terça-feira, 21 de junho de 2011

MEIA, “MEA CULPA”!



O dia estava perfeito, tempo seco, nubladinho, pouco vento e temperatura amena, enfim tudo conspirava a favor.




As semanas que antecederam a Meia de Floripa foram muito puxadas em matéria de treinos e os intervalados me fizeram atingir velocidades antes sequer imaginadas, os volumes de treino eram cada vez mais elevados e a qualidade dos treinos era perceptível.




Com tudo isso em mente, foi inevitável imaginar que Eu faria uma Meia Maratona com um tempo mais baixo do que a realizada no dia 20/03/2011 (1 h e 37 min e 14 s), mesmo que conscientemente eu não quisesse havia certa pressão pela melhora e quebra do tempo anterior.




Naquela ocasião o cenário era outro, o clima era de calor, havia dormido poucas horas e a véspera tinha sido diametralmente oposta ao recomendado pra quem quer competir no dia seguinte.




Pois bem, 07h41min foi dada à largada! E lá estava eu embolado no meio da multidão e com meu cinturão de hidratação novinho em folha recheado com 4 garrafinhas de Accelerade congeladas. Eu não queria que nenhum detalhe me atrapalha-se!




Mas parece que o excesso de zelo se mostrou meu inimigo logo ali na frente!




Na primeira subida (Meia mais plana do Brasil é???) uma das garrafinhas saltou longe do meu cinturão e tive que descer o morro de volta atrás dela, coloquei no “coldre” de novo e quando voltava ao ritmo desejado, mais uma vez a garrafinha caiu no chão e mais uma vez parei para junta-la e derrubar um corredor que vinha logo atrás.




Nessa hora fiquei decepcionado comigo mesmo, me perguntando como, como um cara que já correu tantas provas, podia ter sido tão amador? Como?




Lá estava eu com uma garrafinha na mão, comprometendo a postura e tirando todo o foco da prova, e quando já voltava para o “pace” desejado de 4:35 min/km uma segunda garrafinha se “revoltou” e pulou fora da minha cintura e caiu no meio da subida da Ponte Pedro Ivo, mais uma parada, mais perda de tempo, perda de postura e da paciência. E esta cena se repetiu mais umas 5 vezes, até o momento em que resolvi carregar 02 garrafinhas na mão esquerda enquanto tentava com a mão direita pegar os copos de água dos postos de hidratação.




Não queria jogar as garrafinhas fora, ainda mais que estavam cheias de accelerade!




Aguardei o quanto pude para encontrar algum conhecido, ou alguém da equipe para entregá-las em segurança, até que quando passava pelo km 12 resolvi descarta-las embaixo da plaquinha que sinalizava o Km.




Logo em seguida encontrei o PAULINHO e apenas disse a ele que tava tudo bem (mas não estava) e pedi que resgatasse as garrafinhas lá.




Somente então após 12 km é que consegui recolocar o foco na prova e tentei correr num pace mais próximo do desejado, mas não adiantava as cenas do meu amadorismo não me saiam da cabeça e por mais que tentasse não conseguia aumentar o ritmo, logo em seguida pra piorar comecei a sentir uma fisgada forte na parte posterior da coxa que me acompanhou até o último Km.




Ainda assim quando estava no KM 18 achei que ainda dava pra ao menos “empatar” com o tempo obtido na outra Meia, mas daí surgiu um subida interminável da Ponte Colombo Salles que jogou meu ritmo e BPM pra cima, mas seguia correndo forte, onde vi muitos começarem a caminhar.




Quando comecei a descer resolvi “SOCAR A BOTA” com dor e tudo, não olhei mais pro relógio e pensei – “vai que num passe de mágica consigo bater o tempo...!”




Fui correndo forte, cada vez mais forte , ultrapassando muita gente, ultrapassava em Blocos, tava “furioso”, mas quando finalmente avistei o pórtico de chegada vi que não dava mais, já marcava pouco mais de 1:37 h e ainda tinha mais uns 300 m pra correr, então olhei em volta e vi Sabine, Renato Semensati, Van e outros me dando força e motivação e então dei mais um pouco de mim e cruzei o pórtico com 1 h 38 min e 14 s, exatamente 1 min mais lento do que três meses atrás.




Não tem como mentir, eu tava frustrado!




Mas hoje depois de refletir e conversar com algumas pessoas percebi que meu “erro” havia me custado muito caro e que nas condições a que me expus fiz SIM uma baita prova!




Que venha a próxima ! Tem dia que não é o seu dia!




E que sirva de aprendizado!




Abraços




MARCOS ALEXANDRE

domingo, 5 de junho de 2011

Garopaba


Foi um final de semana agitado, na sexta viajamos pra Garopaba (SC), no sábado participamos de uma prova de revezamento e no Domingo já de volta à Floripa acompanhei meu amigo Ricardo (Kadinho) na realização de seu sonho de ser um IRONMAN.

Mas hoje vou dedicar esse espaço para falar da aventura no Sul do Estado.

Tudo começou logo após a “Volta a Ilha”, recebi um email informando sobre uma prova em Garopaba, eu tava meio embalado com o excelente resultado obtido em Floripa e logo pensei que essa poderia ser uma boa oportunidade de fazer o que gosto, sair um pouquinho da cidade e viver uma experiência diferente junto de amigos de corrida.

