu vou voltar pras Maratonas. A primeira já tem data macada. Vai ser em Maio na cidade de Porto Alegre.

Agora vamos correr!

Abraços
Faraco

sexta-feira, 24 de abril de 2009

LENDA DESMISTIFICADA!!!!




Hoje vou dedicar esse espaço para falar de uma LENDA.

Há quase 02 DOIS ANOS venho escutando do meu treinador Paulinho que um tal de Renato tá treinando com ele e tal...

Daí vinham os treinos coletivos e ELE das poucas vezes que veio não treinou com a turma de alunos, mas como é isso ???? Mero expectador???

Ei!! Será que esse cara corre mesmo?????

Daí em diante ELE passou a ser chamado carinhosamente por mim (é claro) de “A LENDA”.

Pois vieram inúmeras provas, rústicas, maratonas e revezamentos e ELE não tava lá, para mim não passava de um ser mitológico que habitava apenas a imaginação de meu treinador.

Então como só o via pela Telinha da TVCOM e o escutava nos comentários na Rede CBN comecei a apelidá-lo de LENDA e através de alguns recadinhos, chats e torpedos INTIZICAVA com ele...hehehe.

Então nesse ano com a Volta do Paulinho pra Floripa, corriam boatos de que finalmente a LENDA iria correr, e seria na Rústica da MARATONA DE SC 2009.

Paguei para ver !

E ELE não só apareceu como também CORREU e muitooo!!!

Enchendo de orgulho seu treinador Paulinho e desmistificando a LENDA!

PARABÉNS RENATO SEMENSATI!

De agora em diante chama-lo-ei de simplesmente Renato!

Abraços

terça-feira, 21 de abril de 2009

O pós-maratona


Estou aqui ainda me perguntando um monte de coisas. Sei que poderia ter feito uma grande maratona. Mas será que realmente poderia? Até que ponto me pressionei para fazer o tempo que eu tinha colocado na cabeça? Até que ponto o que eu consegui foi uma grande mostra de força e superação?


O que sei é que me arrastei por malditos 14 quilômetros... 14 quilômetros! Uma distância tão comum pra mim. Um terço da prova. Corri bem até o 28º. Maldita água, madito 28º quilômetro.

O que eu sei é que estou em depressão pós-maratona. Isso, depressão pós-maratona. Por ter sido vencido! Pelo motivo que seja, eu não consegui fazer o que tinha na cabeça - completar a maratona em menos de 4 horas.


Minhas coxas ainda doem. Meus joelhos já não sentem mais o esforço. Perdi uma unha do pé-esquerdo (desculpem). Mas nada disso me incomoda mais do que a possibilidade de pensar que fracassei.


Me consolei um pouco ao ouvir a entrevista do campeão, Adriano Bastos. Ele mesmo revelou que teve que caminhar em alguns momentos. Ele mesmo reclamou da organização da prova no final e na frente das "autoridades". Mas cada um sabe o tamanho do seu sucesso ou do seu fracasso.


Já li no livro do ultramaratonista Dean Karnazes que cada maratona tem sua história. Essa foi uma história ruim. A de Curitiba, no ano passado, foi uma história boa.


Vou guardar na memória esta maratona como um desafio que ainda vai ser vencido. Vou guardar a frase que me fez entrar na minha segunda maratona. A frase é "vou voltar lá e vou fazer melhor!".


Não adianta, eu sou teimoso. Ainda vou fazer uma porcaria de uma maratona no tempo que eu quero fazer. Esse ano não vou mais correr maratonas. Vou me dedicar às provas de 10 e 21 km, mas ano que vem eu volto pra alguma maratona.


Pessoas especiais, além do meu treinador Paulinho (foto acima), estavam me esperando na linha de chegada e preciso agradecê-las aqui.


Obrigado mãe(na foto comigo), obrigado Evaldo, Henrique(meu irmão).


Obrigado Vera e Raphael pelos registros.


Obrigado Xande e sua família querida - jamais vou esquecer a cena de tuas meninas me dando força na beira-mar. Aquilo me emocionou demais e me fez seguir. Manda um super beijo pra elas.


Obrigado Aline, uma pessoa muito muito especial pra mim, um carinho enorme.


E por fim, obrigado Marcos - na vida a gente encontra irmãos que não são nossos irmãos, mas são. Você é meu irmão também.


Até a próxima!

Abraços
Faraco

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Obrigado Paulinho


20 de abril de 2009. N° 8412


DIÁRIO DA MARATONA Rodrigo Faraco


Como foi difícil completar


Uma maratona é muita coisa! 42 quilômetros é muita coisa. A constatação é natural pra quem acabou de sair de uma. Lá pelo quilômetro 29 eu virei pro meu treinador, Paulo Domingos Filho, e disse: “me lembre de nunca mais fazer isso aqui!”. Eu já havia avisado isso a vocês durantes estes dias de coluna aqui no DC. No meio da prova a gente sempre se pergunta e tenta achar os porquês.

Chega de suspense! Terminei a prova! Não como queria, mas terminei minha segunda maratona. Fechei o percurso em quatro horas e 29 minutos, 13 minutos acima do meu tempo de Curitiba, no ano passado. Tive problemas durante a prova.

Corri bem e dentro da minha meta até o quilômetro 28. Estava tudo certo. Tinha virado a metade da prova, os 21 quilômetros, em uma hora e 57 minutos. Me mantive bem, até que comecei a sentir fortes dores musculares nas coxas. O motorzinho começava a emperrar.

Foi então que quebrei minha regra básica. Virei pra Paulinho e revelei o cansaço. “Vou parar”, foi o que disse a ele. “Não vai, não!” – foi a resposta. Segui mais um pouco e logo depois comecei a andar. Pronto! Estava num dilema!

Mas quem tem um técnico como Paulinho, pode ter certeza que sempre há uma saída. Paulinho colocou todo a experiência adquirida nas provas de triatlo em prática pra me recuperar. Eu estava com um princípio de cãibras no adutor nas duas coxas e panturrilhas.

Meu treinador me guiou até o final, me pedindo pra caminhar às vezes, mas me fazendo correr muito mais tempo, claro. Segui pelos 14 quilômetros finais num misto de corrida e caminhada e sendo administrado por ele. Nos últimos dois quilômetros eu estava bem de novo para completar a prova.

Passei pela placa que indicava 41 quilômetros, eu virei pra ele, agradeci. Sabia que tinha chegado ao fim e ele era o responsável por isso. Agradeço mais uma vez – Obrigado, Paulinho! Daí pra frente foi a emoção da chegada. Como foi difícil completar. Mas nessa hora o meu sentimento não é de frustração. O sentimento é de satisfação, acima de tudo pela superação.

Pra fechar, o dever me faz registrar uma crítica construtiva à organização da prova, feita pela Fesporte. Os corredores de ponta certamente não tiveram problemas, mas os corredores comuns, como eu, ficaram sem água na via expressa inteira, do quilômetro 18 ao 29. O dia estava lindo, com sol na cabeça e faltou água! Um pecado pra quem corre uma maratona.


Abraços

Faraco

domingo, 19 de abril de 2009

TAVA NUM DIA BOM!!!!! (MARATONA DE SC 2009)



Tem aquele dia que voce vai pra corrida e já no primeiro km sente que nao está no "DIA" , mas hoje foi um dia diferente hoje eu tava num "DIA BOM"!!!




