terça-feira, 21 de abril de 2009

O pós-maratona


Estou aqui ainda me perguntando um monte de coisas. Sei que poderia ter feito uma grande maratona. Mas será que realmente poderia? Até que ponto me pressionei para fazer o tempo que eu tinha colocado na cabeça? Até que ponto o que eu consegui foi uma grande mostra de força e superação?


O que sei é que me arrastei por malditos 14 quilômetros... 14 quilômetros! Uma distância tão comum pra mim. Um terço da prova. Corri bem até o 28º. Maldita água, madito 28º quilômetro.

O que eu sei é que estou em depressão pós-maratona. Isso, depressão pós-maratona. Por ter sido vencido! Pelo motivo que seja, eu não consegui fazer o que tinha na cabeça - completar a maratona em menos de 4 horas.


Minhas coxas ainda doem. Meus joelhos já não sentem mais o esforço. Perdi uma unha do pé-esquerdo (desculpem). Mas nada disso me incomoda mais do que a possibilidade de pensar que fracassei.


Me consolei um pouco ao ouvir a entrevista do campeão, Adriano Bastos. Ele mesmo revelou que teve que caminhar em alguns momentos. Ele mesmo reclamou da organização da prova no final e na frente das "autoridades". Mas cada um sabe o tamanho do seu sucesso ou do seu fracasso.


Já li no livro do ultramaratonista Dean Karnazes que cada maratona tem sua história. Essa foi uma história ruim. A de Curitiba, no ano passado, foi uma história boa.


Vou guardar na memória esta maratona como um desafio que ainda vai ser vencido. Vou guardar a frase que me fez entrar na minha segunda maratona. A frase é "vou voltar lá e vou fazer melhor!".


Não adianta, eu sou teimoso. Ainda vou fazer uma porcaria de uma maratona no tempo que eu quero fazer. Esse ano não vou mais correr maratonas. Vou me dedicar às provas de 10 e 21 km, mas ano que vem eu volto pra alguma maratona.


Pessoas especiais, além do meu treinador Paulinho (foto acima), estavam me esperando na linha de chegada e preciso agradecê-las aqui.


Obrigado mãe(na foto comigo), obrigado Evaldo, Henrique(meu irmão).


Obrigado Vera e Raphael pelos registros.


Obrigado Xande e sua família querida - jamais vou esquecer a cena de tuas meninas me dando força na beira-mar. Aquilo me emocionou demais e me fez seguir. Manda um super beijo pra elas.


Obrigado Aline, uma pessoa muito muito especial pra mim, um carinho enorme.


E por fim, obrigado Marcos - na vida a gente encontra irmãos que não são nossos irmãos, mas são. Você é meu irmão também.


Até a próxima!

Abraços
Faraco

3 comentários:

Marcos Alexandre disse...

Faraco,

Acompanhei todo o teu período de treinos para a maratona anterior e também para essa maratona, e posso te afirmar que vc estava muito melhor preparado do que no ano passado.
Tavas rodando fácil, não quebrastes no treino de 32 km (como foi no ano passado) e teus tempos , paces e BPM's indicavam uma sensível evolução.
Portanto amigo, tu tás mais maratonista do que nunca!!!!
O que vc, Adriano Bastos e Cia não contavam é com o sol forte e a falta de organização da Prova!
É uma pena, mas fatos como este me faz correr Maratona "fora de casa"!

Voce venceu!!!!

Abraços do amigo, parceiro e irmão!

Blog da Rô Cabral disse...

Parabéns filhão!

Pra quem é mãe, sempre é uma espera angustiante aguardar a chegada de um filho, não importa a idade que ele tenha, ou o mico que ele ache que vai pagar.
Domingo passado, fomos para a Beira Mar esperar a chegada do Rodrigo.
"-Mãe, vou chegar entre 11h32 e 11h45".
Que nada. Deu 12h, deu 13h e cadê que ele despontava na boca da rua? E eu pra lá e pra cá e dizia:
- Aconteceu alguma coisa. Só pode, ele estava tão seguro do tempo dele.
Foi quando passou uma moça, muito aborrecida porque o marido e ela tinham vindo de S.Paulo, e ele estava mal, com muita dificuldade para correr, porque só começaram a oferecer água em temperatura ambiente (que naquele calor de não sei quantos graus, deveria ser água quente),após 22km, quando a cada 5km deveria ser oferecido.
Verdade ou não, meu filho chegou. Graças a Deus. Quebrado, é verdade, quase não o reconheci quando Evaldo me chamou, eu estava na sombra, não aguentava mais ficar no sol. Imagine os corredores.
Mas é isso aí meu filho.
Desde o momento do teu nascimento que tu lutas pela vida e pelo sucesso na vida. És um guerreiro, um obstinado no que tu queres e um vitorioso, com todas as letras!!!
Parabéns, mais uma vez.
As dores do corpo físico, a gente cura, depois olhamos o somatório da nossa vida e só recordamos o que ficou de bom.
Te amo, vai em frente!!!

Rodrigo Faraco disse...

Mãe, eu te amo também!

Tua mensagem me fez chorar. Um beijão do filho