Na verdade foi um ato de “indisciplina”, sabia que o treinador não aprovaria, não era o momento e tal...mas pensei “ah...nem tudo na vida pode ser somente como foi planejado, precisa ter umas aventuras de vez em quando!”

Então pensei, sei quem toparia essa aventura, XANDE (OGRÃO) que não tem medo de desafios, VICTOR que tinha derrubado o “Morro Maldito” no “volta a ilha” e RODOLFO que aliava a velocidade com a leveza da juventude, pronto tava montado o QUARTETO!

Convites feitos, convites aceitos!

RUN 60 K lá vamos nós!

http://www.sulbrasilis.com.br/noticias/release-x-run-60k/

Fizemos a inscrição e somente e tão somente depois de inscritos comunicamos ao nosso Treinador, que por sua vez não deixou de demonstrar a sua desaprovação, mas fazer o que, estávamos inscritos e íamos correr.

Recebemos as instruções da organização e juntos montamos a estratégia: Cada um corre dois trechos e seja o que Deus quiser!!!

O local da Largada e da Chegada era numa Pousada na Paradisíaca praia do Ouvidor em Garopaba, fazia bastante frio e a previsão era de ventos fortes e ressaca no mar.

No dia seguinte o dia amanheceu lindo! Friozinho e vento moderado e um visual maravilhoso que nos acompanhou o tempo todo.

O primeiro trecho de pouco mais de 7 km ficou a cargo do Rodolfo que não nos decepcionou e fez o segundo melhor tempo na parcial do trecho 01.

O trecho seguinte ficou com o Xande que mesmo resfriado e se recuperando de uma lesão encarou firme seu trecho.

Victor pegou um trecho que dizia ser moderado, mas que na prática se mostrou “cascudo” e com “armadilhas” que o fizeram se perder e prejudicar um pouco sua performance no trecho.

O trecho seguinte era curto e no site da Prova dizia ser “fácil” e “divertido” com subidas e descidas, não sei o que era fácil e muito menos o que era divertido, mas consegui faze-lo em 19 min e um pace médio de 4:09 min/km.

O quinto trecho foi devidamente triturado pelo Rodolfo, era considerado muito difícil, mas para nosso tri atleta não existe dificuldade, e ele conseguiu tirar a diferença dos primeiros colocados e entregar o bastão entre os 10 primeiros colocados.

Até então estávamos conformados que faríamos apenas “figura” na competição e por isso estávamos apenas nos “divertindo” e curtindo cada beleza natural dos trajetos.

Ah...preciso fazer um adendo! Os sanduíches preparados pela Nutricionista Rebeca estavam deliciosos e tenho a impressão de que depois que devoramo-los após nossos primeiros trechos nossa equipe ganhou novo ânimo e velocidade.

Xande fez muito bem seu segundo trecho e passou por mais alguns competidores.

Victor agora revigorado também acelerou e me entregou o “bastão-xuca” mordiscando os primeiros colocados.

Coube a mim a honrosa tarefa de finalizar a prova, era o trecho mais difícil e o mais belo, margeava a Lagoa de Garopaba e depois atravessava praias e costões até chegar de volta à Pousada.

Confesso que nunca corri num cenário tão lindo, no caminho lembro-me de ter passado mais alguns competidores, mas nessa altura já não sabia se era a turma que tinha largado antes ou não, e estava simplesmente inebriado com a beleza local, e apesar de ter que pular portões de sítios, despencar desfiladeiros abaixo, atravessar lagoinhas e levar uma quebrada de onda nas costas me sentia muito bem e avancei firme até o final.

Ainda faltando alguns metros avistei dois competidores de vermelho e senti que estavam mais lentos do que eu, mas o cansaço dos 12 km e a areia fofa não me deixaram alcança-los.

No final da Praia e antes da subida para a pousada avistei os “verdinhos”, sim, estavam todos lá, vieram me “buscar”!

E juntos atravessamos uma pequena trilha e subimos até o portal de chegada e todos de mão dadas completamos a prova, sob os aplausos dos demais presentes e olhares surpresos da organização.

Surpresa pelo fato de que no congresso técnico pelos olhares que nos foram dirigidos, percebíamos que ninguém em sã consciência sabia do que éramos capazes (nem mesmo nós), não tínhamos a menor pinta de atleta!

Mas quando escutei Xande, Victor e Rodolfo urrando : “CHEGAMOS EM TERCEIRO!!!” , me emocionei mais uma vez e percebi que nossa Aventura tinha valido a pena!!

Chegamos à menos de 02 minutos do segundo lugar!

Victor e Xande estavam exultantes, era o primeiro troféu de corrida em suas vidas (muitos ainda virão), Rodolfo muito feliz também e eu me sentindo aliviado por ter dado tudo certo, afinal toda essa idéia maluca tinha sido minha, ufa!

Fiquei feliz pelo Xande, Victor e Rodolfo e pelo brilho no olhar deles ao fitarem seus troféus.

Nossa equipe de apoio também foi primordial e não posso deixar de agradecer além da Rebeca e seus Sandubas, á Jô e Jade pela força!

Valeu MOÇADA!!!

Depois conto como foi o IRON no dia seguinte!

Abraços

Marcos Alexandre