Hoje as 8:05 dei inicio a uma corrida "curta" (10 kms) mas que significou para mim o ápice de uma longa jornada, jornada que começou em 2005 quando comecei a treinar com o Paulinho e que culminou com o temporal de hoje!




Aqui segue a narrativa :




Sai no meio daquela multidão (talvez estratégia errada, podia ter saido mais a frente) e tive que me livrar deles pra poder começar a correr, fiz o primeiro KM para 4:17; resolvi manter o ritmo mais um pouco e segui fechando o KM 2 em 4:16; neste momento achei que tava meio forte pra chegar no mesmo ritmo até o final e tirei o pé um pouco do acelerador fechando o km 3 e KM 4 em 4:22; resolvi acelerar um pouco pra ver se fechava 5 km num tempo bom e deixava para ver se tinha gás para depois do km 5, resultando num KM 5 em 4:16.




Bom...passei da metade da prova e agora se iniciava o km 6, agora era hora de ir acelerando e fiz entao o KM 6 em 4:14; mantive o pace no KM 7 e fechei em 4:16; entao PAULINHO encostou e me ajudou na hora decisiva onde comecei a sentir um pouco o ácido láctico pegando, sua palavras foram importantes e fechei o km 8 em 4:12;




É...agora só faltavam 2 kms então resolvi acelerar um pouco mais e fechei o km 9 em 4:06; e finalmente comecei a visualizar a chegada e faltava só mais UM km , apertei o passo senti a dor e mas esqueci dela segui "socando a bota" e enfim fechei o km 10 em 3:48!!!!!!




Temporal!!!! Tempo total 42:17 e um pace médio de 4:13!!!!!




MELHOR MARCA DESTE HUMILDE APRENDIZ E AMANTE DAS CORRIDAS!!!




BPM MÉDIO DE 184 E MÁXIMO DE 198 NO ULTIMO KM!!!




VALEU!!




ABRAÇOS A TODOS E PARABÉNS AQUELA GALERA TODA QUE FECHOU A PROVA LOGO ATRÁS DE MIM - Rivaldo, Osni, Edson, Leandro, Atilio, Fabiano Marques, Hélio Chevarria, Renato Semensati, Charles da Silveira, Eduardo Trauer....e outro tantos que estiveram lá e mais uam vez desfrutaram da oportunidade que DEUS nos deu de fazer parte dessa tribo!!!




AH...FARACO TU É O CARA!!!!

sábado, 18 de abril de 2009

Domingo, no DC

19 de abril de 2009. N° 8411


DIÁRIO DA MARATONA Rodrigo Faraco

Agora é Correr

Chegou o dia! O dia da prova! Não há mais o que pensar, não há mais o que planejar. Agora é correr. Correr por quatro horas e 42 quilômetros... Sem parar! Essa é a regra, é a minha regra. Não posso parar! Não posso sequer andar. Tenho que correr! A minha maratona é pra ser corrida!

Não vou correr contra ninguém. Também não vou correr contra mim mesmo. Na verdade, eu corro a meu favor. Um passo de cada vez. E um depois do outro. Usando minhas energias, minhas forças. Me destruindo, mas me reconstruindo ao mesmo tempo.

Vou pelas ruas do meu lugar, da minha cidade. Cada reta, cada curva, cada prédio, cada casa... Beira-mar, no centro, na Agronômica, na trindade, no Santa Mônica. Tudo junto ao meu redor. Tudo muito familiar. Minha pista de corrida dos treinos diários. Um sentimento renovado.

Minha segunda maratona, mas a primeira em casa. Isso me conforta, me faz sentir bem. Nasci em Curitiba, fiz minha primeira maratona, por acaso, lá também. Mas é aqui, em Florianópolis, onde fui criado, onde cresci, onde me formei, onde vivo meus dias, que me sinto em casa.

Tinha que correr aqui. Meus amigos vão estar lá, meus parceiros de corrida também. Minha família vai estar lá. Quem não estiver também vai estar. Eu carrego comigo. Carrego cada um deles. Carrego cada sorriso, cada palavra de incentivo. Um passo depois do outro. Um de cada vez. Um quilômetro depois do outro. Sem parar! Não posso parar! Eu vim para correr!

Correr! Correr da vida, dos problemas. Correr pela vida. Correr para solucionar mais facilmente os problemas. São 42 quilômetros e muitos pensamentos na cabeça. São 42 quilômetros e uma vida que começa no primeiro, que sofre lá pelo 30º e que renasce e recomeça no 42º, no final.

Tantas coisas na cabeça. E muitos passos a dar... Um depois do outro. Sem descansar, sem andar, sem parar! Correndo... O tempo inteiro! São quatro horas e ainda faltam 195 metros. São intermináveis somente 195 metros. E mais alguns passos a dar. Pra chegar a hora de chegar. Pra chegar a hora de sorrir. Assim que vou chegar! Sorrindo! E espero te encontrar!

Sábado no DC

18 de abril de 2009. N° 8410

DIÁRIO DA MARATONA Rodrigo Faraco

Participe da Festa

Dia de maratona é dia de festa. Assim que tem que ser. É um grande evento, num domingo, envolvendo boa parte da cidade. Vá pras ruas amanhã, participe dessa festa. Se não for correr, vá lá pra ver. Faça festa, aplauda, grite por alguém conhecido ou mesmo desconhecido.

Tem que ser assim! Lembro que estava no quilômetro 34 em Curitiba, estava morto de cansado, quase moído por dentro. Ainda faltavam oito quilômetros de corrida. Uma mulher ficava parada ao lado de um poste e gritava sem parar: “vamos! Falta pouco! Vocês são heróis, vocês são heróis!”.

Fui me aproximando dela, do local onde ela estava e pensava: “grita pra mim, grita pra mim também! Olha pra mim! Eu estou aqui! Me ajuda!”. A mulher atendeu o meu pedido, mesmo que ele tivesse sido feito somente em pensamento. Aquilo fez muita diferença pra mim.

E gestos como aquele foram se multiplicando a medida em que nós nos aproximávamos do final. Nos últimos metros estava formado um corredor humano de energias positivas. As pessoas aplaudiam um a um os atletas que iam passando, passo a passo para terminar a prova. Era contagiante!

A maratona é dos atletas profissionais, mas é dos atletas comuns também. A maratona é da cidade e é dos moradores da cidade também. Não Buzine! Pelo menos nesse dia. Um pouco mais de paciência. Afinal, é só uma manhã diferente. Uma manhã de festa.

A nona edição da maratona de Santa Catarina é amanhã. E que muitas outras venham. Florianópolis, a capital da qualidade de vida. A cidade do “Volta à Ilha”, do “Ironman”, do “Moutain Do”. Enfim, vai chegar o dia mais esperado do ano até aqui – pra mim, é claro.

Pra mim e pra tantos outros corredores anônimos também. Corredores que passaram, assim como eu, os últimos meses se preparando pra isso, pra este dia e pra esta prova. Vamos! Vamos juntos! Pra esse grande dia, essa grande festa. Nos vemos cedinho, de manhã, ali, na largada, no ponto de partida.

Não Esqueça

Hoje é o dia para a retirada do kit de corrida da maratona e da rústica. A entrega do kit vai ser feita das 10h às 18h, na beira-mar, em frente ao monumento da Polícia Militar, mesmo local da largada.

