quarta-feira, 15 de abril de 2009

Hoje no DC

15 de abril de 2009. N° 8407

DIÁRIO DA MARATONA Rodrigo Faraco

Mentalizar para vencer barreiras

Existem pequenos segredos durante uma maratona. Um deles é o mais famoso. A barreira do quilômetro 30. Entre os corredores há uma unanimidade: as “quebras”, os abandonos, as desistências, ocorrem sempre próximas ao quilômetro 30 da prova.

É uma distância curiosa. Você já correu mais de dois terços da maratona, mas ainda faltam 12 quilômetros. Pode parecer pouca coisa, mas não é. Essa “pequena” distância vai levar pelo menos mais uma hora pra passar.

Isso para corredores normais como eu, que naquele momento pensam nos quilômetros a serem percorridos, mas pensam também que têm mais todo esse tempo de corrida. Pode ser animador ou desanimador, dependendo do estado físico em que o maratonista estiver.

A preparação psicológica, a parte mental, é muito importante pra vencer estas barreiras. A parte prática já foi feita, que são os treinos para vencer os quilômetros da maratona. Agora é hora de completar a preparação com a mentalização da prova.

Primeiro eu preciso tirar da minha cabeça essa questão do quilômetro 30. Depois eu preciso visualizar o momento. Eu sei que vou estar cansado. É inevitável. Mas sei também exatamente em qual trecho da beira-mar que vou estar. Isso me ajuda. É um trecho bem familiar, um trecho que faz parte da minha rotina diária, perto do local de largada da Maratona SC.

Mas o segredo mesmo é seguir adiante. Quanto mais se corre, mais perto do final se está. Em Curitiba minha meta sempre era a próxima marcação de quilômetro. Do 30 para o 31, do 31 para o 32, e assim por diante. É claro que as forças vão indo embora, mas ao mesmo tempo elas retornam quando mais uma marcação é vencida.

A recompensa vem na placa que indica o quilômetro 41. Este momento é muito emocionante. È o momento do último quilômetro. Talvez o mais longo de toda a prova, mas também o mais prazeroso e emocional.

Naquela hora tudo vem a sua cabeça. Todas as dores, os amigos, os familiares, os treinos... Tudo! Até cruzar a linha de chegada. É isso que estou fazendo agora. Mentalizando as coisas boas, pra reviver no domingo.

Abraços
Faraco

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