segunda-feira, 20 de abril de 2009

Obrigado Paulinho


20 de abril de 2009. N° 8412


DIÁRIO DA MARATONA Rodrigo Faraco


Como foi difícil completar


Uma maratona é muita coisa! 42 quilômetros é muita coisa. A constatação é natural pra quem acabou de sair de uma. Lá pelo quilômetro 29 eu virei pro meu treinador, Paulo Domingos Filho, e disse: “me lembre de nunca mais fazer isso aqui!”. Eu já havia avisado isso a vocês durantes estes dias de coluna aqui no DC. No meio da prova a gente sempre se pergunta e tenta achar os porquês.

Chega de suspense! Terminei a prova! Não como queria, mas terminei minha segunda maratona. Fechei o percurso em quatro horas e 29 minutos, 13 minutos acima do meu tempo de Curitiba, no ano passado. Tive problemas durante a prova.

Corri bem e dentro da minha meta até o quilômetro 28. Estava tudo certo. Tinha virado a metade da prova, os 21 quilômetros, em uma hora e 57 minutos. Me mantive bem, até que comecei a sentir fortes dores musculares nas coxas. O motorzinho começava a emperrar.

Foi então que quebrei minha regra básica. Virei pra Paulinho e revelei o cansaço. “Vou parar”, foi o que disse a ele. “Não vai, não!” – foi a resposta. Segui mais um pouco e logo depois comecei a andar. Pronto! Estava num dilema!

Mas quem tem um técnico como Paulinho, pode ter certeza que sempre há uma saída. Paulinho colocou todo a experiência adquirida nas provas de triatlo em prática pra me recuperar. Eu estava com um princípio de cãibras no adutor nas duas coxas e panturrilhas.

Meu treinador me guiou até o final, me pedindo pra caminhar às vezes, mas me fazendo correr muito mais tempo, claro. Segui pelos 14 quilômetros finais num misto de corrida e caminhada e sendo administrado por ele. Nos últimos dois quilômetros eu estava bem de novo para completar a prova.

Passei pela placa que indicava 41 quilômetros, eu virei pra ele, agradeci. Sabia que tinha chegado ao fim e ele era o responsável por isso. Agradeço mais uma vez – Obrigado, Paulinho! Daí pra frente foi a emoção da chegada. Como foi difícil completar. Mas nessa hora o meu sentimento não é de frustração. O sentimento é de satisfação, acima de tudo pela superação.

Pra fechar, o dever me faz registrar uma crítica construtiva à organização da prova, feita pela Fesporte. Os corredores de ponta certamente não tiveram problemas, mas os corredores comuns, como eu, ficaram sem água na via expressa inteira, do quilômetro 18 ao 29. O dia estava lindo, com sol na cabeça e faltou água! Um pecado pra quem corre uma maratona.


Abraços

Faraco

4 comentários:

Rafael Pina disse...

Olá, Rodrigo ! Parabéns pela prova, realmente uma maratona é sempre difícil, tem sempre algo que não sai como planejado. Eu fiz 32 fortes para treino, e senti bem a falta dágua.

Abraço.

Rodrigo Faraco disse...

Abraço Rafael

vamos em frente, de preferência com água

Ronaldo Marcial PASQUINI disse...

Faraco!
Sou corredor amador. Fiz minha terceira maratona. Esta foi, realmente, muito difícil. Aliás, só peguei encrenca até agora. Florianópolis 2008 (chuva e mais chuva), Curitiba 2008 (calor, subida e mais subida) e Florianópolis 2009 (calor, falta de água e isotônico zero).
Tenho uma pergunta a lhe fazer. Você se preparou bem, tem treinador, tem saúde e segue as planilhas, mas não conseguiu baixar seu tempo. Eu estava na pilha de fazer em menos de 4 h e fiz 4h26. Com todos que falei a resposta foi a mesma "meu tempo piorou". O que será que houve? Seria a somatória de vários fatores?

Vamos pensando!
Parabéns. O importante é chegar. Já é um fato heróico.
Ronaldo Pasquini

Rodrigo Faraco disse...

É Ronaldo, os fatores somados realmente influenciaram no resultado final. Acredito que muita gente tenha desistido. Para a minha corrida não ter dado certo, ou seja, como eu queria, muito foi em função da falta de água.

Parabéns pra você também. Chegamos quase juntos. Até a próxima, porque eu não vou desistir. Abraços