Abraços
Faraco

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Sexta-feira - Diário Catarinense

17 de abril de 2009. N° 8409

DIÁRIO DA MARATONA Rodrigo Faraco


A Ilusão da Vitória

Faltando apenas três dias para a maratona, vou buscar inspiração nos feitos e em um pensamento de um grande atleta das corridas. Este atleta é referência pra qualquer um que inicie a prática do atletismo. Pra mim também é.

O mundo ficou espantado com os feitos deste atleta em 1952, em Helsinque, na Finlândia. Até hoje ele é considerado um monstro das corridas. Um fenômeno que conseguia ótimos resultados tanto nas corridas de média distância quanto nas de longa distância.

Estou falando do tcheco Emil Zatopek, que, em 1952, levou a medalha de ouro olímpica nos 5 mil, nos 10 mil e na maratona. Algo até hoje nunca repetido. O “Locomotiva Humana” também ficou na história por revolucionar os métodos de treinamento.

Zatopek popularizou, entre os profissionais de preparação física, o “treinamento intervalado” – seções de treinos com tiros de 200, 400 metros ou até mesmo um quilômetro. O segredo está na intensidade da corrida e no intervalo entre os tiros. Sempre tive pavor desse tipo de treino. Hoje já estou habituado. Zatopek chegava a fazer inacreditáveis seções com 70 tiros de 200 metros. Impressionante!

O tcheco costumava dizer que “na vida, assim como nas corridas, o mais importante é participar, ainda que a ilusão da vitória nos dê forças para continuar lutando”. Algo que nos remete ao espírito olímpico do Barão de Coubertin, à famosa frase “o importante é competir”. É no pensamento de Zatopek que me inspiro.

A “ilusão da vitória”, pra mim, é a chegada. É exatamente a mesma “ilusão da vitória” de Zatopek. A feliz, a consagradora, a redentora chegada! A imagem do momento final, imaginário ou real, alimenta o corpo de energias para que se consiga chegar exatamente ao fim.

Esta semana estou insuportável. Só tenho um assunto. Hoje é sexta-feira, mas desde segunda não consigo me concentrar em outra coisa que não seja a maratona de domingo. E confesso pra vocês que essa cena da chegada, que é a tal “ilusão da vitória”, já passou pela minha cabeça mais de cem vezes.

* Rodrigo Faraco é jornalista, vai participar da Maratona de SC, e, até o dia da prova, passará dicas e informações.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Quinta nooo Diáááriooo!

16 de abril de 2009. N° 8408

DIÁRIO DA MARATONA Rodrigo Faraco


Os últimos ajustes


Pronto! Os treinos acabaram. Realizei, ontem, meu último treino antes da prova de domingo. Foi uma corrida leve, de sete quilômetros, só pra manter o corpo em movimento. Agora é esperar pela largada. E é uma espera longa.

Mas, até lá, tenho ainda algumas questões a resolver. Há, também, um planejamento de prova a ser feito. Preciso deixar tudo pronto. Desde a escolha da roupa até a minha alimentação durante as quatro horas de corrida.

Escolher a roupa errada pode ser mortal para uma prova tão longa. Os movimentos repetitivos podem provocar as famosas assaduras por atrito. Nos braços e pernas. Procure usar aquele calção e aquela camiseta que você já testou durante os treinamentos e que você tem certeza de que não vão provocar esse problema.

A organização da maratona oferece água aos corredores durante o trajeto. É importante, mas você vai precisar mais do que somente água. Os isotônicos são fundamentais na reposição mais rápida de líquidos e sais minerais, perdidos durante a transpiração. O objetivo é prevenir a desidratação e cãibras. Isso deve ser feito a cada 30 minutos, em média.

Além disso, é importante a alimentação para repor as energias. Pra isso os corredores usam sachês de carboidratos industrializados. São produtos que tem a função de repor glicogênio e têm fácil assimilação pelo organismo. Nos exercícios, carboidrato significa energia. É o principal combustível dos músculos. Pra que eles se mantenham ativos e resistentes durante a prova, é preciso repor este combustível.

A indicação é de um sachê a cada 40, 45 minutos. Portanto, para uma corrida de quatro horas, vão ser consumidos em torno de seis sachês. O consumo deve ser feito com água. A utilização dos carboidratos em gel é importante, também, para ajudar na recuperação pós-maratona.

Mas atenção! Estes elementos devem ter sido utilizados durante o período de treinamentos. Seu organismo tem que estar habituado a eles. Correr a maratona é o resultado de toda uma preparação, de todo um planejamento. Assim como o seu corpo tem que estar acostumado e treinado com as passadas, com a corrida, ele tem que estar acostumado com esse tipo de alimentação também. Não invente moda!

* Rodrigo Faraco é jornalista, vai participar da Maratona de SC, e, até o dia da prova, passará dicas e informações.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Hoje no DC

15 de abril de 2009. N° 8407

DIÁRIO DA MARATONA Rodrigo Faraco

Mentalizar para vencer barreiras

Existem pequenos segredos durante uma maratona. Um deles é o mais famoso. A barreira do quilômetro 30. Entre os corredores há uma unanimidade: as “quebras”, os abandonos, as desistências, ocorrem sempre próximas ao quilômetro 30 da prova.

É uma distância curiosa. Você já correu mais de dois terços da maratona, mas ainda faltam 12 quilômetros. Pode parecer pouca coisa, mas não é. Essa “pequena” distância vai levar pelo menos mais uma hora pra passar.

Isso para corredores normais como eu, que naquele momento pensam nos quilômetros a serem percorridos, mas pensam também que têm mais todo esse tempo de corrida. Pode ser animador ou desanimador, dependendo do estado físico em que o maratonista estiver.

A preparação psicológica, a parte mental, é muito importante pra vencer estas barreiras. A parte prática já foi feita, que são os treinos para vencer os quilômetros da maratona. Agora é hora de completar a preparação com a mentalização da prova.

Primeiro eu preciso tirar da minha cabeça essa questão do quilômetro 30. Depois eu preciso visualizar o momento. Eu sei que vou estar cansado. É inevitável. Mas sei também exatamente em qual trecho da beira-mar que vou estar. Isso me ajuda. É um trecho bem familiar, um trecho que faz parte da minha rotina diária, perto do local de largada da Maratona SC.

Mas o segredo mesmo é seguir adiante. Quanto mais se corre, mais perto do final se está. Em Curitiba minha meta sempre era a próxima marcação de quilômetro. Do 30 para o 31, do 31 para o 32, e assim por diante. É claro que as forças vão indo embora, mas ao mesmo tempo elas retornam quando mais uma marcação é vencida.

A recompensa vem na placa que indica o quilômetro 41. Este momento é muito emocionante. È o momento do último quilômetro. Talvez o mais longo de toda a prova, mas também o mais prazeroso e emocional.

Naquela hora tudo vem a sua cabeça. Todas as dores, os amigos, os familiares, os treinos... Tudo! Até cruzar a linha de chegada. É isso que estou fazendo agora. Mentalizando as coisas boas, pra reviver no domingo.

Abraços
Faraco

terça-feira, 14 de abril de 2009

Hoje no Diário Catarinense

14 de abril de 2009. N° 8406

DIÁRIO DA MARATONA Rodrigo Faraco

Reta final

Recebi no domingo à noite minha última planilha de treinos antes da maratona. Até o próximo domingo estão programados três treinos. Aliás, só faltam dois, porque um já foi. São treinos leves, bem leves. O Objetivo é manter o organismo em atividade. É importante manter o corpo em constante estado de alerta.

Fiz ontem um treino de 45 minutos de corrida com ritmo variado. Corria normal durante três minutos e acelerava bastante por 45 segundos. Repetia a seqüência até fechar o tempo total do treino. É um treino que eu gosto muito, ainda mais nesta fase de polida final. Aos poucos fui me soltando mais e mais e correndo mais rápido.

Hoje não vou pra pista. Vou pra academia fazer bicicleta. São 30 minutos girando os pedais e pensando na vida. Amanhã faço o último treino. Meu treinador vai junto. Paulinho programou uma corridinha leve de sete quilômetros pra fazer em 38, 39 minutos. Depois vai ser só esperar pela maratona de domingo.

Mas o que quero mostrar pra vocês hoje é outra coisa. Junto com a planilha recebi também um recado. Um recado do meu treinador. São palavras de motivação e confiança. Um recado importante pra mim. É como a preleção antes do jogo. O recado me faz lembrar o que fiz até aqui e como me dediquei pra esta maratona. Por isso vou dividir com vocês.

“Boa noite, Faraco.Semana importante, tanto quantos as outras.São as lapidadas finais.Treinos cumpridos, tempos batidos, suor escorrido.E agora? O que vem? Pois, por mais estranho que achemos, vem a semana mais difícil. A véspera da prova.É nesta semana que decidimos se somos vencedores ou não. Decidimos sim! Nesta semana construímos em nossa mente cada pisada, cada passo e cada piscar de olhos na prova. Cada etapa vencida e cada quilômetro.Nesta semana matamos o monstro mesmo antes dele chegar... Ou o alimentamos com nossos pensamentos Te falo isto pois uma maratona se vence com a cabeça .Saiba de uma coisa: esteja certo de que dor, suor e alegria vão estar com você independentemente das palavras que eu ponha aqui.O importante mesmo é como você vai saber lidar com isto.Somos do tamanho que queremos ser e eu acredito que você é grande.Ótima semana um abraço do amigo e treinador Paulinho.”

Abraços
Faraco

segunda-feira, 13 de abril de 2009

CONTAMINADOS!!!!


Quando o organizador e cacique OSNI me ligou convidando para participar do Mountain do do Costão do Santinho - http://www.mountaindo.com.br/ - (revezamento de 70 km), a principio pensei em dizer NÃO, mas em que pese o fato de o calendário de provas de Florianópolis não ser nada lógico (Mountain do 11/04; Maratona de SC 19/04; e Volta a Ilha 25/04) coloquei na balança a questão do desgaste excessivo de um lado e a oportunidade de conhecer uma nova prova e curtir esse novo desafio.

No final das contas vocês já imaginam o que eu decidi né?

Pois bem, lá estava eu as 6:30 da madruga esperando a Van chegar e me levar para o local da largada no Costão do Santinho, neste ponto eu sabia apenas que iria correr o trecho 07 e que estariam na minha equipe os parceiros habituais de corridas Xande, Osni e Rivaldo.

No caminho fomos agregando novas “caras” à nossa equipe, Atílio, Leandro, Fabiano Marques e Edson, este quatro últimos eram todos colegas do Grupo RBS e todos estreantes em provas de revezamento.

Ao chegarmos lá já havíamos trocado algumas impressões e experiências sobre corridas de revezamento, para os “calouros” aquilo tudo era novidade e nenhum detalhe passava desapercebido, mas em seus semblantes já se podia observar uma pontinha de apreensão e ansiedade a medida de iam chegando os trechos de estréia de cada um.

Um a um, foram fazendo seu “debut” saiam ansiosos e a medida que venciam cada Km de seu trecho ia se sentindo mais confiantes (e ofegantes...rs) e enfiam cumpriram todos, cada qual o seu trecho com muita galhardia.

Atílio foi o primeiro a fazer a sua “iniciação” e o fez com maestria!

O Edson deu banho ao terminar o trecho empunhando a Câmera Cinematográfica sem perder o ritmo ( e a pose!!) !

Leandro pulverizou o trecho dele, parecia um veterano!

E finalmente , Fabiano Marques terminou seu trecho em areia movediça e ainda deu entrevista de bate pronto no final!!!

Depois vieram Xande, Eu e Osni fechando a prova em 6:41 min!!!

Na volta pra Casa os “Novatos” foram unânimes em dizer :

“quando é a próximaaaaaaa??????????????................”

Eu olhava para eles e via nos olhos de cada um aquele mesmo sentimento que me atropelou quando participei do meu primeiro Mountaindo em 2004, aquele vontade louca de voltar lá no meu trecho e fazer mais e melhor, de me preparar melhor e de me dedicar mais aos treinos, enfim eu senti que eles também foram “Contaminados” pelo bixinho que costumo chamar de “Vicio Correr”!

No final das contas ficamos em SEXTO LUGAR e de quebra ganhei novos amigos e parceirões!

Segunda-feira no Diário

13 de abril de 2009. N° 8405

DIÁRIO DA MARATONA Rodrigo Faraco

Na reta final

O que fazer na semana que antecede uma maratona? Esta é a pergunta que muita gente que está acompanhando meus relatos diários deve estar fazendo. Pois eu mesmo, como pseudoatleta de segunda viagem, liguei, na última semana para o meu treinador e perguntei Paulinho, o que eu tenho que fazer na semana que vem?

Paulinho está muito tranquilo. Ele me passa confiança toda hora. Está sempre atento aos detalhes. A resposta dele foi simples: “Nada de especial”. Como quem diz “não inventa moda! Segue a tua vida normalmente.”

Eu explico! Na sexta-feira passada fomos treinar na Beira-Mar. Ele estava observando minha postura de corrida. Comentou que havia percebido alguns detalhes que precisam ser corrigidos. Mas, ao mesmo tempo, Paulinho enfatizou que essas correções vão ficar pra depois da maratona. Isso porque agora não é momento de mudar nada. O que está feito, está feito.

É claro que nestes dias vou ter questões a cuidar. A alimentação, por exemplo. Tenho uma programação especial e preciso seguir para chegar com a energia suficiente no domingo, dia da prova. Vou priorizar as proteínas no início da semana, e os carboidratos a partir de quinta-feira. Ou seja, mais carne e salada no início da semana e mais macarrão e batata depois.

É claro que tudo isso serve pra mim. É uma programação feita pelo meu treinador para as minhas necessidades. Talvez a alimentação de um outro corredor durante esta semana siga um programa completamente diferente do meu. Cada organismo tem suas necessidades.

Paulinho me pediu, também, muita concentração. Para que eu fosse me fechando esta semana em torno do que vou realizar no domingo. Para que eu fosse mentalizando a prova, os trechos, os quilômetros... O que quero fazer. É como o artilheiro que mentaliza o gol antes da partida. Ele pensa na jogada, ele pensa no que fazer com o marcador dele, ele pensa no drible e como vai finalizar.

E os treinos param? Não, não param! Vão ser mais leves e mais no início da semana, mas não posso ficar parado a semana inteira. Seria um erro! É preciso manter o corpo em atividade. Mas isso é conversa para amanhã. Aí eu conto pra vocês como vão ser os treinos que vou executar esta semana.

* Rodrigo Faraco é jornalista, vai participar da Maratona de SC, e, até o dia da prova, passará dicas e informações.

Abraços
Faraco

domingo, 12 de abril de 2009

Domingo no Diário!

12 de abril de 2009. N° 8404

DIÁRIO DA MARATONA RODRIGO FARACO

Entendendo a loucura

Estava chovendo, e os corredores, encharcados, iam chegando um a um. Já passavam de três horas e meia de prova, os vencedores já eram conhecidos, mas cada um dos que cruzavam a linha de chegada fazia a sua festa particular. Mais ou menos contido, pulando, gritando ou com um simples gesto, eles comemoravam, alegres. Simplesmente comemoravam, sozinhos ou com os familiares e amigos.

Eu observava tudo ali, parado, olhando tudo na linha de chegada. Era o final da Maratona de Santa Catarina, em abril do ano passado. Choveu o tempo inteiro, desde as primeiras horas da manhã. Eu havia feito a corrida rústica de nove quilômetros mais cedo e estava ali parado, tomando chuva, na Beira-Mar.

Precisava acompanhar a chegada dos meus amigos, meus grandes parceiros de corrida que estavam pelas ruas correndo ainda. Eles faziam a maratona pela primeira ou pela segunda vez. Eu fiquei ali solitário, na chegada, esperando, nem me importava com a chuva.

E eles foram chegando um a um. Primeiro veio meu amigão, o cara que me levou pras corridas. Marcos Alexandre fazia sua primeira maratona. Apareceu no funil, na reta de chegada, quase voando. Estava empolgado, inteiro, mas muito cansado. Completou a prova em menos de quatro horas. Era tudo o que ele queria. Na sequência vieram outros ainda – o Daniel e a Adri, amigos de corrida também.

Aquilo tudo me emocionou, porque vivi junto com eles o período de treinamentos, porque acompanhei a luta deles para que estivessem ali realizando o sonho da maratona. As cenas não saem da minha memória.

É emocionante! Ver cada um daqueles corredores, os meus amigos e os que eu não conhecia, chegando e cruzando a linha final. Ver e entender o que significava pra eles vencer o desafio.

Aquilo me fez ter mais vontade de fazer eu mesmo uma maratona. Às vezes pode parecer uma loucura correr tamanha distância. Mas tenho certeza que naquele dia eu entendi um pouco mais o porquê dessa loucura. Agora é contagem regressiva. Falta exatamente uma semana. No próximo domingo eu vou estar lá.

* Rodrigo Faraco é jornalista, vai participar da Maratona de SC, e, até o dia da prova, passará dicas e informações.

Abraços
Faraco

sábado, 11 de abril de 2009

Sexta-feira

10 de abril de 2009. N° 8402

DIÁRIO DA MARATONA - RODRIGO FARACO

Cuidado, atenção!

Um mês antes da minha primeira maratona, eu estava fazendo tudo errado. Estava me alimentando errado, estava dormindo pouco e descansando muito pouco também. Apesar de tudo isso eu estava levando os treinos.

Chega uma hora que você se acha imbatível. Você acha que pode tudo. A corrida faz isso. A auto-estima vai lá em cima. É o primeiro passo para um grande erro: a soberba.

Um mês antes da maratona de Curitiba, que foi em Novembro passado, estava prestes a realizar meu último treino importante, o último “longão”. Já tinha feito longos de 20 e 25 quilômetros e tinha feito muito bem. Meu técnico programou então um treino de 32 quilômetros.

Tranqüilo, vou fazer! – pensei. Foi um grande erro! Eu estava menosprezando o tamanho do treino. Achava que faria a hora que quisesse. Não é assim! É preciso respeitar qualquer distância e qualquer corrida. Ainda mais se tratando de 32 quilômetros.

Era cedo, por volta das sete da manhã. Saímos eu e Paulinho para os 32 quilômetros de treino. Aos poucos eu fui sentindo o peso dos erros cometidos nas semanas anteriores.

Naquele treino eu fiquei desidratado e pela primeira vez, senti o que era uma hipoglicemia, que é o baixo nível de açúcar no sangue. Eu estava sem energias. Comecei a sentir no oitavo quilômetro. No décimo quilômetro eu já me arrastava. Mas fui dando um jeitinho e segui.

Ainda fui até o quilômetro 17, no puro sacrifício. Estava no bagaço. Parei! Não dava mais! Meu corpo não tinha mais energias. A frustração foi grande e o sentimento de derrota também.

Depois tive que ouvir uma merecida bronca do meu treinador. Era o que precisava para voltar a regular meus treinos, minha alimentação e meus sonos. Deu tudo certo depois na maratona, mas foi uma grande lição.

Hoje estou aqui, focado, concentrado e quase recluso. Falta pouco mais de uma semana para a Maratona de SC e estou bem. Aprendi que não somos máquinas. Aprendi que o corpo tem exigências e limites e que é preciso respeitar. Acima de tudo respeitar.

Grande presença

Maria Zeferina Baldaia, campeã da São Silvestre 2001 e terceira colocada na última edição, já confirmou a participação na Maratona Internacional de Santa Catarina. Ela participa pela primeira vez . A mineira tem no currículo os títulos da Maratona Stramilano, na Itália 2008, além da Maratona de São Paulo e do Rio de Janeiro, em 2002.

Sábado, DC

11 de abril de 2009. N° 8403

DIÁRIO DA MARATONA RODRIGO FARACO

Ajuste fino

Mais uma semana de treinos se foi. Esta semana foi tranquila. Como já disse pra vocês, estou em fase de polimento para a corrida do dia 19. É algo que todo atleta profissional faz antes das competições. Sai a carga pesada de trabalho e entra o ajuste fino. Eu não sou atleta profissional, mas minha preparação também passa por esse estágio.

É muito bom porque com o trabalho que estou fazendo agora, consigo perceber os primeiros reflexos de todo o treinamento pesado que foi feito antes. Ou seja, o resultado dos treinos pesados e de toda a dedicação começa a aparecer.

Meu treinador, o triatleta Paulo Domingo Filho, disse que iria me preparar pra que eu fizesse a maratona como um reloginho. Pra que fizesse a prova com soltura, com força e com ritmo constante.

Isso já está acontecendo. O polimento começou há duas semanas e já me sinto mais solto. Estou resistente e forte também. Me sinto assim. E as corridas realizadas nos treinamentos das últimas semanas me dão a certeza que estou com um bom ritmo para a maratona da semana que vem. Aliás, estou correndo com passadas bem ritmadas.

No sábado passado eu fiz um treino de 10 quilômetros. Fiz leve. Em 52 minutos 32 segundos. Estava bem, mas senti que ainda não tão solto quanto ainda quero estar. Nesta semana, na quarta de manhã, o treino programado era exatamente o mesmo – 10 quilômetros.

O engraçado e curioso foi o tempo que terminei esse segundo treino. Foram 10 quilômetros exatamente iguais aos de sábado, com 52 minutos e, pasmem, 32 segundos. Quando olhei no relógio eu não acreditei. A mesma média de ritmo, o mesmo tempo. Só que dessa vez a sensação era melhor. Apesar de estar fazendo tudo igual ao treino passado, eu me sentia mais leve e mais solto pra correr.

Isso é o polimento! Com o passar dos dias, a corrida vai ficar mais fácil. O ato de correr vai ficar mais fácil. Ainda tenho mais uma semana antes da prova. Vai ser uma semana especial esta que está por vir. Vão ser treinos de ajuste fino. A alimentação também vai ter um tratamento especial.

A tendência é que eu fique ainda mais solto. E isso vai me fazer render mais também na prova. Durante a semana eu conto pra vocês. Haja ansiedade!

* Rodrigo Faraco é jornalista, vai participar da Maratona de SC, e, até o dia da prova, passará dicas e informações.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

DC nesta quinta

9 de abril de 2009 N° 8401

DIÁRIO DA MARATONA Rodrigo Faraco

Corridas e corridas

Existem diferenças básicas entre correr distâncias curtas e longas. O desafio é diferente! O modo de correr é diferente. Ano passado eu fiz em Novembro a Maratona de Curitiba, que, óbvio, tem 42 quilômetros de distância de percurso, e fiz em Dezembro a São Silvestre, que tem 15 quilômetros.

Depois de fazer a maratona, muitas vezes as pessoas diziam assim pra mim “ah, então agora a São Silvestre vai ser um passeio”. É algo que seria lógico, não é? Quem corre 42, corre 15 quase três vezes. Então a corrida de 15 quilômetros seria mais fácil, bem mais fácil. Correto? Mas não é bem assim.

Na verdade são desafios específicos. Tudo vai depender da intensidade que você coloca para cada uma das corridas. Para correr 42 quilômetros preciso de muita resistência e coloco um ritmo mais leve, justamente para ter essa resistência. Para os 15, velocidade.

Na maratona, que era a minha primeira, o objetivo era completar a prova. Era chegar. É muita coisa correr 42 quilômetros. E como era a primeira vez que faria aquilo, terminar significava vencer.

Para a São Silvestre o objetivo era fazer o melhor tempo possível. O objetivo era correr rápido. Não completar seria uma grande derrota, porque 15 quilômetros é uma distância habitual pra mim, uma distância que está com freqüência nos meus treinamentos. Então eu tinha que completar e fazer meu melhor tempo para essa distância.

Fiz a São Silvestre com o meu melhor tempo - uma hora e 13 minutos. Completei a maratona em quatro horas e 16 minutos. Se eu tivesse feito a maratona no mesmo ritmo da São Silvestre completaria os 42 quilômetros em três horas e 25 minutos. Mas isso não seria possível. Não resistiria naquele ritmo, no ritmo da São Silvestre, por 42 quilômetros.

Existe entre os corredores um mito de que só é corredor de verdade quem corre pelo menos uma maratona. Imaginem, 10 quilômetros seria pouco então? Pra mim nada disso vale. Se você vai correr 3 , 5, 10, 15 ou 42 quilômetros, não interessa. O que interessa é que você tenha o hábito de correr. Se você corre com freqüência, então você pode sair por aí dizendo: eu sou um corredor!

Abraços
Faraco

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Quarta-feira no DC

8 de abril de 2009. N° 8400

DIÁRIO DA MARATONA Rodrigo Faraco

O fazer bem-feito


O treino te faz ter certeza de que é possível realizar uma corrida, uma prova, um desafio. Meu amigo Luiz Carlos Prates costuma dizer no programa de todas as tardes na CBN Diário que “não existe almoço grátis”. Isso também vale no esporte.

Não há como fazer algo bem-feito sem treinamento. E o fazer bem-feito engloba diversos aspectos. O fazer bem-feito é fazer, é completar. O fazer bem-feito é completar a prova dentro de um tempo estabelecido. O fazer bem-feito é também o fazer com qualidade, sem prejuízos à saúde.

Quando corri a Maratona de Curitiba, no ano passado eu fiz bem-feito. Fiz bem-feito porque terminei a prova, o que era a primeira vitória. Fiz bem-feito porque fiz mais ou menos dentro daquilo que queria como tempo pra mim. E fiz bem-feito porque no outro dia estava inteiro e fui trabalhar sem problemas, ou seja, meu corpo não tinha sofrido os piores reflexos que uma maratona pode trazer.

Tudo porque estava bem treinado, estava bem preparado para aquela corrida e sabia disso. Quando eu cobria os treinos e as entrevistas coletivas da dupla Gustavo Kuerten e Larri Passos eu prestava muita atenção no que era jornalístico, mas estava sempre de ouvido atento ao que era ensinamento esportivo também.

Lembro que Larri explicava, daquele seu jeito fissurado e trabalhador, que treinava Guga até o limite porque ele, Guga, tinha que ter certeza que estava pronto pra realizar. Do outro lado da quadra, “o cara”, o adversário de Guga, iria ter que ter treinado mais se realmente quisesse bater Gustavo Kuerten. Mas Guga iria sempre ter certeza que poderia vencer, qualquer adversário, porque tinha se dedicado aos treinos sem preguiças ou desculpas.

Assim é o esporte! Na corrida também. Quando eu estiver lá correndo, no dia 19, os 42 quilômetros da maratona, antes de pensar em desistir por qualquer motivo, eu vou pensar nos dias de treinos. Vou lembrar, que mesmo sozinho na maioria deles, eu estava lá, com chuva, com sol, às 7h da manhã ou às 10h da noite. Vou saber que a minha dedicação foi entregue para que possa realizar mais este desafio.

Abraços
Faraco

terça-feira, 7 de abril de 2009

Terça-feira

7 de abril de 2009. N° 8399

DIÁRIO DA MARATONA Rodrigo Faraco

Tempo e distância


Quanto tempo você leva para percorrer a distância de um quilômetro? Seis, sete minutos? Se você está começando a dar as primeiras corridinhas, talvez seu tempo esteja em torno disso. Então vamos fazer uma conta rápida.

Usando como base um tempo de seis minutos e meio para fazer um quilômetro de corrida. Uma maratona tem 42 quilômetros 195 metros. Multiplique então o tempo estabelecido pela distância da maratona. Chegaríamos à conclusão que este corredor levaria pouco mais de 4 horas e meia para terminar a prova.

Por que estou fazendo toda essa conta e estou dando todas estas explicações? Pra que você entenda o que fazem os maratonistas profissionais. O recorde mundial atual da maratona é do etíope Haile Gebreselaisse. Na Maratona de Berlim do ano passado ele fez o tempo de 2h03:59 batendo a própria marca anterior, feita um ano antes também em Berlim.

Esse é um fenômeno! E esses atletas profissionais são mesmo grandes fenômenos. São atletas de condição física privilegiada. Vamos aos dados e você vai entender o que quero dizer. Para fazer este tempo na maratona ele percorreu cada quilômetro dos 42 com uma média perto de dois minutos e 56 segundos para cada quilômetro.

Dois minutos e 56 segundos! Isso é fantástico! O etíope correu durante mais de duas horas numa velocidade espantosa de pouco mais de 20 km/h. Talvez você não consiga fazer isso de bicicleta.

Aquele ser humano normal, ao qual eu me referia no início dessa conversa, aquele que corre com um tempo de seis minutos e meio cada quilômetro, chega no máximo perto de uma velocidade média de 10 km/h para completar uma maratona.

E tenha certeza - ele já pode se considerar um vitorioso por completar a prova, tanto quanto o fenômeno é vitorioso com a marca espetacular.

Os vencedores 2008 e seus tempos

Na Maratona de Santa Catarina do ano passado Adriano Bastos de São Paulo foi o vencedor entre os homens. Ele fez o tempo de duas horas 16 minutos 20 segundos. Entre as mulheres, a alagoana Marili dos Santos foi a campeã. Ele percorreu os 42 quilômetros 195 metros em duas horas 36 minutos 21 segundos.

Abraços
Faraco

segunda-feira, 6 de abril de 2009

DC - Segunda

6 de abril de 2009. N° 8398

DIÁRIO DA MARATONA Rodrigo Faraco

Socialização

Correr é um esporte solitário, mas ao mesmo tempo não é. Não é uma contradição. A explicação é bem simples. A corrida é solitária porque é um esporte individual. O esforço é seu, as dores são suas e do seu corpo, e as vitórias são somente suas.

Mas a corrida socializa de muitas formas. Numa Maratona você conhece os melhores amigos da sua vida por apenas cinco minutos. Aqueles que vão ser grandes companheiros por apenas um ou dois quilômetros e depois você nunca mais vai ver na vida, mas também não vai esquecer.

Na minha única maratona foi assim. Estava lá pelo quilômetro 20. Estava solto e correndo fácil. Cheguei perto de um senhor de uns 60 anos. Ele estava bem cansado. Com a intenção de motivá-lo, falei “uso a técnica do piloto automático”. Ele me perguntou: “piloto automático?”A minha explicação foi simples! Disse a ele: “agora é mais difícil parar do que continuar, porque o movimento já está automatizado”. Ele olhou pra mim e sorriu. Completou só com um “boa! boa tese!”. Seguimos conversando animados.

Foi então que descobri que o senhor estava fazendo sua vigésima maratona. Imaginem eu, um novato, dando conselhos e tentando motivar um senhor que já tinha ampla experiência.Nós dois fomos amigos durante no máximo cinco, dez minutos. Grandes amigos!

Depois segui em frente e o senhor ficou pra trás. Quando terminou a prova, ainda o procurei para cumprimentá-lo, mas não o encontrei. Nunca mais o vi e é bem provável que nunca mais o veja. Hoje nem me lembro mais de seu rosto, mas certamente nunca mais o esquecerei. Nunca mais esquecerei aquele momento.

* Rodrigo Faraco é jornalista, vai participar da maratona e, até o dia da prova, passará dicas e informações.

Abraços
Faraco

domingo, 5 de abril de 2009

DC deste Domingo

5 de abril de 2009. N° 8397

DIÁRIO DA MARATONA Rodrigo Faraco

Uma relação de Confiança

É como uma relação de pai pra filho. Não fosse a palavra final do meu treinador e a confiança que tenho nele e no trabalho que ele desenvolve comigo, eu não estaria embarcando no desafio de fazer mais uma maratona. E assim que tem que ser! Se não houver confiança não pode haver parceria entre o atleta e o treinador.

Há dois anos e três meses sou treinado pelo triatleta Paulo Domingos Filho, o Paulinho. No começo houve uma fase de adaptação. Eu tentava entender os métodos de treinamento dele e ele tentava conhecer o novo “pupilo”.

È como no futebol. Os jogadores só vão entender e fazer com perfeição o que o técnico pede, depois que o próprio técnico passar confiança a eles. E o técnico só vai saber o que fazer com o time depois que conhecer as características dos jogadores que tem.

O período de adaptação levou alguns meses e muitas teimosias minhas. A maior de todas causou a minha pior lesão. Eu escondia “treinos extras” do meu treinador. As planilhas e o planejamento dele previam uma carga de treinos durante a semana. O problema é que em muitas semanas eu executei uma carga quatro, cinco vezes maior.

Eu aproveitava cada horinha de folga no final de semana pra fazer corridas que não estavam previstas no planejamento. E não contava nada pra ele, óbvio. Resultado: tive que parar de correr por três meses! Minhas pernas não agüentaram a carga extra.

Com o erro aprendi a lição. Ou eu respeitava o que ele me passava, ou não havia sentido ter um treinador. Eu precisava confiar nele. Precisava executar a risca os treinos que me passava. Ao mesmo tempo, Paulinho precisava ter a certeza de que era exatamente aquilo que eu estava executando.

De lá pra cá, ajustamos tudo. Já corri muitas provas e nunca mais tive lesões. Paulinho é um profissional que cobra disciplina, que mostra resultados, que comprova teorias com práticas e que, acima de tudo, me passa extrema confiança. Por isso que agora estou seguro e confiante para correr minha segunda maratona.

Percurso totalmente plano ajuda corredores

A Maratona Internacional de Santa Catarina é considerada uma das melhores do Brasil para se conseguir uma boa marca. Isto porque o percurso do prova é totalmente plano, passando pela Beira-mar e pela Via Expressa Sul. No ano passado, a atleta Marili dos Santos soube aproveitar bem essa característica. Venceu a prova e garantiu o índice para representar o Brasil nas Olimpíadas de Pequim.

Abraços
Faraco

sábado, 4 de abril de 2009

Dc deste Sábado

4 de abril de 2009. N° 8396

DIÁRIO DA MARATONA Rodrigo Faraco

Treino Específico


Esta semana comecei um trabalho especial nos treinos. É o que o meu treinador, o triatleta Paulo Domingos Filho, chama de polimento. É a reta final de preparação para correr bem e solto os 42 quilômetros da maratona.

O Polimento é um trabalho totalmente diferente do que foi feito até aqui. Como já contei pra vocês, de janeiro a março deste ano eu fiz o trabalho de base para a corrida. Foram três meses intensos de academia, com musculação quase todos os dias, e pista, com os treinos de corrida

A musculação é imprescindível pra quem quer correr. Não são somente seus ossos e suas articulações que têm dar sustentação para que você corra. Os músculos têm que absorver a maior parte do impacto e têm que estar prontos para esse trabalho.

Além da musculação fiz um trabalho de volume também. Sempre aos finais de semana treinava o que costumamos chamar de “longão”. O “longão”, como o próprio nome já diz, é aquele treino com percurso mais longo, demorado, e que dá o lastro necessário para as corridas de grande distância. Fiz treinos longos de 10, 12, 15, 20 e 27 quilômetros.

Não é preciso treinar uma maratona, ou seja, 42 quilômetros, para fazer a prova. O que tem que ser treinado é o acréscimo de volume na sua corrida. Isso é feito aos poucos. É bom lembrar que já tenho carga de corrida e meus treinos levaram também em consideração o meu próprio lastro adquirido nestes últimos dois anos e meio.

Para este período de polimento, a primeira medida do meu treinador foi retirar a musculação. Na pista, corri segunda-feira uma hora em grama, com variação de velocidade e intensidade. Na quarta, estavam planejadas três corridas de três quilômetros. Acabei não conseguindo executar por ainda estar com musculatura presa. Na quinta fiz um trabalho rápido de soltura.

Agora, enquanto você está lendo esta coluna, eu devo estar na minha pista predileta, a beira-mar, correndo. Vão ser 10 quilômetros com tempo pré-estabelecido.

De olho na Grana

A Maratona Internacional de Santa Catarina distribui prêmios em dinheiro. São mais de 80 mil reais. O prêmio é distribuído para os dez primeiros colocados na classificação geral no masculino e para as seis primeiras colocadas no feminino. Além disso, existe também uma premiação em dinheiro aos melhores das categorias por idade.

Abraços
Faraco

sexta-feira, 3 de abril de 2009

DC desta sexta

3 de abril de 2009. N° 8395Alerta

DIÁRIO DA MARATONA Rodrigo Faraco

Kit básico

O que é preciso ter para correr? Qual é o kit básico? Bom, não é preciso muita coisa, principalmente para quem está começando. Primeiro você tem que ter disposição, vontade de sair de casa e ir para a rua. Às vezes dá uma preguiça... Mesmo em quem já está acostumado. Quando isso acontece, a primeira coisa que faço é colocar o calção, a camiseta, o relógio e o tênis. Pronto, agora que já estou fantasiado de corredor, tenho que ir para a rua! Fácil assim!

Mas agora que já falei, você já conhece parte do kit. A corrida não é um esporte caro, mas tem lá os seus investimentos. O primeiro vai direto para os seus pés, mas ajuda seu joelho, sua canela, sua coluna, seu corpo como um todo. A escolha do tênis é fundamental. Não saia por aí correndo sem um calçado adequado. Com o passar do tempo você vai entender a importância dele e agradecer esse conselho. Um dos piores inimigos dos corredores é o impacto. Na corrida, cada passo sofre a reação do solo de 2,5 a três vezes o peso do seu corpo. Esse impacto pode ser amenizado com o tênis certo.

Outro amigo do corredor é um relógio com monitor cardíaco. Com ele você pode ficar atento à frequência dos batimentos do seu coração. Muitos treinos são feitos com base nestes batimentos. Existem diferentes faixas de batimento para cada tipo de treino. Mas o melhor de tudo é que com o hábito de correr com o relógio monitor, você vai se conhecer cada vez mais e vai conhecer, também, as respostas do seu corpo.

Para fechar, a roupa. Procure utilizar roupas leves. Nada de usar aqueles jaquetões fechados, achando que vai perder mais peso se ficar pelas ruas dentro de um forninho móvel, improvisado com roupas pesadas. Calção e camiseta são suficientes.

Só tome cuidado com gozações. Quando comecei, usava calções de surfista, que não foram perdoados pelos colegas corredores. Agora já estou bem mais “profissional”. Até já tenho uniforme especial para correr a maratona. Ah, um boné e protetor solar são bem-vindos também.

Não perca a hora

A maratona terá largadas em três horários. Às 7h35min, a prova feminina; às 7h45min, para os cadeirantes; e 8h a prova masculina. Logo depois largam os atletas da outra corrida, a rústica, de 10 km.No sábado, dia 18 de abril, um dia antes da prova, a partir das 10h, vão ser entregues os kits de prova aos competidores. Os kits contêm os chips de prova e a numeração de cada atleta.


Abraços
Faraco

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Coluna de hoje - DC

2 de abril de 2009. N° 8394

DIÁRIO DA MARATONA Rodrigo Faraco

Tem que gostar


A primeira coisa para começar a correr é gostar de correr. Como na escolha de uma profissão ou carreira, é preciso ter gosto pra coisa, senão você não vai evoluir. Os obstáculos criados pelos compromissos diários sempre vão ser maiores do que a própria vontade de praticar a corrida.

Correr não é uma atividade esporádica. As corridas não têm que ser algo a mais na sua vida. Correr é uma atividade que tem que ser parte da sua vida. Correr é um hábito, um estilo de vida, e disciplina é uma palavra-chave. Ou você corre ou você não corre. Ou você é um corredor ou não é. Simples assim!

Mas se você gosta, já é um primeiro passo. Ninguém começa a correr correndo maratonas. Uma maratona exige paciência, planejamento, treino, treino e treino – muito treino! Para um dia começar a pensar em correr uma maratona, você precisa ter passado pelas etapas anteriores, uma a uma.

Comece correndo! A distância que for, a distância que puder! O seu máximo é 400 metros? Então corra 400. Tente um pouco mais amanhã.Mas há algo de muito importante nessa história: procure o auxílio de um profissional. A orientação profissional é fundamental. As pessoas que correm sem orientação geralmente fazem coisas erradas, e com isso certamente vão sentir os reflexos dos erros mais tarde, com lesões, principalmente.

Para correr a primeira maratona demorei quase dois anos realizando treinos semanais orientados por um treinador e passando por provas com distâncias mais curtas de 5, 10, 15 e até 21 quilômetros. O corpo vai aos poucos se adaptando ao esforço.

Hoje estou preparado para a segunda maratona. Os treinos de base e específicos para ela já foram feitos. De janeiro a março foram incansáveis os dias de treinos na academia, com a musculação, que é fundamental para a sustentação da corrida, e na Beira-mar, minha “pista de corridas”.

Anote aí – As inscrições para nona edição da Maratona de Santa Catarina e para a Corrida Rústica vão até o dia 9. A maratona está marcada para domingo, dia 19. O percurso oficial de uma maratona é de 42 km 195 m. A rústica deste ano vai ter 10 km. As inscrições custam R$ 30 para a maratona e 15 para a rústica e são feitas no site http://www.ativo.com/.

* O jornalista Rodrigo Faraco vai participar da Maratona de Santa Catarina e até o dia da prova passará dicas e informações aos participantes.-->
Tem que gostar

quarta-feira, 1 de abril de 2009

primeira Coluna no DC

1 de abril de 2009. N° 8393

"DIÁRIO DA MARATONA" - Pura Ansiedade

Lembro muito bem ainda da primeira Maratona que corri. Foi em Curitiba, novembro do ano passado. Apesar de todos os treinos, apesar de toda a dedicação, apesar de saber que você está pronto para correr os tais 42 quilômetros, você nunca sabe realmente o que vai ser percorrer e vencer o mito – a famosa maratona. É quase um salto no escuro.

Lembro que, antes da prova, um amigo meu, Rafael Maioral, que já tinha feito duas maratonas, me disse: “Faraco, corre no teu ritmo. Não tenta te poupar no começo achando que você vai estar inteiro no final, que isso não vai acontecer. No quilômetro 30 você vai estar muito quebrado!”. Era pura verdade!

No quilômetro 30 eu estava muito cansado, mesmo tendo me poupado no começo da prova. E ainda tinha mais 12 quilômetros pra correr. Olhei no relógio, que marcava três horas de corrida, e pensei comigo mesmo: “Ainda tenho no mínimo mais uma hora”. Ao mesmo tempo comecei a me questionar sobre o tamanho do desafio, e sobre os porquês de se fazer aquilo tudo. Não achei resposta e segui correndo.

Foram quatro horas e 16 minutos de corrida para completar os 42km195m de uma maratona. Tinha acabado a primeira maratona da minha vida! Era pra ser a última também, segundo minha própria análise durante a prova. Que nada! Quando acaba, vem uma sensação de dever cumprido, uma sensação de poder, um gosto de vitória, que no dia seguinte você pensa: “Vou fazer de novo e vou fazer melhor!”

Por isso estou aqui. Esse é meu desafio: fazer de novo e fazer melhor! Durante os próximos dias vou dividir com vocês a ansiedade, os cansaços, as dúvidas, as angústias, os treinos, tudo que antecede a realização da minha segunda maratona. É preciso muito treino, muita dedicação, disciplina e boa orientação profissional para fazer uma prova como essa. E é isso que quero contar diariamente pra vocês.

* O jornalista Rodrigo Faraco vai participar da Maratona de Santa Catarina, e, até o dia da prova, passará dicas e informações aos participantes.

Abraços
Faraco